PREFEITURA DE TRINDADE

SARGENTO EDYMAR

28 março 2018

Roberta Arraes comemora entrega de sementes à agricultores e produtores da região do Araripe

A deputada Roberta Arraes fez uso da tribuna na tarde de hoje (27), para comemorar a entrega de sementes à agricultores e produtores da Região do Araripe, realizada esse mês, no município de Araripina.
A parlamentar que esteve participando do evento a convite do secretário de Agricultura, Wellington Batista, falou em seu discurso a relevância da iniciativa, que é do Programa de Distribuição de Sementes, criado pelo Governo do Estado no ano de 2015. “Tem uma grande importância na vida de milhares de famílias do meio rural, pois beneficia os agricultores e melhora a produtividade gerando renda para eles”, afirmou.
Dessa vez foram entregues milho e sorgo para o município de Araripina, repetindo a mesma ação efetuada no ano passado, onde a deputada também esteve presente.
Ainda em seu pronunciamento, Roberta citou outros programas da gestão do governador Paulo Câmara, que tem levado benefícios aos sertanejos, como a implantação dos sistemas simplificados de abastecimento de água, construção de barragens e limpeza de barreiros.
“Mesmo com todas as dificuldades econômicas e políticas que o Brasil vêm enfrentando, Pernambuco tem dado continuidade a este programa que somando a tantos outros, mostra o compromisso da gestão do governador Paulo Câmara para com o Sertão do estado, onde tem intensificado ações e para superar os desafios de convivência com a seca e é com muita alegria e orgulho que tenho compartilhado todos esses benefícios com o meu povo”, finalizou.

Já são 12 os donos de partido em Pernambuco

Jarbas Vasconcelos e Luciana Santos não presidem os seus partidos em Pernambuco, mas os controlam
Inaldo Sampaio – Coluna Fogo Cruzado
Dos 25 deputados federais pernambucanos, 11 presidem os seus partidos em Pernambuco. Isso prova que é vantajoso o parlamentar ter o controle de uma legenda em seu estado de origem.
São eles: Pastor Eurico (PHS), Sílvio Costa (Avante), Ricardo Teobaldo (Podemos), André de Paula (PSD), Augusto Coutinho (Solidariedade), Mendonça Filho (DEM), Wôlney Queiroz (PDT), Eduardo da Fonte (PP), Sebastião Oliveira (PR), João Fernando Coutinho (PROS) e Daniel Coelho (PPS). Jarbas Vasconcelos controla o MDB e Luciana Santos o PCdoB, embora não sejam os seus presidentes regionais.
A vantagem de controlar partido nos tempos de hoje é que o controlador é quem decide quem pode e quem não pode entrar, além de ter o controle da verba dos fundos partidário e eleitoral.
Esticando mais a corda, temos o PTB sob controle do senador Armando Monteiro (através do deputado José Humberto) e o PSB sob o domínio de Paulo Câmara (através do secretário de governo da Prefeitura do Recife, Sileno Guedes).
Isso não significa que é errado o parlamentar ter o controle de um partido a fim de levá-lo para onde quiser. Significa, isto sim, que o Brasil ainda está muito longe de ter um quadro partidário sólido como têm, por exemplo, a Argentina, o Paraguai e o Uruguai, onde os partidos são centenários. Entre nós, cada deputado quer ter um partido para ditar-lhe o rumo, embora todos eles, exceto o MDB e o PCdoB, tenham um “proprietário” nacional.

Clima tenso: ruralistas vão ao julgamento do HC de Lula

Ruralistas vão protestar no STF no dia do julgamento do habeas corpus de Lula
Produtores rurais marcaram a data da antes de saber do caso do ex-presidente
Mônica Bergamo – Folha de S.Paulo
Ruralistas de todo o país estão sendo convocados por suas associações de classe para protestar em frente ao STF (Supremo Tribunal Federal) no dia 4 de abril. A data coincide com o julgamento do habeas corpus de Lula, o que preocupa setores da segurança do governo e também do PT.
A possibilidade de um embate entre os ruralistas, tradicionalmente contrários, em sua maioria, a Lula, e militantes que defendem o ex-presidente é considerada real. A animosidade com que a caravana do petista foi recebida no sul do país, com pedras e ovos, foi um alerta do que pode estar por vir.
Os produtores rurais já tinham marcado a data da manifestação há mais tempo, antes de saber que o caso de Lula seria julgado no dia 4. Eles protestam contra o pagamento retroativo do Funrural, que é a contribuição previdenciária de produtores e empreendimentos rurais.
O clima é tenso no setor. Apesar de Michel Temer ter criado um programa de parcelamento das dívidas, as associações dizem que o pagamento pode levar milhares de propriedades rurais à falência. Elas pressionam o STF para que considere a cobrança do passado ilegal.

