PREFEITURA MUNICIPAL DE TRINDADE

17 maio 2015

Fator previdenciário: ganhos e perdas

Jânio de Freitas - Folha de S.Paulo
Tanto o governo Dilma como os que voltam a discutir o "fator previdenciário" não levam em conta a essência desse mecanismo: a injustiça. Ele pune os obrigados a se tornarem trabalhadores mais cedo na vida: exige-lhes, para receber aposentadoria integral, mais anos de contribuição previdenciária do que aos iniciados mais tarde no trabalho. Muitos anos mais, sobretudo, do que o exigido aos que têm meios para estender os estudos em universidade, ou mais ainda.
São "benefícios" diferenciados para quem fez o mesmo para recebê-los. E como são os despossuídos a iniciarem mais cedo a vida de trabalho e contribuição previdenciária, a diferenciação de tratamento que os prejudica é uma discriminação social e econômica explícita.
Ficou provada a constância com que os aposentados ainda na meia idade, com aposentadoria integral de homens aos 35 anos de contribuição e as mulheres 30, continuavam trabalhando. E, a depender dos patrões, a contribuir para a Previdência por terem carteira assinada. Isso porque, além do mais, a aposentadoria de trabalhador pela CLT é uma indecente porcaria.
Era a justa aposentadoria proporcional e indiscriminatória, em conformidade com o tempo de contribuição. Fora desta regra, antes do "fator previdenciário" e também com ele, só os funcionários públicos. Os civis, com o privilégio da aposentadoria integral idêntica aos vencimentos. E a mamata das mamatas dada ao militar, de receber como aposentado o soldo próprio do posto superior àquele em que se aposentou.

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