PREFEITURA DE TRINDADE

SARGENTO EDYMAR

13 julho 2020

Volta da torcida ao estádio é desafio à saúde

Realidade distante no Brasil, retorno de público já é possível em países da Europa, mas sob vigilância dos casos de Covid-19

As torcidas pernambucanas já anotaram o próximo domingo (19) na agenda, quando o Campeonato Pernambucano recomeça e o grito de gol preso na garganta pode voltar a sair. Mas dentro de casa. Após três meses de paralisação, o Estadual irá voltar sem torcida, assim como a Copa do Nordeste, no dia 21. Restrições de público em eventos esportivos é uma das medidas para impedir a proliferação do novo coronavírus, no entanto, alguns países europeus liberaram as arquibancadas na reta final da temporada e já se observa movimentações para replicar a decisão controversa em plena pandemia no Brasil.

Ao menos na elite do futebol são poucos que sinalizaram a presença de público neste momento. Liga dos Campeões, Liga Europa e os campeonatos mais tradicionais do Velho Continente em andamento, como a Premier League (Inglaterra), La Liga (Espanha) e Serie A (Itália), não abriram os portões. Em contrapartida, ligas sem alcance global são maioria na flexibilização do cenário. Apenas seis países posicionados entre os 50 melhores do último ranking da Fifa autorizam torcedores em seus estádios.

Após o cancelamento do campeonato nacional, a final da Copa da França marca a retomada do futebol francês no dia 24 de julho. A decisão entre PSG e Saint-Ettiene, no Stade de France, contará com até cinco mil pessoas. Contudo, a Federação Francesa deseja aumentar a ocupação em até 30% da capacidade permitida pelo governo. Em evolução no combate à Covid-19, o país contabiliza pouco mais de 207 mil casos e 29.982 mortes até o fechamento desta matéria. 

"Boca a Boca": Adolescentes são infectados por vírus misterioso em nova série brasileira da Netflix

A trama de “Boca a Boca”, nova série brasileira da Netflix, com estreia prevista para 17 de julho, não poderia ser mais atual. Em meio à pandemia de coronavírus, a ficção mostra ao público uma cidade rural atormentada por um vírus mortal transmitido pela saliva. A obra, que conta com seis episódios de 45 minutos cada, tem como showrunner o cineasta Esmir Filho.

Apesar da incrível coincidência, o projeto é anterior à descoberta da Covid-19. O anúncio da produção foi realizado pela plataforma de streaming em junho de 2019 e as gravações ocorreram entre julho e setembro do mesmo ano. Embora nem imaginasse o momento peculiar que o planeta enfrenta hoje quando idealizou a obra, Esmir - que assina direção e roteiro da série - conta que se inspirou em outras doenças que marcaram a história mundial.



“Acredito que os comportamentos sociais frente a uma epidemia são muito parecidos. Há sempre um quadro de pânico, medo, desconfiança, preconceito, discriminação e, por outro lado, busca-se construir o afeto, o acolhimento e a compreensão”, comenta o criador do seriado.

PE libera esportes individuais em clubes e aulas práticas de cursos superiores a partir de segunda

A partir desta segunda-feira (13), as atividade esportivas individuais, à exceção de lutas, estão permitidas nos clubes sociais localizados em todo o Pernambuco. A liberação está no decreto publicado no Diário Oficial desse sábado (11). O decreto, de número 49.193, também autoriza a volta de aulas práticas e de estagio curricular relativos ao primeiro semestre de 2020 das instuições de ensino superior em Pernambuco. A medida vale também para as instituições de educação profissional e técnica, nos cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC) ou de qualificação profissional.

Apesar das liberações no campo educacional, a autorização não vale para cursos técnicos de nível médio, em instituições públicas e privadas, e para as demais atividades pedagógicas de instituições de ensino superior, que seguem suspensas até o dia 31 deste mês.
Prática esportiva
Essa volta das atividades esportivas deve seguir os protocolos sanitários estabelecidos no Plano de Convivência com a Covid-19 do Governo do Estado, como o distanciamento social e as medidas de higiene (lavagem das mãos e uso do álcool em gel a 70%). Os atletas só poderão tirar a máscara na hora do treino, devendo utilizá-la em todos os outros momentos. Aqueles que apresentarem sintomas gripais deverão guardar isolamento. 
Além do protocolo sanitário geral do Estado, as modalidades também têm diretrizes específicas, elaboradas em parceria com a Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE) e com o apoio de federações esportivas. Entre as recomendações a serem seguidas, estão a desinfecção dos materiais e equipamentos de uso compartilhado após cada manuseio e a aferição de temperatura antes do acesso aos espaços/equipamentos esportivos. Afora isso, a orientação é para que mantenham em atividade ou treinamento remoto os atletas, paratletas e profissionais enquadrados no grupo de risco da Covid-19.