Lula: erram se pensam que pedras e tiros me abalam

Em discurso no assentamento 8 de junho, do MST, em Laranjeiras do Sul, no Paraná, o ex-presidente Lula voltou a comentar a tentativa de atentado contra ele e sua equipe da caravana que faz pela região Sul.
"Eles não admitem que o povo pobre melhore de vida. Ficam com ódio. Que saibam: vou voltar, porque é preciso terminar a reforma agrária, demarcar as terras indígenas e quilombolas", afirmou.
"Eu acho que eles não suportam a melhoria de vida que os mais pobres tiveram. É demais pra cabeça deles ver o filho do agricultor daqui estudando agronomia. Eles querem tudo pra eles", disse Lula.
Segundo Lula, "o Paraná foi o único estado da federação de todos os percorridos pela caravana a não fornecer uma escolta policial para a comitiva dos ônibus". O Estado do Paraná é governado pelo tucano Beto Richa.
"Se pensam que com pedras e tiros vão abalar minha disposição de lutar estão errados. No dia em que minha garganta não puder mais gritar, eu gritarei pela garganta de vocês", concluiu.  (BR 247)

Ônibus da caravana de Lula atingidos por tiros e pedras

G1Paranã
Ninguém se feriu. Polícia vai investigar o caso. Ex-presidente não estava em nenhum dos veículos, que seguiam de Quedas do Iguaçu para Laranjeiras do Sul.
Dois ônibus que participam da caravana de Lula no Paraná foram atingidos por três tiros na tarde desta terça-feira (27), segundo o Partido dos Trabalhadores (PT). Ninguém ficou ferido.
Os ônibus seguiam de Quedas do Iguaçu, no oeste do estado, para Laranjeiras do Sul, na região central, quando os tiros foram disparados, ainda segundo o partido. No momento dos disparos, Lula estava dentro da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFSS), em Laranjeiras do Sul.
"A nossa caravana está sendo perseguida por grupos fascistas. Já atiraram ovos, pedras. Hoje deram até um tiro no ônibus", informou o Twitter oficial de Lula.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse ter pedido policiamento às autoridades do Paraná, mas afirmou não ter sido atendida. Ela classificou o episódio como "emboscada".
A Polícia Civil declarou que abriu inquérito para investigar o caso e que será feita uma perícia nos ônibus - uma equipe de peritos está a caminho para vistoriar os ônibus. Já a Polícia Militar (PM) afirmou que aumentou o policiamento no local da caravana.
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse que pediu atenção das autoridades estaduais para o caso.
"Eu sempre que sou solicitado e que acontece esse tipo de confronto eu procuro as autoridades estaduais para pedir atenção para o caso. Então é uma praxe, eu diria assim, é uma norma que eu tenho seguido quando essas coisas acontecem. Não só agora, mas sempre que acontecer eu vou procurar naturalmente chamar atenção para que exista, e já existe, eu acredito, preocupação com isso, mas que seja redobrado", disse o ministro.


"Nós consideramos um atentado político ao ex-presidente Lula. Daqueles que estão jogando pedras, pedaços de pau, que já atacaram com chicotes e agora usam armas. Aliás, já estão usando armas há algum tempo. Não é um grande contingente de pessoas, mas eles são fortemente armados, seguem a caravana atrapalham, trancam a sua passagem. Nós temos três ônibus e vários carros. Os ônibus são idênticos. Um ônibus foi atingido e ele poderia ser o ônibus do presidente Lula. Poderiam estar ali parlamentares. Estão ali jornalistas tanto brasileiros como de outros países. Nós não podemos aceitar isso. Isso é um atentado político em uma escalada de violência política que está havendo no Brasil", afirmou a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS).

