PREFEITURA DE TRINDADE

SARGENTO EDYMAR

26 fevereiro 2018

Homem e mulher são presos em flagrante no Recife com 62 quilos de drogas e quatro armas de fogo

Polícia Civil apreendeu 60 quilos de maconha e dois quilos de crack, na comunidade Vietnã, na Zona Oeste. Duas pistolas são da PM.

Os 60 quilos de maconha e dois quilos de crack estavam armazenados em um depósito na comunidade Vietnã, na Zona Oeste do Recife (Foto: Polícia Civil/Divulgação)
Os 60 quilos de maconha e dois quilos de crack estavam armazenados em um depósito na comunidade Vietnã, na Zona Oeste do Recife (Foto: Polícia Civil/Divulgação)
Um homem e uma mulher foram presos em flagrante com 62 quilos de drogas e quatro armas de fogo, sendo duas pistolas da Polícia Militar de Pernambuco. A ação policial, divulgada nesta sexta-feira (23), ocorreu na comunidade Vietnã, em San Martin, na Zona Oeste do Recife.
Segundo a Polícia Civil, Hugo Santos da Silva e Cybelle Evelyn Souza foram flagrados em um depósito onde estavam armazenados 60 quilos de maconha e dois quilos de crack. Com eles, os agentes da 1ª Delegacia de Homicídios encontraram R$ 11.400 em dinheiro.
Polícia apreendeu quatro armas de fogo, sendo duas pistolas da PM de Pernambuco (Foto: Polícia Civil/Divulgação)Polícia apreendeu quatro armas de fogo, sendo duas pistolas da PM de Pernambuco (Foto: Polícia Civil/Divulgação)Polícia apreendeu quatro armas de fogo, sendo duas pistolas da PM de Pernambuco (Foto: Polícia Civil/Divulgação)
As prisões ocorreram na noite de quarta-feira (21), durante investigações sobre uma quadrilha que atua no tráfico de drogas em Santo Amaro, na área central do Recife. Os agentes invadiram a residência, usada para armazenar os entorpecentes e as armas.
”O depósito fica distante da área de ação do grupo. Essa é uma forma de dificultar o trabalho dos agentes. Quem passava na frente dessa casa, não imaginava que eli estavam guardados tantos quilos de maconha e crack”, informou o delegado Diego Acioli, responsável pelas capturas.
Com a duipla que foi presa, os agentes encontraram R$ 11.400 em dinheiro (Foto: Polícia Civil/Divulgação)Com a duipla que foi presa, os agentes encontraram R$ 11.400 em dinheiro (Foto: Polícia Civil/Divulgação)Com a duipla que foi presa, os agentes encontraram R$ 11.400 em dinheiro (Foto: Polícia Civil/Divulgação)
De acordo com o policial, o depósito seria gerenciado por Hugo. Mesmo sem antecedentes criminais, a polícia informa que ele tem envolvimento no tráfico.
“Ele era o responsável pela guarda da droga e dos armamentos, usados em homicídios e em outros crimes em Santo Amaro”, comentou Acioli. Os dois presos se negaram a prestar depoimento para a polícia, segundo o delegado.
A dupla foi autuada em flagrante por tráfico, associação para o tráfico, além de posse e porte ilegal de armas de uso restrito. Hugo seguiu para o Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana. Cybelle está na Colônia Penal Feminina do Recife, na Zona Oeste.

Polícia prende quatro homens com carro de placa clonada, crack, dinheiro e armas no Recife

Prisão foi feita na noite de sexta-feira (23), no bairro da Várzea, na Zona Oeste da cidade.

Polícia Militar prendeu quatro pessoas com armas, drogas, munições e dinheiro em carro com placa clonada, no Recife (Foto: Divulgação/PMPE)
Polícia Militar prendeu quatro pessoas com armas, drogas, munições e dinheiro em carro com placa clonada, no Recife (Foto: Divulgação/PMPE)
Policiais do Batalhão de Choque prenderam, na noite de sexta-feira (23), quatro homens que estavam em um veículo com placa clonada, no bairro da Várzea, na Zona Oeste do Recife. Com os suspeitos, foram encontradas armas, drogas e munições. A ação foi realizada em conjunto com a Delegacia de Camaragibe, no Grande Recife.
De acordo com a Polícia Militar, durante a abordagem, os suspeitos tentaram subornar os policiais. Com eles, foram encontrados uma pistola calibre .40 de numeração raspada, com dois carregadores e seis munições intactas, além de um revólver calibre .38, 11 munições do mesmo calibre.
Também foram apreendidos 1,3 quilo de crack e R$ 4 mil em espécie. Os quatro presos foram encaminhados à Delegacia de Camaragibe.