A liberação dos esportes individuais nos clubes sociais acontece uma semana depois de o Governo de Pernambuco ter permitido o retorno dos treinos de modalidades esportivas individuais em parques, praias e orlas marítimas ou fluviais. Àquela época, haviam também sido liberados para atletas de alto rendimento o parque aquático e a pista do de cooper do Parque Santos Dumont, localizado em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, e que é gerido pelo Governo do Estado.
Agreste
Também nesta segunda-feira, municípios do Agreste de Pernambuco avançam para a etapa 4 do Plano Fase 4 do Plano de Convivência das Atividades Econômicas com a Covid-19, com reabertura das lojas de varejo de rua, salões de beleza e estética, comércio de veículos - incluindo serviço de aluguel e vistoria -, com 50% da carga. Os shoppings também poderão abrir as portas, com horário de funcionamento das 11h às 19h ou 12h às 20h, e devem abrigar até 30% da capacidade do público. Já a construção civil poderá contar com 100% dos trabalhadores. Igrejas e templos religiosos também vão poder realizar celebrações. Tudo isso respeitando os protocolos para conter a disseminação do vírus. 
Na região do Agreste, porém, não estará contemplado o Polo de Confecções do Agreste, liderado pelos municípios de Toritama, Santa Cruz do Capibaribe e Caruaru. "O Polo de Confecções está podendo trabalhar com delivery, com protocolos específicos. A gente vai acompanhar os dados da saúde e o comportamento da pandemia e, conforme o nosso plano, vamos ver os protocolos e o melhor momento para anunciar a retomada (do Polo)”, havia explicado, durante coletiva remota,  secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Bruno Schwambach.
A região havia freado o plano de reabertura dos setores devido a um aumento significativo no número de casos graves da Covid-19, com cresciemnto na demanda hospitalar. O cenário levou à determinação de quarentena mais rígida em Caruaru e Bezerros, cidades onde o cenário despertava mais preocupação, além de um alerta geral para os municípios adjacentes. Após os 10 dias de lockdown, o secretário estadual de Saúde, André Longo, disse, na última quinta-feira (9), ser possível identificar uma tendência de redução nos indicadores que servem como base para o Plano de Convivência. 

Não roubava, mas não educava

Num tempo explícito de maus feitos de políticos, roubando dinheiro federal destinado a salvar infectados pela Covid-19, contei, ontem, o exemplo do ex-prefeito de Afogados da Ingazeira, minha terra natal, João Alves Filho, então militante do PDS, que adentrou o Palácio das Princesas com uma sacola de dinheiro nas mãos para devolver ao governador a parte que sobrou na construção do fórum da cidade, mediante transferência do tesouro estadual.
Digno de louvor, de aplausos, mas o que seria regra, infelizmente foi e continua sendo exceção na gestão pública brasileira. Do mensalão para cá, passando por Lava Jato e outras cositas mais, a impressão que temos é que somos assaltados a toda hora. O suado pagamento dos impostos, ao invés de ser aplicado em obras em benefício do povo, na saúde, da educação e no combate à desigualdades, serve para enriquecer gatunos.
Mas João Alves Filho, o Joãozinho, tinha outra faceta, não admirável. Era um homem rude, muitas vezes ignorante no trato humano, de respostas secas e de poucas palavras. Cometeu a insanidade de derrubar um coreto na praça principal de Afogados da Ingazeira, que fez história e marcou uma época, que servia para tudo, desde barbearia e pequenas lojas de café a festas em que se dançava a valsa de 15 anos, de formatura ou casamento.
Mal sabia assinar o nome, iletrado, típico coronel do Sertão, daquelas que as pessoas batiam continência. A educação não foi tratada com prioridade em suas duas gestões, inclusive na primeira, na qual papai foi seu vice. Um amigo e conterrâneo, ao ler ontem o seu gesto de honestidade na devolução do dinheiro em espécie ao então governador Roberto Magalhães, recordou que esteve com ele para pedir uma ajuda na locação de um ônibus com estudantes da terra com destino ao Recife.
“Para que vocês querem estudar? Eu sou analfabeto, não sei nem assinar nem meu nome direito e já estou prefeito pela segunda vez”, respondeu, para tristeza daquele que ali estava com ele no gabinete manifestando um desejo de jovens que acreditavam que o futuro só se constrói com educação, queimando as pestanas nas bancas escolares. Mas Joãozinho era um homem de bem. Quem não tem defeitos que atire a primeira pedra.  
Mesmo cometendo o pecado da falta de estimulo e do incentivo a educação, Joãozinho da minha querida terra já se perpetuou pela dignidade, pela nobreza de preferir ser um miserável honesto a um milionário corrupto e vazio. Aprendi com meu pai, que foi vice dele, que a honestidade é dignidade para vida. Nos dias de hoje, ser honesto é ser diferente.