26 março 2018

Ato de Lula em Chapecó tem petista inflamado e confronto entre manifestantes

"Não nos provoquem. Se derem um tapa na nossa cara, a gente não vai apenas virar para o lado, a gente vai retribuir até eles aprenderem a viver democraticamente", disse o ex-presidente
Lula em ato em Chapecó-SC
Lula em ato em Chapecó-SCFoto: Divulgação/Ricardo Stuckert
Em ato na noite deste sábado (24) em Chapecó, no oeste de Santa Catarina, o ex-presidente Lula adotou o mesmo tom inflamado de fala dada horas em Florianópolis. "A gente vai dar é porrada se não respeitarem a gente. Não queremos briga, mas nós não fugiremos dela", disse, ao final de um discurso inflamado. "Aprendam, fascistas, a fazer democracia, aprendam a convivência democrática e a diversidade, porque senão o ódio vai prevalecer."

Pouco antes, ele deu "um conselho" aos que o assistiam: "Não vamos ficar raivosos com o lado de lá. Nós somos paz e amor". Mais cedo, na capital catarinense, Lula já havia falado no mesmo tom. "Não nos provoquem. Se derem um tapa na nossa cara, a gente não vai apenas virar para o lado, a gente vai retribuir até eles aprenderem a viver democraticamente", disse.

Em Chapecó, o petista conviveu com o mesmo cenário tenso que tem enfrentado em sua caravana pela região Sul. Segundo a Polícia Militar, manifestantes contrários à presença do ex-presidente chegaram a cercar acessos à cidade -a caravana usou, então, uma rota alternativa. Antes antes mesmo da chegada de Lula à Praça Coronel Bertaso, às 21h, esses grupos entraram em confronto com apoiadores do petista.

À reportagem, o tenente-coronel Ricardo Alves da Silva disse que os manifestantes se atacaram com ovos, pedras e rojões. Por volta das 20h, a Polícia Militar teve de usar armas de borracha e bombas de efeito moral para contê-los e liberar uma via entre o hotel onde Lula se hospedou e a praça Coronel Bertaso, onde ele falou ao público. Os manifestantes já tinham estacionado carros na saída do aeroporto na tentativa de obstruir seu acesso. Embora sejam numericamente inferiores, esses manifestantes usam pedras, paus e até chicotes.

Segundo ele, um segurança do petista agrediu um homem, que teve ferimentos no rosto. Ele assinou um termo circunstanciado de lesão corporal. Um dos coordenadores da caravana, o ex-deputado Paulo Frateschi foi atingido por uma pedra na orelha ao se postar na frente de Lula, evitando que o ex-presidente fosse ferido. Outro militante também foi atingido na cabeça.

Depois do ato, Lula caminhou de volta ao hotel escoltado por seus apoiadores. O hotel também ficou sob cerco dos manifestantes.

"Temos trabalhado para dar à caravana um ambiente tranquilo, mas não tem sido fácil, o clima é tenso", disse Silva. O petista deve seguir neste domingo (25) a Erechim (RS), a cerca de 100 km de Chapecó.