FBI vem ensinar a combater “fake news” no Brasil

O FBI desembarca no Brasil em março para fazer uma exposição no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sobre como o órgão rastreou e tentou combater as “fake news” nos EUA.
A corte montou uma força-tarefa junto com a PF (Polícia Federal) para tentar inibir a divulgação de notícias falsas durante a eleição.
Enquanto isso, o Ministério Público de São Paulo instaurou um inquérito para investigar eventuais irregularidades no fornecimento de uniformes escolares à rede municipal na capital. A medida foi determinada a partir de uma representação do vereador Toninho Vespoli (PSOL-SP). 
 Uma auditoria do Tribunal de Contas do Município (TCM) apontou problemas de qualidade e atraso na entrega das peças.


A Secretaria Municipal de Educação afirma que ainda aguarda o envio da análise técnica pelo TCM. E que, se confirmada qualquer irregularidade, as empresas serão multadas. Diz também que já penalizou os consórcios responsáveis em R$ 1,2 milhão pelos atrasos (Mônica Bergamo - Folha de S.Paulo)

Fundo teme perder recursos para novo Ministério

A criação do Ministério da Segurança alarmou os responsáveis pela gestão do Fundo Penitenciário Nacional, que tem dotação de R$ 570 milhões neste ano. Diretores do departamento que cuida do dinheiro temem que os recursos sejam remanejados para a nova pasta e pulverizados para financiar ações de combate ao crime, prejudicando investimentos no sistema carcerário. O ministro da Justiça, Torquato Jardim, recebeu apelos para manter o departamento sob sua guarda.
O Conselho Nacional de Secretários de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Administração Penitenciária enviou ofício ao presidente Michel Temer na quinta (21), sugerindo que a área não seja transferida para o Ministério da Segurança.
No documento, assinado pelos secretários de São Paulo e outros 18 Estados, eles dizem que o Funpen “tem destinação própria e exclusiva” e não pode ser “objeto de repartição com outros organismos vinculados à segurança pública”.
No ano passado, o governo flexibilizou as regras do fundo e liberou recursos para segurança. A pedido de um deputado de Minas Gerais, o ministério tenta há meses obter do Funpen R$ 15 milhões para a PM mineira comprar rádios.(Folha Painel)

Afastado desembargador que agrediu a própria mãe e irmã

STJ afasta desembargador acusado de agredir a própria mãe e a irmã
Frederico Vasconcelos – Folha de S.Paulo
Em decisão unânime, a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça recebeu denúncia contra o desembargador Luís Cesar de Paula Espíndola, do Tribunal de Justiça do Paraná, acusado da prática de crime de lesão corporal contra a própria mãe e uma irmã, em 2014. A denúncia do Ministério Público Federal foi formulada com base na Lei Maria da Penha. (*) Por maioria, a Corte determinou o afastamento cautelar e provisório do magistrado de suas funções até o julgamento da ação penal.
Para o afastamento, foi necessário o voto da presidente do STJ, ministra Laurita Vaz, já que a medida exige o quórum qualificado de dois terços dos membros do colegiado – no caso, dez votos.
O relator do caso, ministro Napoleão Nunes Maia Filho, votou pelo recebimento da denúncia por entender que há indícios razoáveis de autoria e prova de materialidade do crime. Os eventuais vícios ocorridos na fase do inquérito, suscitados pela defesa, não inviabilizam o recebimento da denúncia, no entendimento do ministro.
O afastamento do magistrado foi requerido durante a sessão de julgamento pelo vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia. O relator considerou que a medida seria “desarrazoada e desproporcional”, já que a eventual condenação à pena máxima prevista para o crime de lesão corporal não resultaria na perda do cargo de desembargador. Além disso, Napoleão Nunes Maia Filho lembrou que o suposto crime não foi cometido no exercício da função.
O ministro Jorge Mussi abriu a divergência ao votar a favor do afastamento do desembargador. Para os ministros que votaram pelo afastamento, a conduta imputada ao magistrado é grave, incompatível com o exercício da atividade, o que justifica a medida cautelar e provisória.
Em novembro de 2017, a Corte Especial recebeu outra denúncia contra o desembargador, pela suposta agressão a uma dona de casa. Segundo o Ministério Público Federal, a mulher teria acusado o magistrado de jogar entulho em seu terreno e foi agredida por ele durante uma discussão. Na época, não foi alcançado o quórum necessário para o afastamento do magistrado

