Estudo realizado pelo professor da Universidade de São Paulo José Pastore, mostra que haverá uma forte inversão na renda dos jovens. Segundo ele, até então, a maioria daqueles que entraram no mercado de trabalho conseguiram alcançar rendas maiores do que as obtidas por seus pais, mas de agora em diante será raro ver jovens conseguirem, ao longo do tempo, alcançar os rendimentos dos pais.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que há uma concentração na taxa de desemprego sobre os jovens de 18 a 24 anos. A última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), mostra que a taxa geral de desemprego é de 11%, mas para faixa etária chega a 27%. Essa prevalência entre jovens acontece pois com um quadro de desemprego alto — como temos —, a concorrência pelos postos de trabalho cresce, e entre um jovem inexperiente e uma pessoa madura com experiência, o experiente vai ter a preferência.
Os custos de treinamento e a preparação acabam pesando na comparação entre a contratação de pessoas com ou sem experiência. De acordo com Pastore, as tecnologias têm uma preferência especial para destruir empregos de classe média. “Por exemplo, quando a inteligência artificial entra em um grande almoxarifado, o gerente que controla os estoques é dispensado”, exemplificou. “Quando se instalam sistemas digitais de tradução para conferências virtuais, desaparece o trabalho dos que fazem interpretação simultânea. Nos cursos on-line, tomam o lugar de professores. E assim por diante. Todos trabalhadores de classe média”.
“Quando isso ocorre, os profissionais mais bem-educados conseguem se reciclar, adotam outra ocupação e até sobem de classe social. Os que não conseguem vão dirigir Uber, entregar mercadorias, ser zelador de prédio etc”, explicou o professor. Pastore diz que em muitos países, há muita gente que desce e poucos que sobem na pirâmide social
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