TRF-4 julga hoje recurso de Lula no caso triplex

Tribunal aumentou pena para 12 anos e 1 mês de prisão, mas defesa entrou com embargos de declaração. Por decisão do STF, ex-presidente não poderá ser preso antes de 4 de abril, quando ministros vão julgar pedido de habeas corpus preventivo.
G1 RS
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), com sede em Porto Alegre, julga a partir das 13h30 desta segunda-feira (26) o recurso apresentado pela defesa de Luiz Inácio Lula da Silva contra a decisão que condenou em 2ª instância e aumentou a pena do ex-presidente no caso do triplex em Guarujá (SP).
Os três desembargadores da 8ª Turma do TRF-4 decidiram, em julgamento no dia 24 de janeiro, aumentar a pena de Lula para 12 anos e 1 mês de prisão, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro – na primeira instância, ele havia sido condenado pelo juiz Sérgio Moro a 9 anos e 6 meses.
Como a decisão do TRF-4 foi unânime, restou à defesa de Lula a possibilidade de apresentar embargos de declaração à mesma 8ª Turma. Esse tipo de recurso serve para tratar de possíveis omissões, contradições ou obscuridades na sentença. Se o tribunal entender que alguma dessas questões levantadas pela defesa procedem, pode haver alterações, por exemplo, na pena imposta ao ex-presidente.
Por decisão do próprio TRF-4, Lula poderia ser preso assim que acabassem os recursos no tribunal, mas uma decisão provisória do Supremo Tribunal Federal (STF) impede a prisão do ex-presidente até o dia 4 de abril, data em que os ministros do STF devem concluir o julgamento do pedido de habeas corpus preventivo apresentado pela defesa.
No caso do triplex, Lula é acusado de receber o imóvel no litoral de SP como propina dissimulada da construtora OAS para favorecer a empresa em contratos com a Petrobras. O ex-presidente nega as acusações e afirma ser inocente.
O que pede a defesa de Lula
Os embargos de declaração foram protocolados no TRF-4 no dia 20 de fevereiro. No documento, a defesa argumenta que a decisão da 8ª Turma possui 38 "omissões em relação a elementos que constam no processo", 16 "contradições com os seus próprios termos" e 5 "obscuridades".
Os advogados pedem, ainda, que "a correção dessas omissões, contradições e obscuridades altere o resultado do recurso de apelação julgado em 24/01 ('efeitos infringentes'), com o reconhecimento da nulidade de todo o processo ou a absolvição de Lula". Leia aqui a íntegra do documento.
Como será o julgamento
Os embargos de declaração serão julgados pelos três desembargadores que compõem a 8ª Turma do TRF-4: Leandro Paulsen, presidente do colegiado; João Pedro Gebran Neto, relator do caso; e Victor Luiz dos Santos Laus.
Somente o relator falará sobre sua decisão. Os outros dois desembargadores apenas darão os seus votos, que poderão ou não acompanhar o entendimento do relator. Não haverá sustentação oral dos advogados de defesa, nem do representante do Ministério Público Federal, que pede a manutenção da pena imposta a Lula.
A assessoria do TRF-4 informou que, após essa etapa, a defesa de Lula terá 12 dias para entrar com recurso sobre os próprios embargos de declaração, caso entenda que as inconsistências ou obscuridades persistem. Além disso, qualquer um dos magistrados pode pedir vista do processo. Se isso acontecer, não há data para a retomada do julgamento.
Esgotadas as possibilidades de recurso no TRF-4, a defesa de Lula poderá recorrer contra a condenação do ex-presidente no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no STF.
Outros julgamentos
A 8ª Turma do TRF-4 deverá julgar outros seis recursos da Lava Jato ainda nesta segunda-feira.
Um deles é da defesa do deputado cassado Eduardo Cunha, que pede a alteração de diversos pontos da sentença, por meio de embargos de declaração. Cunha foi condenado pelo juiz Sérgio Moro em primeira instância a 15 anos e 4 meses de prisão por lavagem de dinheiro, corrupção passiva e evasão de divisas por uma negociação para a exploração de um campo de petróleo na República de Benin pela Petrobras. Ele é acusado de receber US$ 1,5 milhão como propina. A defesa apelou ao TRF-4, e a pena foi reduzida para 14 anos e 6 meses.
Os desembargadores deverão julgar também uma apelação do pecuarista José Carlos Bumlai, condenado em 2016 pelo juiz Moro a 9 anos e 10 meses pelos crimes de gestão fraudulenta e corrupção passiva. Bumlai recorre em liberdade por decisão do STF, devido ao seu estado de saúde – ele sofre de cardiopatia e trata de um câncer na bexiga.
Também estão na pauta um recurso de Ronan Maria Pinto, do jornal Diário do Grande ABC, condenado em março de 2017 por lavagem de dinheiro em um processo oriundo da Lava Jato; e uma apelação de Dario Queiroz Galvão Filho e Jean Alberto Luscher, ex-presidente e ex-diretor da Galvão Engenharia, respectivamente.
Outros dois recursos que deverão ser julgados são: uma apelação do engenheiro Zwi Skornicki, condenado a 15 anos, 6 meses e 20 dias de prisão por intermediar propinas do esquema de corrupção na Petrobras; e um pedido da Fazenda Nacional para a reparação de danos causados por sonegação por meio do repasse de valor sequestrado do doleiro Alberto Youssef.
Há, ainda, três processos que correm em segredo de Justiça.
O julgamento dos embargos ocorrerá após a análise de apelações criminais, mas os advogados de defesa podem pedir preferência.