Temer inicia "xadrez" da reforma ministerial

Ele terá que resolver casos de pastas com interinos e trocar auxiliares que sairão candidatos
Daniel Carvalho - Angela Boldrini – Folha de S.Paulo
O presidente Michel Temer começa nesta semana a desenhar o mapa de substitutos dos ministros que deixarão seus cargos no início de abril para disputar as eleições.
Os titulares das pastas e seus partidos já têm indicados para apresentar ao Palácio do Planalto. A lista inclui até nomes envolvidos em denúncias de corrupção.
Além de ter que decidir o que fazer com os Ministérios do Trabalho e da Indústria —hoje chefiados por interinos— e com o novo Ministério da Segurança, Temer terá que escolher quem vai assumir outras 13 pastas que ficarão vagas a partir de 7 de abril, prazo para a desincompatibilização.
Nos próximos dez meses, terão novo comando devido às eleições: Esporte, Desenvolvimento Social, Turismo, Integração Nacional, Relações Exteriores, Saúde, Educação, Ciência e Comunicações, Defesa, Transportes, Meio Ambiente e Minas e Energia. A Fazenda também pode passar por uma troca, se Henrique Meirelles decidir de fato ser candidato à Presidência.
"A ideia é que os partidos que hoje têm uma influência nos ministérios mantenham essas influências, até porque estamos contentes com o trabalho de todos. Os partidos serão ouvidos", diz o ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo), responsável pela articulação política.
Apesar da intenção de manter a atual distribuição das pastas, há o temor, na base aliada, de que as intenções eleitorais de Temer afetem o rearranjo na Esplanada.
Sob reserva, um líder pondera que, se realmente for disputar a reeleição, o presidente pode resolver prestigiar os partidos que se comprometerem a apoiá-lo.

Presidente do PT duvida que STF prenda Lula a tempo

Do Broadcast Político
A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), afirmou hoje não acreditar que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue o habeas corpus preventivo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a tempo de evitar uma prisão do petista. Em seminário realizado em Brasília e transmitido pelas redes sociais, a senadora criticou a "demora" do STF em pautar o pedido de Lula, que está na corte.

A defesa do petista tenta no STF evitar uma prisão antes do processo transitar em julgado, ou seja, chegar ao Supremo. O pedido já foi negado pelo ministro Luiz Edson Fachin, que enviou o caso ao plenário. A decisão de pautar o assunto cabe à presidente da corte, Cármen Lúcia.

"A gente não consegue que o Supremo Tribunal Federal se manifeste sobre o habeas corpus que está lá, que pelo menos paute isso e se manifeste contra ou a favor", comentou a presidente do PT. "Eu acho que a tendência é eles deixarem o TRF-4 julgarem os embargos e aí confirmar a sentença", completou.

No Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), os advogados do petista entraram com embargos de declaração para questionar o julgamento que confirmou sua condenação e aumentou a pena para 12 anos e um mês de prisão, em janeiro. Se a apelação for negada, a prisão poderia ser decretada na sequência, antes de recursos ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao STF.

Para Gleisi Hoffmann, não basta à Lava Jato impedir que Lula dispute a eleição presidencial, condenando o petista em segunda instância, mas "tem que prender para humilhar".