Daniel Alves pode ter contas rejeitadas em Chã Grande

Houldine Nascimento, da equipe do blog
Na quarta-feira (15), a Câmara Municipal de Chã Grande vai votar a prestação de contas do ex-prefeito Daniel Alves (PSC) referente ao exercício financeiro em 2015. Há um parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE) recomendando, por unanimidade, a rejeição.
Entre as razões apontadas para a negativa, constam falhas relativas aos registros das receitas, além de déficit de execução orçamentária da ordem de R$ 649.571,49 e irregularidades no recolhimento da contribuição previdenciária dos servidores.
Caso os vereadores de Chã Grande resolvam seguir a orientação do TCE-PE, a pretensão de Daniel em disputar a Prefeitura de Gravatá, para onde transferiu o domicílio eleitoral, corre sério risco de não se concretizar.
Para não ter a prestação rejeitada, Daniel Alves precisa de 2/3 de votos favoráveis. A Câmara Municipal de Chã Grande é composta por 11 legisladores, dos quais apenas três são seus aliados.
Em 2016, ele chegou a tentar a reeleição, mas foi derrotado por Diogo Alexandre (Avante), atual prefeito.

Empresários pressionam Bolsonaro a demitir Salles

Empresários de frigoríficos e tradings pressionam o presidente Jair Bolsonaro a mudar o comando do Ministério do Meio Ambiente. O movimento pela saída de Ricardo Salles começou em junho por empresas que temem perda de mercado, sobretudo na União Europeia.
Segundo relatos, Bolsonaro disse na última semana a um grupo de ministros que não pretende retirar Salles. Ele salientou que o auxiliar tem apoio na bancada ruralista e que a imagem negativa se deve a uma tentativa de nações estrangeiras de tutelar o país.
Hoje, o setor ruralista está dividido. Se dirigentes de frigoríficos e tradings têm pressionado pela saída de Salles, agricultores e sucroalcooleiros pregam a sua permanência sob o argumento de que ele tem feito mudanças importantes na legislação.
Segundo auxiliares do Palácio do Planalto, o movimento de frigoríficos e tradings tem apoio e é estimulado dentro do Ministério da Agricultura por aliados da ministra Tereza Cristina. Eles defendem que o Meio Ambiente seja incorporado pela pasta.
Em um encontro recente com Bolsonaro, um industrial paulista também defendeu a divisão do Meio Ambiente.
Ele pregou, segundo relato de um assessor presente, que a gestão da floresta amazônica fique a cargo do vice-presidente Hamilton Mourão. Para ele, o restante deve ser incorporado pela Agricultura.
A cúpula militar chegou a endossar o movimento de mudança, mas recuou após a sinalização do presidente de que não pretende fazer alterações no Meio Ambiente.

Prefeito de Serra Talhada é alvo de fake news

O prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque (PT), responsabiliza o irmão, José Duque Filho – diretor do Detran no município –, por uma fake news que se espalhou nas redes sociais, hoje. Datada de 2019, a imagem mostra o gestor reunido com amigos. No entanto, o registro correu a cidade como se fosse recente.
Ao comparar uma foto atual com a que viralizou, é possível ver que o cenário difere em ambas. Antes, não havia flores no ambiente. Luciano Duque explicou ao blog que tem cumprido as medidas de isolamento social e está vivendo com o filho em uma chácara mais afastada do centro de Serra Talhada.
Pela calúnia, afirmou que vai processar o irmão, seu adversário político e apoiador do pré-candidato à Prefeitura de Serra pelo Avante, o ex-prefeito Carlos Evandro.