Advogados a serviço do crime, novo alvo da intervenção

Ação de advogados em cadeias está na mira de intervenção federal
Chico Otávio e Daniel Biasetto – O Globo
Com base em investigações da Polícia Civil, que tiveram interceptação de ligações telefônicas dentro de celas e revelaram que chefões do narcotráfico usam advogados para se comunicar com as ruas, o sistema prisional do estado passará por um pente fino. O entra e sai de representantes legais dos detentos está no foco da intervenção. O caso mais conhecido e recente foi o da advogada Beatriz da Silva Costa de Souza, presa em outubro de 2017, acusada de usar as prerrogativas profissionais para transmitir informações dos clientes, como os traficantes Marcinho VP e My Thor, que estão em presídios federais, a criminosos que ainda dominam favelas do estado.
Como O GLOBO revelou em reportagem publicada domingo, uma rede criminosa com autoridades, agentes penitenciários, advogados e presos controla o pagamento de propina dentro do sistema penitenciário com o objetivo de criar facilidades na cadeia. Em entrevista para o jornal, o novo secretário de Administração Penitenciária, o delegado da Polícia Civil David Anthony, que chegou ao cargo já na gestão do interventor federal, general Walter Braga Netto, disse ter carta branca e que dará início a uma série de vistorias nas quase 50 unidades prisionais do Rio.
— Nós vamos continuar a dizer a que viemos, vamos continuar dando o recado. Não haverá um lugar aqui no estado em que deixaremos de entrar. Vamos entrar pesado e surpreender muita gente — afirmou o secretário.
A repressão aos “pombos-correio” é considerada fundamental para desarticular a ligação entre os criminosos presos e suas respectivas quadrilhas de tráfico que atuam no estado. Para mandar recados ou repassar recursos, os detentos evitam usar parentes para não expor a família, preferindo recorrer a advogados. Uma das linhas de investigação, a cargo do Ministério Público estadual, onde correm outros inquéritos sobre irregularidades nos presídios estaduais, cujo conteúdo foi revelado pelo jornal, apura o envolvimento destes profissionais com a rede de influência de traficantes.
— A sociedade respeita e deve respeitar o profissional do direito, mas há defensores de bandidos que deixam de lado seus princípios morais e éticos e agem como elo entre os membros da quadrilha encarcerada e o mundo externo — reconhece o inspetor penitenciário Wilson Camilo, presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciário do Estado do Rio. — Tanto em Bangu 3-B quanto em Bangu 4, há casos de presos com três a quatro visitas de advogados no mesmo dia. Isso não é normal. Quando Beira-Mar estava preso no Rio, em Bangu 1, ele recebia em média cinco visitas de advogados.

Lula: livre da cadeia quando todo mundo se livrar

Adiamento de decisão no STF de habeas corpus foi algo como "in feriadão pro reo"
Celso Rocha de Barros – Folha de S.Paulo
adiamento da decisão do STF sobre o habeas corpus de Lula não pode ser entendido sem levar em conta a semana que o precedeu. Puxando pela memória, é difícil lembrar de algum outro momento recente em que conflitos políticos tenham interferido tão claramente no funcionamento da corte. As manobras, na verdade, foram duas.
Ao fazer o possível para tirar Luís Roberto Barroso do sério —no que foi bem-sucedido— Gilmar Mendes conseguiu pôr em prática o que acordou de manhã para fazer. No meio da briga, insinuou que Barroso ainda manteria vínculos com o escritório de advocacia em que trabalhou antes de entrar para o Supremo. Tanto quanto sabemos, a acusação é falsa. Mas serve aos propósitos de Michel Temer, pois Barroso resolveu levar a sério as muitas acusações de corrupção contra Temer. O pitbull de Temer, Carlos Marun, já chegou a propor o impeachment de Barroso. Gilmar é uma espécie de Marun de toga.
A briga em plenário desestabilizou a corte e elevou a temperatura das intrigas de bastidores insufladas por Temer.
Paralelamente, outro conflito de grandes proporções agitava os bastidores. Como se sabe, a ministra Cármen Lúcia não se dispõe a colocar em votação a revisão da prisão após condenação em segunda instância. 
Há juristas razoáveis que argumentam que a prisão após a segunda instância é mesmo inconstitucional. Se isso for verdade, o foco do público deveria estar em exigir de seus candidatos ao parlamento uma posição clara sobre a possibilidade de alterar a Constituição. 
Mas mesmo se a prisão após a segunda instância for mesmo inconstitucional, resta o fato de que o STF manifestou-se a favor da proposta faz muito pouco tempo. Colocar o assunto em pauta de novo teria toda cara de avacalhação. 
Vamos ver se vocês imaginam quem é que está avacalhando a coisa toda: pois é, o Gilmar de novo. Na última votação. Gilmar votou a favor da prisão após segunda instância. Agora Gilmar diz que mudou de ideia e jura que isso não tem nada a ver com o PT ter saído do governo. Como a última votação foi decidida por apenas um voto, a mudança de posição de Gilmar reverteria a decisão da corte.
O habeas corpus de Lula foi colocado em votação como manobra de Cármen Lúcia para evitar uma insurreição contra a prisão após segunda instância. A sessão de votação do HC atrasou porque houve uma questão preliminar sobre a procedência de julgar o habeas corpus. Esse é o tipo de questão que, em uma semana normal, talvez pudesse ter sido discutida pelos ministros antes do julgamento. Mas não foi uma semana normal.
Quem esperava a festa da prisão de Lula nesta segunda (26) ficou frustrado, mas não está claro que Lula tenha ganho muito mais do que o direito de passar a Páscoa em casa.
Dois ministros, Alexandre de Moraes e Rosa Weber, sugeriram fortemente que votarão com o entendimento atual da corte —isto é, não concederão o habeas corpus de Lula. Se os dois votarem mesmo contra Lula, Lula será preso. Tudo isso, é claro, tem muito de teatro. Lula deve se livrar da cadeia quando todo mundo se livrar: quando a revisão da prisão em segunda instância for votada.