Admitindo a possibilidade de o ex-presidente ficar de fora da eleição, a senadora afirmou que a defesa do PT vai além de uma candidatura. "Nós queremos o Lula candidato, o PT quer, acredita nisso e vai lutar por isso, mas a candidatura do Lula, o direito de ser candidato, representa toda essa luta que estamos fazendo, essa resistência consubstancia isso, porque se não nós vamos ter uma eleição manietada". (Daniel Weterman - daniel.weterman@estadao.com)

Guru de Bolsonaro quer privatizar todas as estatais

"O governo é muito grande, bebe muito combustível", diz economista de Bolsonaro. Paulo Guedes defende privatização radical e diz que candidato vai combater tamanho do Estado.
Folha de S. Paulo - Fábio Zanini

Ex-capitão do Exército com posições estatizantes, Jair Bolsonaro conferiu a um ultraliberal a tarefa de criar seu programa econômico.
Aos 68 anos, Paulo Guedes tem doutorado pela Universidade de Chicago, instituição que se tornou o símbolo do liberalismo, alma mater de 29 prêmios Nobel de Economia, entre eles Milton Friedman, ícone dessa escola de pensamento econômico.
Com uma próspera carreira na área bancária, ele encontrou no presidenciável um aliado improvável. Desde novembro, os dois têm tido conversas quinzenais de quatro a cinco horas sobre temas econômicos. Falam-se com frequência por WhatsApp.
O presidenciável, segundo Guedes, tem aceito sua receita de privatização radical, corte de impostos e independência do Banco Central.
Depois de décadas recusando convites para ingressar no setor público, Guedes, CEO do Bozano Investimentos, se diz pronto a trocar suas caminhadas diárias pelo calçadão do Leblon por "aquela confusão lá" (Brasília). Bolsonaro já avisou que, se eleito, ele será seu ministro da Fazenda. 
Folha - Qual o eixo do programa econômico que o sr. está escrevendo para Bolsonaro?
Paulo Guedes - A Constituição de 88 previu a descentralização de recursos. Ela foi imperfeita, porque nós perdemos tempo no combate à inflação. A morte do Tancredo [Neves, em 1985] foi uma infelicidade. O Tancredo era um veterano de 1964, quando ele viu a democracia se perder pelo problema inflacionário. Quando ele vê a inflação subindo, entra dizendo: é proibido gastar, vou controlar os gastos públicos. Quando nós fomos para congelamento de preços, Cruzado, esse tipo de coisa, nós nos perdemos, nós fomos na direção da Venezuela, para a hiperinflação.
Como fazer na prática?
No programa do Afif [para presidente, que ele coordenou, em 1989], eu propunha privatizar tudo. Para zerar a dívida mobiliária, a dívida pública federal interna.
Vender patrimônio para pagar dívida é boa política?
É só fazer a conta: dois anos atrás foram R$ 500 bilhões e ano passado, R$ 380 bilhões de juro da dívida. Bota isso 25 anos. Dava para ter acabado com a miséria?
Mas privatizar tudo?
Privatizasse um pouco que fosse. Vá olhar hoje a despesa pública. Será que valia a pena? Ou pagar um superavit fiscalzinho, só para não deixar a dívida crescer muito? O país continua sendo um paraíso dos rentistas e inferno dos empreendedores. Os impostos subindo, os gastos públicos saindo de 18% do PIB quando os militares entraram para 45%, quando Lula e Dilma saíram, sendo 38% de impostos e 7% de deficit. É um governo totalmente disfuncional. O governo é muito grande, bebe muito combustível. Mas se você olhar para educação, saúde, ele é pequeno. Já que a democracia vai exigir a descentralização de recursos para Estados e municípios, o governo federal tem que economizar. Onde? Na dívida. Se privatizar tudo, você zera a dívida, tem muito recurso para saúde e educação. Ah, mas eu não quero privatizar tudo. Privatiza metade, então. Já baixa metade da dívida.
Tem clima para privatizar?
A pergunta é o contrário: tem clima para não privatizar? Onde começou o mensalão, Bradesco ou Correios? Onde se acusa o Eduardo Cunha? Caixa, loterias, fundos de pensão. Onde foi o petrolão? Petrobras. Você vê clima para continuar com as estatais?
Sempre há resistência.
Resistência de quem? O povo brasileiro é contra? Ou será que são vocês [imprensa]? Eu nunca escutei isso do povo. Eu escutei isso da Folha, de jornalistas tucanos, petistas...
As joias da coroa, Petrobras, Banco do Brasil, Caixa, tudo isso é privatizável?
Por que não pode vender o Correio? Por que não pode vender a Petrobras? E se o mundo for para um negócio de energia solar? E o shale gas [gás de xisto]? E se o petróleo, daqui a 30 anos, estiver valendo US$ 8 [o barril]? Você sentou em cima de um totem, ficou adorando o Deus do óleo. Por que uma empresa que assalta o povo brasileiro tem que continuar na mão do Estado?
O sr. fala de corrupção nas estatais, mas a Odebrecht, por exemplo, é privada.
