Uma aeronave de pequeno porte caiu na área urbana da cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul, na manhã deste domingo (22). Havia 10 pessoas na aeronave e não houve sobreviventes.
A queda ocorreu em uma área próxima à avenida das Hortênsias, a menos de dois quilômetros do centro do município, que é conhecido pelo turismo, especialmente na época do Natal.
Segundo o governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB), o piloto e proprietário da aeronave era o empresário Luiz Claudio Galeazzi. Os demais passageiros eram nove pessoas da família dele, incluindo esposa e três filhas do casal.
Mas o trabalho de identificação dos corpos ainda não foi encerrado e, por isso, Leite não divulgou os nomes de todas as vítimas. Cinco delas são crianças e adolescentes. O processo de identificação está sendo feito pelo IGP (Instituto Geral de Perícias), em Taquara (RS).
Outras 17 pessoas que estavam em solo precisaram ser levadas a hospitais da região, a maioria por inalar fumaça. No início da tarde, cinco já tinham sido liberadas. Mas duas mulheres ficaram em estado grave, com grau de queimaduras mais severo. Uma delas precisou ser transferida para um hospital em Porto Alegre.
Segundo a Infraero, a aeronave de prefixo PR-NDN levantou voo às 9h12, no aeroporto de Canela (RS), e caiu minutos depois. A aeronave seguiria para Jundiaí, no interior de São Paulo.
De acordo com o Governo do Rio Grande do Sul, as primeiras informações apontam que a aeronave bateu contra a chaminé de um prédio em construção, atingiu o segundo andar de uma casa e também uma loja de móveis, que estava vazia. Destroços ainda atingiram parte de um hotel.
A maioria das 17 vítimas eram de turistas hospedados no hotel. Após o acidente, hóspedes foram transferidos para outros locais.
A aeronave, um turbohélice, matrícula PR-NDN, é da fabricante Piper Aircraft, modelo PA-42-1000, fabricado em 1990, com capacidade para nove pessoas. Está com o registro em dia e não tem permissão para táxi aéreo.
O Corpo de Bombeiros atua no local, que ficou tomado por destroços. A avenida das Hortênsias é a principal ligação entre Gramado e Canela. Ela foi parcialmente liberada no início da tarde deste domingo.
A Secretaria da Segurança Pública do Rio Grande do Sul divulgou uma nota dizendo que o local ficará isolado até a remoção dos corpos e destroços das aeronaves e da realização de todas as perícias.
Os fragmentos dos corpos estão sendo retirados do local do acidente, segundo o coronel Mauricio Ferro, comandante regional do Corpo de Bombeiros.
“Pela natureza do acidente, um avião com velocidade bastante grande, e ter tido uma explosão, é comum que os corpos não sejam encontrados integralmente, então tudo o que é encontrado é colocado em sacos e, a partir daí, são identificados”, explica o coronel.
Os corpos serão levados para o Instituto Geral de Perícias da cidade de Taquara (RS), a 46 km de Gramado. “Eles vão para análise de DNA, para ter certeza de que todas as pessoas que embarcaram estavam na aeronave”, complementa.
O Corpo de Bombeiros faz a retirada da estrutura de concreto e metálica, especialmente da loja, que se destruiu com a queda do avião, para ter acesso total aos corpos.
As causas do acidente serão investigadas pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). Também haverá uma investigação da Polícia Civil, sobre as circunstâncias que envolvem o episódio.
Ao longo da manhã, a região de Gramado estava sob forte neblina, mas ainda não há informações sobre as possíveis causas do acidente.
A FAB disse em nota que investigadores do órgão regional do Cenipa, localizado em Canoas (RS), foram acionados para fazer a primeira etapa da apuração.
“Na ação inicial são utilizadas técnicas específicas, conduzidas por pessoal qualificado e credenciado que realiza a coleta e a confirmação de dados, a preservação dos elementos, a verificação inicial de danos causados à aeronave, ou pela aeronave, e o levantamento de outras informações necessárias à investigação”, declarou a FAB.
O governador Eduardo Leite foi até o local do acidente, onde deu entrevista à imprensa no final da manhã e também no início da tarde, junto com outras autoridades. “Os primeiros relatos dão conta de uma condição que, em princípio, não ensejaria a decolagem, mas isso precisa ser devidamente apurado”, disse ele.
“Infelizmente, por toda condição que se observa, não permite que se cogite qualquer sobrevivente”, disse o governador, ao prestar solidariedade às famílias das vítimas e aos feridos.