Não há muito o que fazer: se as grandes decisões políticas forem para o Judiciário, a política irá segui-las, porque a política vai para onde o poder estiver.

Para vencer em outubro Temer lança "pacote eleição"

Temer tem 1% das intenções de voto. No mesmo levantamento, 6% dos entrevistados consideram o governo ótimo ou bom e 70% o avaliam como ruim ou péssimo. Agenda de inaugurações é para tentar se viabilizar nas eleições
Presidente, que admite tentar candidatura, precisa lançar obras até julho
Gustavo UribeTalita Fernandes – Folha de S.Paulo
No momento em que tenta viabilizar uma candidatura à reeleição, o presidente Michel Temer (MDB) prepara uma agenda de inaugurações e anúncios até julho, prazo final permitido pela legislação eleitoral. O “pacote eleição”, apelido dado por assessores e auxiliares presidenciais, inclui o reajuste do Bolsa Família, a entrega de moradias populares, a inauguração de terminais em aeroportos e a visita a um hospital já em funcionamento.
As iniciativas têm sido reunidas pela Casa Civil, que recebeu da equipe ministerial sugestões de eventos ou cerimônias para que o presidente participe até a véspera da disputa presidencial.
O emedebista já admite publicamente que pretende disputar um novo mandato. A legislação eleitoral veda a presença de candidatos a inaugurações de obras públicas após 7 de julho, três meses antes da realização do pleito.
A ideia é que ele faça a partir de agora pelo menos uma viagem por semana pelo país para a entrega de empreendimentos e desloque eventos ministeriais para o Palácio do Planalto, onde ele possa assumir protagonismo.
A estratégia, além de uma tentativa de aumentar a taxa de popularidade de apenas 6%, é construir uma narrativa de que o presidente deixou um legado para o país e criar elementos e imagens que possam ser citados como realizações em uma futura propaganda eleitoral.
O esforço teve início na última sexta-feira (23), quando ele viajou a Xique-Xique, na Bahia, para inaugurar projeto de irrigação do Baixio-Irecê. O canal já estava pronto havia quatro anos, antes de o emedebista assumir o Planalto, só não funcionava.
Até o início de abril, Temer também anunciará um reajuste superior a 5% no Bolsa Família, programa de transferência de renda criado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O aumento é dado após o benefício não ter tido incremento no ano passado.
PACOTE ELEIÇÃO
No momento em que avalia uma reeleição, Temer organiza agenda de inaugurações e anúncios até junho
1.    Bolsa Família
A previsão é de que seja anunciado um reajuste superior a 5% no programa social. No ano passado, o benefício não teve aumento
2.    Minha Casa, Minha Vida
A meta até o final do ano é de que sejam contratadas 650 mil residências. No ano passado, a meta era firmar 610 mil contratos, mas foram realizados cerca de 450 mil
3.    Transposição do rio São Francisco
A ideia é de que seja entregue a última estação de bombeamento do Eixo Norte da Transposição do rio São Francisco, na cidade de Salgueiro (Pernambuco). Quando Temer assumiu, o trecho da obra já estava mais de 80% concluído
4.    Centros Esportivos
A expectativa é de que ele participe de inaugurações dos centros de iniciação ao esporte em Petrópolis (RJ) e Teresina (PI) e do centro esportivo da Universidade de Alagoas
5.    Hospital
O presidente também pretende fazer visita ao Hospital Dom Tomás, em Petrolina, que foi inaugurado no ano passado

