PREFEITURA DE TRINDADE

SARGENTO EDYMAR

07 março 2022

‘Covid longa’: pacientes lidam com sintomas mesmo depois da cura

Clipping

O aprendizado continua. Mesmo depois de dois anos de pandemia, a medicina ainda tem muito a aprender sobre os efeitos que a Covid-19 é capaz de gerar. Além das mortes, que, no Brasil, já passam das 650 mil, sendo mais de 21 mil delas só em Pernambuco, a crise sanitária, agravada por ondas de transmissão de variantes como a Delta e a Ômicron, deixa todo um contingente de ex-infectados com sequelas que podem perdurar pelo resto da vida (veja no infográfico abaixo). Trata-se do que os cientistas chamam de “Covid longa”.

Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que a doença foi prolongada quando os sintomas, ou parte deles, persistem por mais de quatro semanas após o teste positivo. Segundo estimativa da instituição internacional, cerca de 25% das pessoas que tiveram a infecção continuam se sentindo doentes até a quinta semana depois do diagnóstico, enquanto 10% dos pacientes continuam sofrendo com os impactos após três meses.

Inflamação generalizada
Pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Ensp/Fiocruz), a pneumologista Margareth Dalcolmo lembra que a “Covid longa” é resultado do processo inflamatório que acomete todos os sistemas do corpo humano no agravamento da síndrome respiratória.

“A doença compromete a microcirculação, venosa e arterial, com a liberação de citocinas tóxicas, inflamatórias e pró-coagulantes, o que caracteriza o quadro que favorece o aparecimento de tromboses, embolias e fenômenos vasculares”, explica. “Essas sequelas dizem respeito a qualquer órgão do corpo, seja o pulmão, o coração, o sistema nervoso central. Então, a ‘Covid longa’ se caracteriza por uma série de sintomas diferentes, eventualmente comprometendo mais ou menos um órgão”.

Além da permanência de sintomas que o paciente já apresentava enquanto estava doente, há a possibilidade de novas complicações aparecerem mesmo semanas após a alta. “A pessoa sai da doença, fica relativamente estável e começa a aparecer um determinado sintoma algum tempo depois. Inclusive, sintomas dermatológicos. Há muitas doenças, chamadas dermatoides, que aparecem após a Covid-19”, alerta a médica.

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