PREFEITURA DE TRINDADE

SARGENTO EDYMAR

09 agosto 2018

Aumento salarial de ministros do Supremo: aviso

Associação de juízes detalha lobby por aumento e avisa que novo foco é o Congresso
Daniela Lima – Painel – Folha de S.Paulo
Minutos após os ministros do STF aprovarem proposta de aumento dos próprios salários, entidades que fizeram lobby pelo reajuste distribuíram mensagens detalhando como chegaram até ali e indicando novos passos. Jayme de Oliveira, da Associação dos Magistrados Brasileiros, escreveu que, na véspera da decisão, esteve com Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes –“dois votos fundamentais pela recomposição”. Ele concluiu dizendo que, agora, a pressão deve ser sobre o Congresso.
O texto do presidente da AMB deixa claro que a entidade atua há meses para abrir caminho ao aumento de salários do Judiciário. Antes mesmo da deliberação do Supremo, ele diz, trabalhou para derrubar, em julho, trecho da Lei de Diretrizes Orçamentárias que vetava qualquer aumento a servidores.
“Importante destacar a atuação da AMB na votação da LDO, (…) [para] excluir artigo que vedava a recomposição para todo servidor público”, escreveu Jayme de Oliveira. “Resta, para concretizar a recomposição, diálogo com o Parlamento”, concluiu.
A proposta de reajuste precisa ser aprovada pelo Congresso, que não deve ter dificuldade em fazê-lo depois das eleições, admitem parlamentares influentes. A praxe é deputados e senadores equipararem seus salários aos de ministros do STF. Ou seja: aumento para uns é igual a aumento para todos.

Bolsonaro constrange Alckmin no berço do PSDB

Josias de Souza
Formado em medicina pela Universidade de Taubaté, Geraldo Alckmin especializou-se em anestesia. Mas nem recorrendo a todos os seus conhecimentos profissionais o presidenciável tucano conseguiria explicar o estado de torpor que leva parte do eleitorado paulista a reagir com indiferença às suas pretensões eleitorais. Pesquisa do instituto MDA informa que, no cenário sem Lula, Alckmin (15%) continua numericamente atrás e tecnicamente empatado com Jair Bolsonaro (18,9%) em São Paulo. Se não diagnosticar rapidamente a causa do fenômeno, o doutor arrisca-se a transformar o berço do PSDB no túmulo de sua candidatura.
Em São Paulo, o tucanato desfruta de uma hegemonia política que dura mais de duas décadas. Entre todos os tucanos, Alckmin foi o que governou o Estado por mais tempo: quatro mandatos. Dono de um carisma anestésico, reivindica o rótulo de “gestor”. Comparada à ruína do Rio, que levou Sérgio Cabral para Bangu 8, sua obra administrativa seria um ativo político. Mas um pedaço do eleitorado dá de ombros, flertando com o capitão.
Por quê? A imagem de Alckmin pode ter sido corroída pela ferrugem que toma conta do PSDB e pela radioatividade que o governo de Michel Temer transmite aos partidos que o ajudaram a sentar no trono. Ainda que consiga transferir o contágio de Temer para o rival Henrique Meirelles (MDB), Alckmin terá de lidar com logomarcas e nomes que aceleram a corrosão de sua candidatura: Odebrecht, Rodoanel, Centrão, Alston, Simens, Paulo Preto, Aécio…
Com 33 milhões de eleitores, São Paulo é o maior colégio eleitoral do país. Alckmin precisaria registrar um desempenho retumbante no seu Estado para compensar os votos que o PSDB não possui no Norte e no Nordeste e os que perdeu no Sul e no Centro-Oeste, sobretudo para Bolsonaro e para o ex-tucano Alvaro Dias. Ou o presidenciável tucano se recompõe no berço do seu partido ou se arrisca ficar de fora do segundo turno. Alckmin alega que o jogo está apenas começando. Sustenta que escalará as pesquisas quando for ao ar a propaganda eleitoral, a partir de 31 de agosto. Será?