‘FALCATRUAS’
No pacote de inaugurações, está prevista também a entrega da última estação de bombeamento do Eixo Norte da Transposição do São Francisco. O empreendimento foi iniciado pelo governo petista e o trecho em questão já estava mais de 80% concluído quando o presidente assumiu o Palácio do Planalto.
Temer pretende também entregar moradias populares do Minha Casa, Minha Vida. No ano passado, a meta era firmar 610 mil contratos, mas foram realizados apenas cerca de 500 mil.
Na lista de anúncios até julho, há ainda centros esportivos, pavimentações de estradas, terminais de passageiros no Acre e no Espírito Santo e visita ao Hospital Dom Tomás, em Petrolina, que funciona desde 2016.
Temer decidiu disputar a reeleição em uma tentativa de defender a sua biografia do que classifica como “pecha de falcatruas”. Em quase dois anos no cargo, ele foi denunciado duas vezes pela PGR (Procuradoria-Geral da República) por corrupção passiva, obstrução da Justiça e organização criminosa. As acusações estão paralisadas por decisão da Câmara dos Deputados e só podem ser retomadas quando ele deixar o cargo.
Temer teve recentemente seus sigilos bancário e fiscal quebrados por determinação do STF (Supremo Tribunal Federal), no inquérito que trata de suposto favorecimento a empresas do setor portuário, e enfrentou a prisão de três aliados: Geddel Vieira Lima, Eduardo Cunha e Rodrigo Rocha Loures, além da existência de acusações de corrupção que pesam contra seus principais ministros, Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Eliseu Padilha (Casa Civil).
PALANQUE
Como parte da estratégia de construir a narrativa de que deixou um legado, o presidente vai aproveitar a data em que completa dois anos à frente do governo federal, em maio, para um evento que servirá como uma espécie de palanque político.
A ideia é promover uma cerimônia no Palácio do Planalto, divulgar uma campanha publicitária e apresentar um balanço das realizações. A relação do que foi feito pelo emedebista deve ser organizada em um documento, que será posteriormente distribuído à base aliada na tentativa de convencê-los a defender o projeto do presidente.
Segundo pesquisa Datafolha divulgada em janeiro, Temer tem 1% das intenções de voto. No mesmo levantamento, 6% dos entrevistados consideram o governo ótimo ou bom e 70% o avaliam como ruim ou péssimo.

Senadora do PP parabeniza ações contra Lula no RS

Durante a convenção estadual do PP, neste sábado (24), a senadora Ana Amélia Lemos (RS) parabenizou os ruralistas que protagonizaram durante a semana cenas de protestos contra a caravana do ex-presidente Lula pelo interior do Estado
Em discurso, a senadora disse: “Quero parabenizar Bagé, Santa Maria, Passo Fundo, São Borja. Botaram a correr aquele povo que foi lá levando um condenado se queixando da democracia. Atirar ovo, levantar o relho, mostra onde estão os gaúchos”.
Em diversas ocasiões durante a semana, manifestações organizadas por sindicatos rurais culminaram em hostilidades à caravana e aos apoiadores do ex-presidente. Em Santa Maria, na terça-feira (20), enquanto Lula participava de ato fechado com a reitoria da UFSM, manifestantes contrários ao evento partiram para cima de pessoas que acompanhavam a visita, na sua maioria estudantes.
Ações foram apoiadas pela senadora, viúva do senador biônico Octávio Omar Cardoso apoiador da ditadura militar e ex-jornalista da RBS. Apesar dos protestos, a passagem da Caravana de Lula pelo RS foi encerrada com um ato em São Leopoldo na noite de sexta-feira (24).