PREFEITURA MUNICIPAL DE TRINDADE

20 maio 2021

‘Seria perguntar se a chuva molha’, diz Pazuello sobre capacidade de generais em gestão e liderança

 

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O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello disse nesta quarta-feira (19), no depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, que questionar a capacidade de generais em gestão e liderança “seria como perguntar se chuva molha”. Ele deu a resposta após o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), perguntar sobre suas credencias para chefiar o Ministério da Saúde.

Este é o oitavo dia de depoimentos na Comissão que apura ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia de Covid e eventual desvio de verbas federais enviadas a estados e municípios.

“Sobre gestão e liderança eu acredito que seria perguntar se a chuva molha, se o oficial tem competência de gestão e liderança. Se nós não tivermos, tem que começar do zero a nossa instituição”, disse o ex-ministro.

Pazuello afirmou ainda que se considera “plenamente apto” para o cargo que exerceu, à frente da pasta.

“Eu me considero, sim senhor, plenamente apto a exercer o cargo de ministro da saúde”, afirmou.

Em sua resposta, o ex-ministro disse também que nos “batalhões logísticos” que ele comandou tinham “companhias de saúde, saúde operacional”.

“Nos batalhões logísticos que eu comandei tinham companhias de saúde, saúde operacional, onde você tinha que prestar apoio aos paraquedistas ou a tropa para fazer a evacuação, a estabilização e evacuação dos doentes até os hospitais de campanha que eu viria a comandar depois. Isso aí só para falar para o senhor sobre a área de saúde”, afirmou.

Pazuello disse ainda que para ser ministro é necessário uma assessoria técnica, capacidade de ouvir e sensibilidade.

“Ser um ministro da saúde ou qualquer ministro nesse nível, ele tem que ter assessoria técnica, ele tem que ter capacidade de ouvir, ele tem que ter sensibilidade para tomada de decisão e decidir rápido porque todos os dias vidas eram perdidas”, afirmou.

Pazuello disse irá “responder todas as perguntas, todas, sem exceção” e que foi à CPI “com bastante conteúdo”.

“Eu vim aqui e eu vou responder todas as perguntas, todas, sem exceção [..] Eu vim com bastante conteúdo e eu pretendo deixar claro à população brasileira e a todos os senhores todos os fatos e todas as verdades que aconteceram sob a minha gestão, sob a nossa gestão”.

O ex-ministro foi à CPI amparado por um habeas corpus concedido pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), que o permite ficar em silêncio sempre que entender que as perguntas possam levá-lo à autoincriminação.

Pazuello disse ainda que respostas “simplórias” e “sem contextualização” não atendem a população.

“[…] Eu acredito que nós temos aí uma população brasileira toda nos olhando e respostas simplórias, sem contextualização, sem a compreensão do que nós estamos falando, não vai atender as pessoas que estão nos esperando”, afirmou.

‘Homem comum’

Em sua fala inicial, Pazuello disse que está agradecido à CPI pela oportunidade de “esclarecer a verdade” sobre a pandemia. Ele também prestou solidariedade às vítimas da Covid.

O ex-ministro afirmou que foi à CPI como um “homem comum”. General da ativa, ele fez um resumo de sua carreira no Exército.

“Quem está aqui sentado hoje é um homem comum, um filho que perdeu a sua mãe muito cedo e seu pai há pouco tempo (…) Um cidadão brasileiro, mas que por opção jurou defender o seu país independentemente dos riscos inerentes às missões recebidas”, afirmou Pazuello.

O ex-ministro também apresentou um balanço das ações do governo ao longo da pandemia.

Pazuello disse que a decisão do STF deu aos governadores o poder de tomar decisões sobre medidas contra o coronavírus. No entanto, a decisão da Corte ao contrário do que alegam governistas, não exime a União de responsabilidade.

“A União disponibiliza recursos para que estados e munícipios executem as ações de saúde. Aos estados e municípios cabem, por intermédio das secretarias de saúde, de forma plena, executar as ações em saúde. As decisões do STF limitaram ainda mais essas ações. Assim não há possibilidade de o Ministério da Saúde interferir nas ações nos estados de saúde”, argumentou Pazuello.

Fonte: G1

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