Lula com Renan e Alckmin com Collor

Notícias do Golfo das Alagoas
Bernardo Mello Franco – O Globo
Graciliano Ramos, o grande escritor alagoano, tinha uma tese sobre a geografia e o destino das nações. Ele dizia que todos as potências mundiais contavam com um golfo em seu território. “Procure depois os países que não têm golfo. São todos sem importância, como é o caso do Brasil”, condenava.
Para superar essa limitação, o autor de “Vidas Secas” sugeria a seguinte medida: cavar um buraco no lugar da sua terra natal. O oceano avançaria sobre todo o estado, formando o Golfo das Alagoas.
A ideia de Graciliano nunca foi adiante. Os alagoanos continuaram no mesmo lugar, governados pela mesma elite política. Em 2018, ela se dividirá em alianças que resumem a grande barafunda nacional.
O tucano Geraldo Alckmin entregou seu palanque a Fernando Collor, que será candidato a governador. O presidenciável costuma repetir que quem enriquece na política é ladrão. O ex-presidente é réu na Lava-Jato, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro.
A aliança já produziu uma baixa. O ex-governador Teotônio Vilela Filho, dono do PSDB alagoano, avisou que não participará da campanha. “Meus correligionários sabem que não voto em Collor em nenhuma hipótese”, justificou-se. Alckmin não se importou. Topa tudo pelo tempo de TV do centrão.
O PT fechou negócio com Renan Filho, o primogênito de Renan Calheiros. O senador apoiou o impeachment e pertence ao MDB de Michel Temer. Ao pedir votos, defende Lula e faz discurso de oposição.
O ex-presidente não guarda mágoas. Em visita recente ao estado, usou sua popularidade para turbinar o aliado. “Renan sempre nos ajudou a votar tudo para melhorar a vida do povo brasileiro”, elogiou.
Antes de se consagrar como escritor, Graciliano foi prefeito de Palmeira dos Índios, no agreste alagoano. Numa carta famosa, resumiu o funcionamento da política local: “Para os cargos de administração municipal, escolhem de preferência os imbecis e os gatunos”. “Tenho na cabeça uns parafusos de menos, mas não sou imbecil, não dou para o ofício e qualquer dia renuncio”, acrescentou. Ele cumpriu a promessa após dois anos no cargo.

Lula já constrói sua "candidatura" a cabo eleitoral

Josias de Souza
O PT ensaia uma coreografia grandiosa para o registro da candidatura de Lula na Justiça Eleitoral. Será na próxima quarta-feira (15). Nesse dia, haverá manifestações nas principais capitais. Três marchas de movimentos sociais devem chegar a Brasília no início da semana. A multidão gritará ‘Lula livre’. Mas o PT já não cultiva a ilusão de que a cela de Curitiba será aberta antes da eleição. Embora seus dirigentes não admitam publicamente, o que está em curso é a montagem da ‘candidatura’ de Lula ao posto de cabo eleitoral, não mais à Presidência da República. O enquadramento de Lula na Lei da Ficha Limpa é tratado internamente como fava contada.
Para vitaminar o poder de transferência de votos de Lula, o petismo aposta na comoção. Na noite desta terça-feira, o PT levou às redes sociais um vídeo que insinua o que está por vir (assista acima). O mote para a elaboração da peça foi um conjunto de frases pronunciadas por Lula defronte do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo em 7 de abril, dia em que se entregou à Polícia Federal. “Eu não sou mais um ser humano, eu sou uma ideia misturada com as ideias de vocês”, disse o condenado, antes de ser conduzido para a cela especial de Curitiba. “Minhas ideias já estão no ar… Agora vocês são milhões de Lulas”.
Lula e seus operadores mantêm em pé o plano de empurrar a impugnação da candidatura presidencial para uma data tão próxima do dia da eleição quanto possível. Consumado o indeferimento do registro no TSE, o partido recorrerá —primeiro à própria Corte eleitoral; depois, ao Supremo. Assim, a golpes de barriga, o PT espera esticar a corda até meados de setembro. Nesse intervalo, enverniza-se a pose de vítima de Lula.
Simultaneamente, alimenta-se o noticiário com matéria-prima para a mistificação do preso. Coisas como o estado de saúde dos seis militantes que dizem fazer greve de fome em Brasília e as evoluções da chapa tríplex (Lula—Fernando Haddad—Manuela D’Ávila), a ser convertida em chapa convencional (Haddad—Manuela) depois que a Justiça interromper, finalmente, a pantomima.
O poder de transfusão de votos de Lula será aquilatado pelas próximas pesquisas eleitorais. Em sua última sondagem, divulgada em junho, o Datafolha informara o seguinte: 30% do eleitorado dizia que votaria com certeza em um nome apoiado pelo pajé do PT. Outros 17% afirmavam que talvez votariam. Uma terceira fatia do eleitorado, estimada em 51%, declarava que não votaria num poste de Lula.
Além de elevar o índice dos eleitores que se deixam influenciar por Lula, o PT tenta reduzir as taxas de migração de votos do seu líder preso para candidatos de outros partidos. Segundo esse Datafolha de junho, 17% dos eleitores de Lula manifestavam a intenção de votar em Marina Silva se a candidatura do petista fosse barrada. Outros 13% prefeririam Ciro Gomes. Fernando Haddad, o poste de Lula, herdaria apenas 2% do eleitorado do padrinho. Até Jair Bolsonaro beliscaria uma fatia maior do cesto de votos de Lula: 6%.

