Profissionais reclamam da falta de revistas e armas de fogo circulando entre os presos
Jedson Nobre/Arquivo Folha de Pernambuco
O complexo do Curado conta com 1.500 vagas para homens em ressocialização, mas comporta uma população de cerca de sete mil. Para manter a ordem em cada um dos três presídios atuam entre três e cinco agentes penitenciários por plantão. O resultado disso, segundo os agentes, é que não há como controlar o fluxo de reeducandos nas dependências dos pavilhões. Sendo assim, a figura do "chaveiro" permanece no Curado, cabendo aos próprios detentos o controle dos pavilhões, como a liberação de presos para irem a escolas ou consultas médicas. O comércio de armas brancas também continua. A média de preço para adquirir um dos materiais é de R$ 300.
Cortesia/WhatsApp
Em nota, o Sindasp-PE diz que a situação dentro das unidades continua tensa e que a visita ocorreu sem grandes problemas após uma negociação da direção dos presídios com os chamados “cabeças de área” para que contivessem o restante dos detentos. Para a entidade, essa negociação mostrou a fragilidade do Estado e que os presos reconheceram que podem conseguir mais coisas. “O que de fato ocorre é que o Estado está refém dos presos e os agentes, sem efetivo, sem equipamento e lançados à sua própria sorte”, diz a nota.
Medidas
A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos anunciou nesta quarta (28) uma lista com 17 medidas para desafogar as unidades da Região Metropolitana do Recife (RMR), sendo 12 consideradas de curto prazo, com previsão de serem concluídas em até quatro meses. Entre elas está a conclusão e entrega do Complexo Prisional de Tacaimbó, com 676 novas vagas, que deverá estar disponível para os detentos até o fim de março sob o investimento de R$ 11,3 milhões. Antes disso, deverá ser entregue em 60 dias o Presídio de Santa Cruz do Capibaribe, com capacidade para 186 reeducandos.
Nas unidades da RMR estão previstos o fortalecimento do núcleo de inteligência e implantação do vídeo monitoramento em 150 dias, além da construção de um muro na área frontal do Complexo do Curado, na avenida Liberdade, e a instalação de alambrados no entorno superior da muralha, em 120 dias. Também está na lista a revisão de todos os equipamentos de segurança das unidades e detectores de metais.
A médio e longo prazo estão previstas a ampliação do Complexo do Curado e do Centro de Observação e Triagem Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, ambos em seis meses, além da conclusão e entrega de unidades em Itaquitinga e Araçoiaba. Estas duas medidas deverão demorar cerca de dois anos para serem entregues.
Antes da lista, o Governo do Estado já havia prometido contratar imediatamente 132 agentes de segurança penitenciária, todos do concurso realizado em 2009.
Nenhum comentário:
Postar um comentário