07 julho 2020

Deputada Roberta Arraes apoia a pré-candidatura de Dr. Milton na cidade de Santa Cruz da Venerada

Mais uma novidade no grupo político da deputada estadual Roberta Arraes, que dessa vez anunciou o seu apoio a pré-candidatura de Dr. Milton Soveron, em Santa Cruz da Venerada, no sertão do Araripe. 
O médico que é bastante conhecido e querido na cidade, tem muitos serviços prestados, e está disposto a trabalhar unindo o povo, e buscando uma melhor qualidade de vida, principalmente na saúde e educação, gerando oportunidade de uma vida melhor para todos. 
          Para Roberta Arraes, o nome de Dr. Milton é a melhor opção para Santa Cruz, e afirmou que vai trabalhar com dedicação para elegê-lo. 
“Dr. Milton é muito admirado por todos na cidade, comprometido e responsável, seu maior legado é a defesa da saúde pública de qualidade e garantir direito para todos.
Vamos a luta para mais um desafio, juntamente com os vereadores que já lhe apoiam, Dr. Carlos, José Íon e Naldo Amaral, além claro, de todos com os santacruzenses”, finalizou a parlamentar.
          Com a chegada de Dr. Milton, a parlamentar fortalece sua base eleitoral, que além dos candidatos de Araripina, ele junta-se aos pré-candidatos apoiados por Roberta, Zé Capacete (Trindade), Riva Bezerra (Cedro), Dr. Diego (Tupanatinga), George Duarte (Sta Maria da Boa Vista), Gustavo Matos (Camaragibe), Múcio Angelim (Parnamirim) e Hugo de Galego de Abílio (Orocó).

06 julho 2020

PE confirma mais 1.672 casos e 27 mortes por Covid-19; estado tem 65.129 doentes e 5.143 óbitos

Cidades do Sul de Minas com mais casos de Covid-19 tentam controlar avanço da doença com testes — Foto: Reprodução/EPTV
Cidades do Sul de Minas com mais casos de Covid-19 tentam controlar avanço da doença com testes — Foto: Reprodução/EPTV
Mais 1.672 casos do novo coronavírus foram confirmados em Pernambuco, neste domingo (5), pela Secretaria Estadual de Saúde. Com isso, o estado chega a 65.129 confirmações, desde o início da pandemia, em março. O governo também informou ter contabilizado novas 27 mortes pela Covid-19. Assim, o número de óbitos subiu para 5.143.
Ainda de acordo com o boletim deste domingo, 1.591 das confirmações são casos leves. Ou seja, pacientes que não demandaram internamento hospitalar e que estavam na fase final da doença ou já curados. Isso significa 95% do total. Os outros 81 (5%) se enquadram como Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
Desde março, o estado totalizou 20.190 casos graves e 44.939, leves. Além disso, o boletim registrou 44.568 pessoas curadas da Covid-19 no estado. Desse total, 9.885 são de casos graves e 34.683 casos leves.
Os casos graves confirmados da doença estão distribuídos por 179 municípios pernambucanos, além do Arquipélago de Fernando de Noronha e da ocorrência de pacientes em outros Estados e países.

Mortes

Entre as pessoas que morreram, havia 17 homens e 10 mulheres. Esses pacientes moravam nos seguintes municípios:
Agrestina (1), Bezerros (1), Brejo da Madre de Deus (1), Caruaru (2), Cupira (1), Custódia (1), Exu (1), Igarassu (1), Itaquitinga (2), Jaboatão dos Guararapes (3), Lagoa do Carro (1), Paudalho (1), Recife (7), Salgueiro (1), Vertentes (1) e Vitória de Santo Antão (1), além de (1) óbito de paciente proveniente de outro Estado.
As mortes registradas no boletim deste domingo ocorreram entre 30 de abril e 4 de julho. Do total, 21 óbitos aconteceram este mês. As outras cinco foram no mês passado e uma, em abril.
Os pacientes tinham idades entre 25 e 91 anos. As faixas etárias são: 20 a 29 (2), 30 a 39 (1), 40 a 49 (1), 50 a 59 (1), 60 a 69 (9), 70 a 79 (5), 80 anos ou mais (8).
Dos 27 pacientes que morreram, 25 apresentavam doenças pré-existentes. Foram confirmadas as seguintes comorbidades:
diabetes (12), doença cardiovascular (10), hipertensão (8), doença respiratória (5), doença renal (3), imunodeprimido (2), etilismo/histórico de etilismo (1), Histórico de AVC (1), doença neurológica (1), doença de Parkinson (1) e obesidade (1). Um paciente pode ter mais de uma comorbidade. Os demais estão em investigação pelos municípios.