Plano era Lula fora da eleição, diz ex-diretor da PF

O ex-diretor da Polícia Federal Paulo Lacerda fez duras críticas à operação Lava Jato. Em entrevista à agência Pública, Lacerda, que liderou a reestruturação completa da PF durante o governo Lula, criticou protagonismo do MPF e diz que tribunal furou a fila para condenar Lula. 
“Foram com sangue na boca. A ideia era tirar Lula do processo eleitoral. Para julgá-lo rapidamente, o tribunal furou a fila. Antes do processo do tríplex, havia mais de cem casos esperando para entrar na pauta”, diz Lacerda.
Mesmo considerando que o ex-presidente tenha cometido algum delito, o delegado afirma que a pena e a prisão são desproporcionais. “A base da condenação é frágil. O máximo que o Lula poderia pegar seria uma pena alternativa, como distribuição de cestas de alimentos à comunidade, ou uma prisão domiciliar”.
Aposentado, atualmente prestando serviços a uma entidade privada de segurança, Paulo Lacerda diz que o MPF atuou para assumir a paternidade da Lava Jato, operação que havia sido iniciada pela PF. “Não tem problema. Os senhores serão bem-vindos. Nós temos centenas de inquéritos que estão parados ou andando devagar por falta de gente”, disse ele numa reunião com procuradores. Na sua opinião, o MPF queria investigar alvos que atraíssem holofotes.  (BR 247)

08 agosto 2018

Justiça Eleitoral determina cassação de prefeito e vice de Ipubi

A investigação é fruto de denúncia de autoria da coligação “Ipubi para Todos” – (PMDB, PTB, PSDB, PSL e PTC)
Por Carlos Britto / Foto: reprodução
A Justiça Eleitoral determinou a cassação dos mandatos de Chico Siqueira e João Coutinho de Alencar Filho, respectivamente, prefeito e vice da cidade de Ipubi (PE), no Sertão do Araripe.
Conforme a decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) publicada hoje (7), os administradores municipais são apontados por abuso de poder econômico e político, além de captação ilícita de sufrágio, ou seja, corrupção eleitoral realizada mediante a doação, oferta, promessa ou entrega de qualquer vantagem.
A investigação é fruto de denúncia de autoria da coligação “Ipubi para Todos” – (PMDB, PTB, PSDB, PSL e PTC). De acordo com a publicação, Chico Siqueira e João Coutinho ficam inelegíveis pelo período de 8 anos. O prefeito deve recorrer da decisão. O Blog procurou a assessoria da Prefeitura, que ficou de enviar um nota de esclarecimento.

JUMENTO PREFEITO - POLÍTICOS QUE COMPRARAM PREMIAÇÕES FORAM CONSTRANGIDOS EM MATÉRIA EXIBIDA PELO FANTÁSTICO

Uma matéria exibida na noite deste domingo no programa Fantástico da Rede Globo teve ampla repercussão no país e colocou em total constrangimento muitos políticos. Primeiro a matéria desmascarou uma entidade por nome de UNB – União Brasileira de Divulgação, onde o seu proprietário na maior cara de pau confessou tratar-se de um golpe. E foi mais além e disse que muitos políticos – prefeitos, vereadores e secretários municipais, gostavam de pagar pela “premiação” pra depois fazer propaganda promocional pessoal.

A matéria além de constranger os políticos, mostrou outro lado da política que causa indignação à população. O simples fato de o político comprar um diploma e uma medalha que na maioria das vezes não tem merecimento para tanto.

Muitos prefeitos do Brasil compram e participam deste “evento milagroso e picareta”. Alguns deles pagam com o dinheiro público. Em vários estados, o Ministério Público abriu investigação para combater a fraude.

Recentemente o prefeito de Araripina, Raimundo Pimentel, fez uma ampla e valorosa divulgação dessa premiação que o coloca entre os 100 melhores gestores do Brasil e os 10 de Pernambuco. E por coincidência a entidade era justamente a UNB, que foi desmascarada pela reportagem do Fantástico. Curiosamente, as matérias alusivas ao prêmio recebido tanto pelo prefeito quanto pela Secretária de Educação foram apagados do site oficial da prefeitura.


