O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta segunda-feira (7), que a desdolarização do comércio entre países do Brics “é uma coisa que não tem volta” e que será implementada aos poucos.
Lula disse ainda que o Brics é “uma coisa nova no mundo” e que os países mais desenvolvidos dominaram as instituições internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI). Disse ainda que o bloco “não tem porteira fechada” para a entrada de novos países.
“É uma coisa que não tem volta. Isso vai acontecendo aos poucos, e vai acontecendo até que seja consolidado”, respondeu Lula ao ser questionado sobre a desdolarização durante coletiva de imprensa após a Cúpula dos Brics, no Rio de Janeiro. As informações são do Correio Braziliense.
Um dos principais objetivos do bloco é a criação de um sistema para realizar comércio entre os países membros usando as próprias moedas locais, sem depender do dólar norte-americano.
Esse é um dos maiores motivos para as críticas do governo de Donald Trump aos Brics. O republicano ameaçou nas redes sociais, na noite deste domingo (6), taxar em 10% quaisquer países que “se alinharem às políticas do Brics”.
Questionado sobre essa ameaça, Lula minimizou. “Na reunião dos Brics, ninguém tocou nesse assunto. Ou seja, como se não tivesse ninguém falado. Não demos nenhuma importância para isso”, comentou.
Brics não tem “porteira fechada”
O chefe do Executivo disse ainda que o Brics é “uma metamorfose ambulante”, e que os países do bloco ainda estão aprendendo como se organizar sem “repetir o erro dos outros”. Também afirmou que o bloco surgiu em um momento no qual os países mais desenvolvidos dominam os órgãos internacionais.
“Se você vê o absurdo que é o mundo… Você veja o FMI: embora os Brics representem, sabe, metade do PIB (Produto Interno Bruto) do mundo, o Brics só tem 18% no FMI de representatividade”, disse Lula, citando o poder de voto na instituição financeira.
Ele admitiu ainda que o bloco pode considerar a entrada de outros países no futuro. Criado originalmente por Brasil, Índia, Rússia e China – e com a entrada da África do Sul logo depois – o Brics já possui 11 países membros e dez parceiros, após um processo de expansão realizado nos últimos anos.
“É uma coisa que surgiu de nós, de baixo para cima. E temos a sorte de termos países importantes. E outros vão entrando. Nós não temos porteira fechada, quem quiser entrar, diz que quer entrar e nós vamos avaliar. E, na hora que a gente avalia, a gente faz o convite”, declarou ainda o presidente Lula.
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