Testagem

Desde o início da pandemia, Pernambuco fez 129. 972 testes para detectar a Covid-19. Com relação à testagem dos profissionais de saúde com sintomas de gripe, em Pernambuco, até agora, 16.306 casos foram confirmados e 20.516, descartados.
As testagens abrangem os profissionais de todas as unidades de saúde, sejam da rede pública (estadual e municipal) ou privada.

Leitos

A taxa global de ocupação de leitos para a Covid-19 em Pernambuco, neste domingo, estava em 57%. Havia pacientes internados em 74% das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e em 45% das enfermarias.

60% dos diretórios de partidos deixam de prestar contas

Mesmo com um prazo maior neste ano, seis em cada dez diretórios de partidos políticos do País não informaram como usaram o dinheiro público que receberam em 2019. O limite para entregar as prestações de contas, inicialmente previsto para abril, acabou na terça-feira passada, dia 30. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que das mais de 100 mil unidades das legendas nos Estados e nos municípios, 59.634 estão inadimplentes – não enviaram qualquer dado ou fizeram apenas parcialmente. As informações são do Estadão.
Ao todo, o TSE distribuiu R$ 927 milhões às 33 siglas no ano passado via Fundo Partidário. O dinheiro é repassado em parcelas mensais para bancar custos como aluguel de sede, salário de funcionários e também as campanhas eleitorais – cabe ao comando nacional de cada uma definir a quantia que destinará aos seus diretórios.
O porcentual de inadimplência registrada neste ano é maior que o de anos anteriores. Como mostrou o Estadão no mês passado, 41,3% dos diretórios partidários não apresentaram os dados relativos a 2017. De 2018, o índice dos que deixaram de prestar contas foi de 50,7%.
Cúpulas partidárias alegam que orientam os responsáveis pelos diretórios locais a cumprir os prazos da Justiça Eleitoral, mas ressaltam que cada unidade tem independência. Além disso, destacam que a maior parte das unidades que não entregam as prestações é sem movimentação financeira – mesmo assim, precisam informar a Justiça Eleitoral que não receberam nada.
Advogado de partidos políticos de São Paulo, Ricardo Porto afirma que a nova modalidade de prestação de contas, exclusivamente por meio de um sistema eletrônico, tornou-se uma dificuldade extra a diretórios com pouca estrutura física e de pessoal.
"A maioria (dos que não prestam contas) é de órgãos municipais, e a imensa maioria sem movimentação financeira, sem movimentação do Fundo Partidário e sem recursos privados. Acreditamos que os partidos, muito embora não tenham observado o prazo, tendem a, nos próximos dias, ainda que com atraso, apresentar as prestações de contas", afirmou o advogado, que presta serviços a partidos como DEM, MDB, PL e PV.
Para a secretária-adjunta da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep), Denise Goulart Schlickmann, a declaração de não movimentação financeira é tão importante quanto qualquer outro relatório contábil, uma vez que a Justiça Eleitoral apura a consistência da informação da mesma forma.
Pela regra em vigor, o diretório que não declara a sua movimentação financeira à Justiça Eleitoral fica impedido de receber novas parcelas do Fundo Partidário, mas o bloqueio pode ser revertido caso a prestação seja apresentada mesmo após o prazo.
Antes, os registros partidários também eram automaticamente suspensos, o que impedia o diretório até de lançar candidato. Em dezembro, porém, o Supremo Tribunal Federal (STF) suavizou as sanções ao determinar a necessidade de abertura de um processo específico contra partidos que não entregarem as contas e, só então, aplicar eventuais punições.
Na avaliação da especialista, a pandemia e as restrições no funcionamento de órgãos necessários à regularização dos partidos, como a Receita Federal, contribuem para a alta inadimplência. Por outro lado, ela também destaca que a legislação não reprime os atrasos.