Fonte - Blog do Martinho Filho

Indicar Janot foi um erro de seu governo, diz Dilma

Dilma avalia que aceitar indicação de Janot foi um erro de seu governo
Ex-presidente, que agora é pré-candidata ao Senado, falou para estudantes da UFMG
Carolina Linhares – Folha de S.Paulo
"Mas a Dilma vai entrar por aqui?", perguntava um jovem entre as dezenas deles que se amontoavam na porta do auditório da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais na noite desta terça-feira (7). 
À espera de uma palestra da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que inaugura o curso "O impeachment de Dilma Rousseff como golpe de estado", os jovens pressionavam para entrar no auditório lotado, obstruindo completamente a circulação e a passagem. 
"Só se ela passar pela janela", respondeu outro. A ex-presidente entrou por uma porta lateral e somente depois que a confusão do lado de fora se resolveu. Para ocupar corredores do local, público precisou forçar a abertura da porta. 
Outras três salas com telas para transmissão da palestra também lotaram. A fila chegou a dar volta no prédio da faculdade. 
Foi o primeiro evento público de Dilma após ter sua candidatura ao Senado confirmada em convenção no domingo (5). Ela integra a chapa do governador Fernando Pimentel (PT), que tenta reeleição em Minas. 
"Não imaginava que teria um público tão grande", disse o professor Thomas Bustamente, da Faculdade de Direito, responsável pelo curso. Os cerca de 130 matriculados tiveram preferência para entrar no auditório, que comportou cerca de 500 pessoas.
O curso vale créditos de disciplina optativa para alunos da UFMG, mas é aberto ao público em geral. Serão 30 palestras com professores de direito, sociologia, educação e economia da UFMG para dar a resposta científica, segundo Bustamante, de por que o impeachment foi um golpe. 
"Não encontrei até agora nenhum argumento jurídico, teórico e moral para dizer que não foi golpe", disse o professor, justificando a falta de opiniões contrárias em seu curso. "As justificativas jurídicas do impeachment são inexistentes. Estamos a um passo de perder a democracia. É preciso evitar que aconteça de novo."
Após ser ovacionada em sua chegada, Dilma discursou por uma hora e vinte minutos, sendo vez ou outra interrompida por aplausos e risadas, num discurso repleto de ironias. 
Mesmo tratando de temas sérios, ela arrancava risos. "O golpe foi misógino. O homem é uma pessoa forte. Eu não, eu era dura. Eu era uma mulher também frágil, porque eles não têm o menor compromisso com a lógica", disse. A plateia gargalhou. "E era uma pessoa obsessiva e compulsiva que obrigava todo mundo em volta de mim... a trabalhar", completou em tom de sarcasmo. 
Afirmando ter sido condenada por mudanças em 0,3% do Orçamento, Dilma criticou a mídia e a Operação Lava Jato. Nesse momento, sem mencionar o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, disse ter sido um erro nomeá-lo.
"Eu acredito que talvez nós tenhamos cometido um erro, que foi aceitar a indicação, pelo Ministério Público, de tês candidatos a procurador e, entre os três, o mais votado nós indicaríamos", disse.
Dilma afirmou também que o impeachment teve o objetivo de enquadrar o Brasil, inclusive geopoliticamente, porque era um país com condições de desenvolvimento, estatais fortes e política externa independente, próxima da América Latina, da África e dos BRICS. 
"Ou seja, na contramão de tudo que é o receituário do processo de hegemonia dos Estados Unidos e mesmo da Europa", disse. 
A petista voltou a condenar as reformas e o teto de gastos do governo Michel Temer (MDB) e defendeu a inocência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo ela, o povo percebeu que o novo governo, de homens ricos e brancos, era um retrocesso: "uma parte da derrota deles é que não provaram que não era golpe".
Falando sobre a necessidade de subsídios e enveredando por explicações econômicas, Dilma foi aplaudida novamente ao dizer que "se existe uma coisa fake news no Brasil é a meritocracia". 
Certa hora, após algumas digressões e esquecimentos, Dilma mencionou até o ator Danny Glover, tentando lembrar o nome de outra pessoa. "É um grande ator, fez Máquina Mortífera, né? Mas o que vocês não sabem é que ele é assessor do Bernie Sanders [político americano progressista]." A plateia se divertiu. 
Ao final, Dilma foi cercada por estudantes em busca de uma selfie e, apesar dos esforços de sua equipe, foi perseguida por eles até entrar no carro e bater a porta, carregando flores. 

