Assessoria do cantor informou que empresa está declarada à Receita Federal
O nome do cantor Roberto Carlos aparece nos documentos da firma panamenha de advocacia Mossack Fonseca, responsável pela abertura de empresas em paraísos fiscais para clientes abastados. No domingo (3), ela teve 11,5 milhões de registros vazados pela série de reportagens "Panama Papers".
A informação foi noticiada nesta terça-feira (6) pelo blog do jornalista Fernando Rodrigues no UOL, que faz parte do grupo Folha. O músico brasileiro é apontado como acionista da empresa "Happy Song", criada em março de 2011 no Panamá e ligada ao "rei" só em 2015.
A companhia surgiu com intermédio da consultoria uruguaia Baker Tilly e teve as ações originais emitidas sem o nome do dono nos documentos, endereçados apenas "ao portador". A empresa tem como diretores três parceiros profissionais de Roberto Carlos: Reynaldo Ramalho, José Carlos Romeu e Marco Antonio Castro de Moura Coelho.
Quando, em 2013, a legislação panamenha passou a proibir as ações sem registro do proprietário, títulos da Happy Song foram emitidos para a empresa Taunus Investment Group S.A.
Gerida pela Baker Tilly, a também uruguaia Taunus responde pelas ações ou pela diretoria de companhias em paraísos fiscais. Ela é acionista de outras 42 empresas criadas Mossack Fonseca em nome da offshore Hoslynd S.A, também ligada à Baker Tilly.
O envolvimento da Taunus com a Happy Song foi encerrado em abril de 2015, quando novos títulos foram emitidos em nome de Roberto Carlos. A atuação em offshores não é ilegal, desde que não utilizada para atividades como lavagem de dinheiro e sonegação de impostos.
Em resposta ao UOL, a assessoria de Roberto Carlos informou que a empresa está declarada à Receita Federal e ao Banco Central.
"As participações em empresas são devidamente declaradas, bem como seus rendimentos tributáveis ou não, e que as remessas de recursos são detalhadas, conforme o trâmite legal aplicável, qual seja, quando ao exterior, por meio de instituição financeira legalmente autorizada a operar no mercado de câmbio, e no Brasil pelo Banco Central", afirmou Sylvia Silveira, executiva do Grupo Roberto Carlos.