“Fiz tudo que podia”, diz Sarí Corte Real

Do G1/PE
"Eu sinto que eu fiz tudo que eu podia e, se eu pudesse voltar no tempo, eu voltava. Se eu soubesse que tudo isso ia acontecer, eu voltava e ainda tentava fazer mais do que eu fiz naquela hora". O depoimento é de Sarí Gaspar Corte Real, ex-patroa da mãe de Miguel Otávio de Santana, de 5 anos, que caiu do 9º andar do prédio de luxo no Centro do Recife. A primeira-dama de Tamandaré (Litoral Sul) era responsável por cuidar da criança, quando o acidente aconteceu.
Em entrevista ao Fantástico, no escritório dos advogados dela, também no Centro do Recife, Sarí falou pela primeira vez à imprensa sobre o que ocorreu no dia 2 de junho, data da morte de Miguel.
Na quarta-feira (1º), ela foi indiciada pela polícia por abandono de incapaz que resultou em morte. O Ministério Público recebeu o inquérito na sexta-feira (3) e, agora, deverá decidir se oferece a denúncia contra a primeira-dama à Justiça.
Miguel caiu do 9º andar do edifício Píer Maurício de Nassau, no bairro de Santo Antônio, no Centro do Recife. A mãe dele, Mirtes Souza, o deixou com a ex-patroa para passear com Mel, a cadela da família.
Segundo a polícia, a criança saiu do apartamento de Sarí para procurar a mãe e foi até os elevadores do condomínio. Imagens das câmeras de segurança mostram que, por pelo menos quatro vezes, a primeira-dama de Tamandaré conseguiu convencer Miguel a sair dos equipamentos de social e de serviço.
Na quinta tentativa, o menino entrou no elevador de serviço, e a patroa da mãe pareceu apertar o botão da cobertura. Esse toque, segundo a perícia, aconteceu. Na sequência, Miguel apertou vários botões e ficou sozinho no elevador, que parou no segundo andar, mas o menino não desceu.
No nono andar, o menino saiu do elevador e abriu uma porta. Segundo a polícia, ele escalou uma janela, usou a condensadora de ar-condicionado como escada para descer do outro lado e subiu numa grade. Uma das hastes se soltou e, com isso, ele caiu de uma altura de 35 metros.
Segundo Sarí, Miguel teria aberto sozinho a porta do apartamento para ir atrás da mãe. "Ele corre para o elevador, chama o elevador, num instante ele chega. Aí, quando abre a porta, eu digo 'Miguel, você não vai descer, volta pra casa, espera sua mãe'", afirmou a primeira-dama de Tamandaré.
Ela disse, ainda, que não apertou o botão da cobertura no elevador. "Eu só botei a mão, fazendo como se eu fosse acionar. Para ver se eu conseguia convencer ele a sair, se dessa forma ele achasse que ia ficar lá e fosse sair", declarou.
A primeira-dama disse ainda que não passou pela cabeça dela o risco que o menino, de 5 anos de idade, poderia correr ficando sozinho no elevador.
"Eu não achei que seria essa tragédia. Eu acreditei que ele voltaria para o andar, que ele voltaria para o quinto andar, até porque ele sabia o número, eu acreditei que ele voltaria para o andar", disse.
Diante das afirmações de Sari, Mirtes Souza, por sua vez, afirmou que, por ser tão pequeno, o filho não conhecia os números. Por morar numa comunidade pobre e ser filho de uma empregada doméstica, sequer tinha familiaridade com elevadores.
"Miguel tinha um pouco de dificuldade com alguns números. Ele tinha facilidade com 0, 1, 2, 4, 7 e alguns números a gente tinha que dizer a ele como fazia ou escrever do lado para ele copiar. Ele não sabia andar de elevador. Nas pouquíssimas vezes que ele andou de elevador, sempre estava acompanhado tanto por mim quanto pela minha mãe", explicou.
No inquérito da Polícia Civil, o delegado Ramon Teixeira, responsável pelas investigações, afirma que, quando a porta do elevador se fechou, Sarí voltou para o apartamento e não acompanhou a movimentação de Miguel para saber se ele estava subindo ou descendo.
Essa informação poderia ser conferida pela moradora pelo visor que fica do lado de fora do elevador, mas a primeira-dama informou que não olhou o painel, porque estava ligando para a mãe do menino.
"Na mesma hora eu liguei pra Mirtes, mas, ao mesmo tempo, eu estava tentado acalmar a minha filha, que também estava desesperada com a situação. Eu me via ali, naquela situação, com aquela movimentação. Minha filha, ele, eu me senti ali, sem conseguir falar com Mirtes, com a minha filha. Foi tudo muito rápido", disse.