Lula soberano. É ele mesmo

Mônica Bergamo – Folha de S.Paulo
O formato do programa eleitoral do PT, que irá ao ar a partir do dia 31, já gera divergências no partido. O grupo que resistia à indicação de Fernando Haddad como vice acha que as primeiras propagandas devem mostrar exclusivamente a imagem de Lula.
Só assim, argumentam os favoráveis à tese, a legenda evitará que a candidatura do ex-presidente seja esvaziada antes da hora —ou seja, antes de setembro, prazo final para a substituição dele na cabeça da chapa.
Mesmo sem a participação de Lula no debate, a TV Bandeirantes deu ao PT sete credenciais para que convidados do partido ocupem lugares na plateia.
E Haddad, que pretendia participar do debate, foi convidado para dar entrevista ao programa “Canal Livre”, da Band, no dia 19. Ele já tinha sido chamado por coordenar o programa do petista.
A confirmação da chapa Haddad-Manuela D’Ávila (PCdoB) gerou preocupação no PSOL. Os dois teriam boa inserção no eleitorado jovem, universitário e de esquerda —justamente o campo em que o presidenciável do partido, Guilherme Boulos, poderia crescer.

Resignação: Lula mesmo fora dos debates

Na tentativa de não fragilizar ainda mais a campanha pelo registro de Lula na corrida eleitoral, o PT desistiu de recorrer à Justiça para obrigar emissoras de TV e órgãos de imprensa a aceitarem Fernando Haddad (PT) como representante do ex-presidente em debates.
A avaliação de que a montagem da chapa com Haddad de vice e Manuela d’Ávila (PC do B) no banco de reservas expôs a instabilidade eleitoral de Lula fez dirigentes do PT voltarem a dizer que ele prevê chegar até o fim da disputa sub judice, levando a batalha pela candidatura ao STF.  (Folha Painel)

Lula cai entre eleitores fiéis, mostram números do PT

Eles já estariam buscando o 'candidato de Lula' por duvidarem da viabilidade do ex-presidente
Mônica Bergamo – Folha de S.Paulo
O PT recebeu análises de especialistas que detectaram um crescimento no número de eleitores de Lula que já não acreditam que ele será candidato.
De acordo com essas informações, o eleitorado pró-PT começou a se mover sozinho, em busca de um “candidato do Lula”, independentemente de o partido apresentar um nome para substituí-lo. O grupo que declara voto espontâneo no ex-presidente, portanto, começou a minguar.
Os dados chegaram à direção da legenda no sábado, quando os petistas discutiam a possibilidade de indicar um vice na chapa de Lula com perspectivas reais de substituí-lo. Fernando Haddad acabou sendo o indicado.
As mesmas análises mostram que o ex-presidente mantém a capacidade de transferência de voto verificada em pesquisas já divulgadas. Quando Haddad e o ex-governador da Bahia Jaques Wagner foram testados como candidatos apoiados por Lula, chegaram a emparelhar com os primeiros colocados.

Vice de Bolsonaro agride sua árvore genealógica

Josias de Souza
Morrer é um exercício que, às vezes, exige vocação. A candidatura de Jair Bolsonaro, por exemplo, revela-se vocacionada para o suicídio. A cada novo gesto, o candidato parece enviar uma coroa de flores para si mesmo. Ao escolher o general Mourão como vice de sua chapa, Bolsonaro jogou sobre o seu projeto político algo muito parecido com uma pá de cal.
No poder, o melhor vice presidente é a ociosidade. Na campanha, o candidato a vice  mais conveniente é aquele que agrega valor à chapa. Há uma célebre canção cuja letra ensina que ''a vida é arte, errar faz parte''. Mas Bolsonaro cultiva uma arrogância destruidora. Quanto mais erra, mais o candidato persiste no erro.
Bolsonaro escalou as pesquisas trombeteando uma agenda em que homossexuais índios e quilombolas são equiparados a marginais e vagabundos. Parou de subir. Mourão, seu vice, atribuiu os males do Brasil à herança ibérica, à “indolência” dos índios e à “malandragem” dos africanos. Num país 100% feito de miscigenação, o general conseguiu ofender todo mundo. Tomado pela aparência, o vice de Bolsonaro é um racista sui generis, do tipo que não mandou examinar sua árvore genealógica.