Evidentemente, há piratas privados e criaturas do pântano político.
Então o sr. admite que corrupção não ocorre apenas no setor estatal?
Tira o oxigênio. Já viu alguém do Bradesco corromper alguém do Itaú? Alguém do "Jornal do Brasil" corromper alguém da Folha? O privado não corrompe o privado, quando corrompe é preso. Não digo privatizar a qualquer preço, estou falando de gestão de patrimônio público.
Bolsonaro tem histórico intervencionista, é ele o indicado para liderar essa agenda?
Tem algum problema a Dilma ter sido presidente porque foi guerrilheira? Teria algum problema um sujeito que foi capitão do Exército tentar ser presidente?
Ele se converteu ao liberalismo?
Tem que perguntar para ele. Ele me pediu um programa econômico. Esse grau de intervenção do Estado na economia dá um poder extraordinário. Por que as pessoas têm medo do Bolsonaro? Será que é porque a máquina de moer na mão dele deve doer?
O que é a máquina de moer?
O tamanho do Estado. O Leviatã.
Ele vai domar o Leviatã?
A pergunta é: vocês acham que está bom do jeito que está? Crescimento baixo, desemprego... Será que depois de 30 anos de social-democracia esse grau de intervenção do Estado na economia corrompeu, degenerou? Eu acho que sim. A Lava Jato é uma denúncia disso. É possível fazer uma aliança de centro-direita, onde em vez de aumentar imposto seja reduzido gasto público? Em vez de criar 150 estatais, como o PT, seja reduzir e privatizar de verdade? Em vez de combater a inflação só com juros na Lua, fazer a parte fiscal com juro baixo?
Previdência é a principal reforma hoje?
O governo fez o teto sem ter feito a casa. O teto cai. A reforma da Previdência é parte da reforma fiscal. A Previdência tem várias bombas. Uma é a demográfica, por isso tem que empurrar a idade para cima. Tem a da desigualdade, entre o sistema privado e o do funcionalismo. Tem uma terceira, que é a do financiamento. Você deixa 50 milhões sem carteira assinada para a outra metade poder ter emprego, porque cada emprego custa outro em encargos. O sistema liberal-democrata é o chileno. Não é repartição, é capitalização. Não é gestão pública, o governo garante o resultado, mas terceiriza a gestão, numa nova indústria. É capitalismo na veia. Em vez de o recurso ser dissipado, é acumulado.
Haveria uma transição?
Sim. Você tem que criar para a juventude, liberta pelo menos seu filho. O sujeito tem 18 anos, tem duas opções: carteirinha azul, com proteção da Justiça Trabalhista etc., entra na velha Previdência. Quer a porta da direita? Carteirinha verde-amarela. Não tem encargo trabalhista, zero. Se você quer a carteira verde-amarela, você aumenta a sua empregabilidade, porque você está recusando a Justiça Trabalhista. Tem outro problema, o sistema mistura assistência com Previdência. Às vezes o cara não contribuiu, precisa de uma renda mínima, não é Previdência.
Seria mantido o Bolsa Família?
Isso se chama voucher educação. Milton Friedman, 1960 em Chicago. E foi aplicado depois no Chile. O PT precisa pagar royalties.
O sr. ouviu críticas por sua aproximação com Bolsonaro?
É possível a ordem conversar com o progresso? O progresso não é Paulo Guedes, o progresso são as ideias liberais.
E a ordem é Bolsonaro?
A ordem é Bolsonaro. São os valores tradicionais e conservadores. Pode juntar trotskista com marxista, socialista, social-democrata e fazer governos de coalizão de esquerda? Pode. É possível uma aliança política entre o liberal econômico e conservador em costumes? É por aí que pode vir a governabilidade, uma aliança de centro-direita. É um novo eixo. É mais Brasil e menos Brasília. É não ter toma lá, dá cá, não ter 40 ministérios.
Dá para cair para quantos?
Eu sugeri 10. Bolsonaro gosta do número 15.
Como o sr. trataria a questão dos impostos?
Tem que simplificar e reduzir as alíquotas. Tem alíquota de 40%, mas o cara é isento. A de 37,5% e o isento. A Inconfidência Mineira ocorreu quando os impostos chegaram a 20%. Eu acho que nenhuma alíquota no Brasil podia ser mais de 20%. Em vez de ter o isento e o de 37%, vamos para o 20%? Paga todo mundo. Tem que reduzir drasticamente o número de impostos, são 54, quando você soma as contribuições. Tem que cair para 8, ou 10 no máximo. Agora, você não vai fazer isso num dia.
Quais?
Imposto de Renda, IVA, IPTU, poucas coisas. Mas temos que conversar ainda.
O estilo do Bolsonaro incomoda o sr.?
Ele tem os valores dele: Deus, pátria, família. "Ah, mas é a favor da tortura". Ele é realmente, torturou alguém?
Ele elogiou torturador [Brilhante Ustra].
O Ustra disse que não torturou ninguém. Quem está falando a verdade, quem não está? E um dos direitos do parlamentar é o de opinião.
Ele não se excede?