Sarí afirmou que não se sentia segura para repreender o menino mais firmemente, porque ela sempre pedia que a mãe dele ou a avó, Marta Souza, que também era doméstica na casa da família Corte Real, fizessem isso.
"O maior contato que eu tive com Miguel foram nesses dois meses, na pandemia, quando, em conjunto, elas [Mirtes e Marta Souza] decidiram ir para lá para casa, que a gente [levou] todo mundo lá. E todas as vezes que precisou ser chamada a atenção dele eu solicitava que ou a mãe ou a avó fizesse isso. Eu nunca me dirigi diretamente a ele para repreender ele em nada, sempre à mãe ou à avó. Eu não me senti segura para isso", declarou.
No dia da morte de Miguel, Sarí foi presa em flagrante por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. No final do inquérito, a polícia mudou a tipificação para abandono de incapaz que resultou em morte. Esse tipo de delito é considerado "preterdoloso", que é quando alguém comete um crime diferente do que planejava cometer.
"Eu só sei que eu fiz, naquela hora tudo o que eu podia e, em nenhum momento, eu fiz nada prevendo o que aconteceu", declarou.
Sarí Corte Real afirma que não esperava a mudança de tipificação, mas que pretende aceitar a decisão da Justiça sobre o caso. "Eu acho que do mesmo jeito que eu posso errar, outra pessoa também pode errar. A gente é ser humano, todo mundo erra", disse.
"Eu já passei muita coisa na minha vida. Já tive tentativa de sequestro, já perdi meu pai num acidente de avião. Até hoje estou aqui, firme, porque muita gente depende de mim. Se, lá na frente, o resultado for esse [de prisão], eu vou cumprir o que a lei pedir. Eu acho que está na mão da Justiça, não cabe a mim, não cabe à mãe de Miguel julgar, não cabe à sociedade. Cabe à Justiça. Eu vou aguardar o que a Justiça decidir", declarou.
Sarí informou, ainda, que pediu perdão à mãe de Miguel. A manicure dela, que estava no apartamento no momento em que o caso ocorreu, afirmou à polícia que a primeira-dama quis voltar a fazer as unhas depois de tentar que o garoto saísse do elevador.
A primeira-dama afirma, no entanto, que sequer teve tempo de sentar. "Jamais [voltaria a fazer as unhas]. Não, naquela situação não tinha como, não tinha cabimento. Não tinha cabimento um negócio desse", afirmou.
Para Sarí, o erro cometido por ela foi o de não desconfiar do risco trazido pelo ato de deixar o menino sozinho. "Eu acho que o meu erro foi fazer igual a eu fazia com o meu filho, de achar que o elevador é seguro", disse.
De acordo com a mãe de Miguel, ela só soube que a ex-patroa poderia estar envolvida no que ocorreu posteriormente. Até o momento em que ela estava no Hospital da Restauração, no Centro do Recife, para onde o menino foi socorrido, Sarí não havia informado a Mirtes o que tinha acontecido.
"No primeiro momento, o que eu imaginei foi em socorrer, o que a gente podia fazer por ele. Eu dirigi, só Deus sabe como eu dirigi. Nunca cheguei tão rápido na minha vida num hospital. Eu fiquei com ela [Mirtes Souza] lá até por volta de 16h30 ou 16h45. Foi quando eu tive que vir para casa, porque minha amiga precisava voltar para casa e eu precisava ficar com Sofia [a filha dela]", afirmou.

Veras lamenta morte de deputado piauiense Assis

O deputado federal Carlos Veras (PT-PE) lamentou, hoje, o falecimento de Assis Carvalho (PT-PI), seu colega na Câmara dos Deputados, aos 59 anos. A causa da morte foi um infarto. O parlamentar (foto) estava em casa, na cidade de Oeiras, a 290 km de Teresina, quando passou mal.
"É com imensa tristeza que recebo a notícia do repentino falecimento do nosso amigo Assis Carvalho, que tão bem me acolheu quando cheguei à Câmara dos Deputados. Deputado federal por 3 mandatos consecutivos pelo Piauí, era uma das principais lideranças do estado. A sua luta continuará sob a bandeira do nosso partido. Toda a minha solidariedade à família e aos amigos. Que Deus o receba em seus braços e conforte todas e todos nesse momento de tanta dor", declarou Veras, em sua conta oficial no Instagram.