PREFEITURA DE TRINDADE

SARGENTO EDYMAR

16 setembro 2016

Propina: uma prática antiga no Brasil

De acordo Pedro Corrêa, o esquema na Petrobras já funcionava nos governos Sarney, Collor, Itamar, FHC e Lula

De acordo com Pedro Corrêa, o ex-presidente Lula sabia do esquema de propinas
O ex-deputado federal Pedro Corrêa, que cumpre pena de prisão pelo mensalão e é um dos condenados pelo petrolão, disse a investigadores que os dois esquemas são uma coisa só. Ambos tratam da compra de parlamentares para formação de apoio ao governo, o que se conhecia do mensalão, com dinheiro de propina paga por empresários em troca de contratos públicos, o que se sabe do esquema na Petrobras, investigado pela Operação Lava Jato. Segundo Corrêa, a indicação de cargos na Petrobras e em outras empresas públicas, além de ministérios e secretarias, visa atender a demandas empresariais com o fim de arrecadar propina a partidos políticos e seus integrantes.

De acordo com o ex-deputado, em depoimento dado no último dia 1º, os valores são repassados a parlamentares e utilizados na manutenção do poder partidário nas esferas federal estadual e municipal, beneficiando inclusive deputados estaduais, prefeitos e vereadores. Corrêa afirmou que as indicações funcionavam da mesma forma nos governos Sarney, Collor, Itamar, FHC e Lula.
O ex-deputado, que já foi presidente do PP, afirmou ainda que o ex-presidente Lula e o ex-ministro Antonio Palocci sabiam que o dinheiro distribuído era vindo de propina e não de caixa dois. No relato feito aos procuradores, Lula tinha a convicção de que a propina arrecadada servia para que os políticos e suas bases eleitorais continuassem a integrar o governo, votando matérias de interesse do executivo no Congresso Nacional.

De acordo com Corrêa, durante a formação do governo Lula, conversava-se abertamente sobre a necessidade dos partidos realizarem o mesmo esquema de arrecadação do PT, que recebia de empresas que prestavam serviços às prefeituras eleitas pelo partido, a fim de terem receita própria, já que o fundo partidário era visto como insuficiente para manter as siglas.

Paulo RobertoNa colaboração, Pedro Corrêa relatou a novela referente à nomeação do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, incumbido de conseguir propina para o PP. O caso só teria sido encerrado com a intervenção direta de Lula, que teria ameaçado demitir todos os conselheiros da Petrobras no início de seu governo.

FolharesumeEm depoimento concedido a investigadores, o ex-deputado Pedro Corrêa afirmou que os esquemas de corrupção do mensalão e do petrolão funcionam como uma coisa só. Segundo ele, a indicação de cargos na Petrobras, para arrecadar propinas a partidos e políticos, também existiu nos governos de Sarney, Collor, Itamar, FHC e Lula.

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