Todos nós, né? Você nunca se excedeu? O negócio de não merece ser estuprada [refere-se a frase dita contra a deputada Maria do Rosário] eu vi, a mulher estava defendendo um estuprador. E inverteu, de repente ele era o estuprador. Visivelmente foi um cara enfurecido, falando algo onde perdeu temporariamente a razão. Conheci muito políticos de maneiras civilizadas e crápulas de comportamento. E estou vendo uma pessoa que todos dizem que é bruta, mas que tem demonstrado muita retidão comigo.

Investigação contra Temer cheira a blindagem

Josias de Souza
Michel Temer já enviou para o freezer duas denúncias criminais. Há na fila uma terceira. Mas forças ocultas parecem conspirar para que ela esfrie sem precisar passar pelo necrotério da Câmara dos Deputados. O inquérito que apura a suspeita de envolvimento do presidente da República em traficâncias portuárias é submetido a curiosos embaraços.
Primeiro, o coronel João Baptista Lima, que permanece na surdina. Depois, o dueto entre PF e Procuradoria, que desafina. Logo virá a notícia: virou pó o que parecia o ouro da mina. E o brasileiro exclamará: Que sina!
Há cinco dias, o delegado Cleyber Malta Lopes endereçou ofício ao ministro Luís Roberto Barroso, relator da encrenca no Supremo Tribunal Federal. A autoridade policial pediu ao magistrado autorização para esticar a investigação por mais 60 dias. Sustenta, entre outras coisas, que precisa tomar o depoimento do coronel Lima, um amigão de Temer suspeito de receber propinas em seu nome.
Intimado a depor desde o ano passado, o oficial aposentado da PM paulista alega problemas de saúde para não dar as caras. A PF poderia requerer uma junta médica para examinar o coronel. Não requereu. Também poderia reivindicar uma oitiva à beira do hipotético leito. Não reivindicou. No limite, o delegado ainda poderia peticionar ao Judiciário para obter um mandado de condução coercitiva. Não peticionou. Tudo vai ficando como está.
A Lava Jato enferrujou a Presidência de Dilma Rousseff, levou Lula à porta da cadeia e invade aos pouquinhos os porões do tucanato. Só não consegue inquirir o coronel Lima.
Ao ministro Barroso, o delegado Malta insinuou que a Procuradoria-Gera da República, chefiada por Raquel Dodge, retarda desde dezembro providências sem as quais rumará para o brejo o inquérito que apura a denúncia de que um decreto de Temer sobre portos teria servido como ancoradouro de crimes graves —corrupção passiva e lavagem de dinheiro, por exemplo.
Emparedada, a Procuradoria apressou-se em informar que pediu, antes do Natal, a quebra dos sigilos bancário e fiscal de uma penca de investigados. Faz segredo dos nomes. Um zelo descabido, pois o que a lei protege é o sigilo dos dados, não dos nomes dos investigados.
Será uma pena se os brasileiros forem privados de conhecer em profundidade o coronel Lima. Ele se relaciona com Temer desde os anos 80. Assessorou o agora presidente quando ele ainda era um mero secretário de Segurança Pública de São Paulo. Virou homem de confiança. Por Temer, ele faz tudo.
O contracheque de policial não orna com a riqueza do coronel Lima. Amealhou fortuna estimada em R$ 15 milhões. O patrimônio inclui uma fazenda que a PF suspeita ser de Temer.


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