Semana passada, Bolsonaro havia criticado os termos do negócio
Renato Andrade e João Sorima Neto - O Globo
A decisão tomada pelo presidente Jair Bolsonaro em relação ao negócio entre as fabricantes de aviões Embraer e Boeing foi a primeira ação concreta de cunho liberal tomada pelo novo inquilino do Palácio do Planalto.
A sinalização de que a nova administração teria um caráter menos estatizante e mais pró-mercado foi dada logo na largada da campanha eleitoral de 2018, quando Bolsonaro mostrou que seu mentor econômico era Paulo Guedes, um representante nato da escola econômica liberal norte-americana.
Mas a convicção do atual ministro da Economia na agenda liberal nunca foi compartilhada de maneira cega pelo presidente eleito. A própria parceria entre Embraer e a Boeing é um exemplo de como o atual comandante do Executivo titubeou entre adotar uma postura econômica efetivamente favorável ao Estado menor e as velhas crenças sobre a necessidade de manter determinadas áreas e segmentos da economia sob a tutela do Estado por conta de supostos problemas de soberania nacional.
Entre a dúvida e a decisão desta quinta, a agenda liberal conseguiu sua primeira vitória.
Para analistas do setor aéreo, a união entre Embraer e Boeing na aviação comercial faz todo o sentido, considerando que este é um segmento que deve apresentar forte crescimento nos próximos anos. Com a força da Boeing, a Embraer terá mais condições para desenvolver novos projetos, inclusive em parceria com a Força Aérea Brasileira (FAB).
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