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18 março 2024

Votos corretos de Flávio Dino em defesa da Justiça do Trabalho

 

No último dia 28/2, amplos setores da comunidade jurídica nacional realizaram ato em defesa da competência da Justiça do Trabalho. Mobilizaram-se contra as recentes decisões do STF que têm anulado processos instruídos e julgados pela JT. Processos que reconhecem vínculos de empregos disfarçados de terceirização. Que, depois, de levantar os fatos e as provas de casos concretos, reconhecem a fraude à lei trabalhista diante da caracterização dos elementos dos contratos de emprego: pessoalidade, subordinação, não-eventualidade e onerosidade.

Muitas dessas decisões do STF têm sido tomadas individualmente por ministros que pouco conhecem o direito do trabalho. Decisões que desconsideram os fatos, os documentos, as testemunhas, os depoimentos das partes e demais provas colhidas na instrução dos processos pela JT. Essas decisões dos ministros do STF estão erradas tecnicamente porque a CF não atribuiu competência ao STF para examinar fatos e provas.

Exceção, claro, para a competência penal para julgar autoridades com foro privilegiado. As reclamações constitucionais podem ser julgadas pelo STF para preservar sua competência e garantir a autoridades de suas decisões. Uma decisão da JT que reconheça um contrato de emprego disfarçado não está invadindo a competência do STF. O inverso é que é verdadeiro. Nem está desrespeitando a autoridade de sua decisão.

Justamente porque a presença dos elementos do contrato de emprego só pode ser aferida através do exame dos fatos e das provas do caso concreto. Algo que é da competência da JT. E não do STF. Esses erros do STF começam a ser evidenciados pela doutrina e por entidades da comunidade jurídica nacional como OAB, associações de juízes, do ministério público, de advogados, institutos e universidades. E, em suas primeiras participações em julgamentos do STF, pelo ministro Flávio Dino.

Uma delas ocorreu na última 6ª feira (15/3), em julgamento em plenário virtual de agravo regimental contra decisão do ministro Alexandre de Moraes que, em reclamação constitucional, anulara decisão do TST reconhecedora de vínculo de emprego de apresentadora de telejornal. O ministro Flávio Dino, em voto divergente, apontou os erros do seu colega Alexandre de Moraes: i) a decisão do TST não afrontou a decisão do STF que permite genericamente a terceirização também em atividades fins (o Tema 725 da Repercussão Geral); e, ii) o STF não pode revolver fatos e provas.

Em suas palavras: “Nesse contexto, não diviso a existência de afronta aos precedentes invocados pela parte reclamante, tendo em vista que o Juízo reclamado, mediante exame acurado dos fatos postos em juízo, concluiu pela existência de irregularidades que descaracterizam o ‘contrato de prestação autônoma de serviços’, ao entendimento de que ‘o verdadeiro intuito é o de precarizar a relação de trabalho’. Anoto, por fim, que, para acolher a pretensão do reclamante, seria necessário o revolvimento fático e probatório dos autos de origem, finalidade a que não se destina a estreita via da reclamação constitucional. Ante o exposto, voto pelo provimento do agravo regimental para reformar a decisão monocrática e julgar a reclamação improcedente, de modo a manter a decisão do Tribunal Regional do Trabalho”.

Na mesma sessão virtual, em outra reclamação similar que havia sido provida pela ministra Carmen Lúcia, o ministro Flávio Dino também prolatou voto divergente corrigindo-a: “Não há como se reconhecer presente a estrita aderência entre o ato reclamado e os paradigmas invocados que concluem pela licitude da terceirização, pois a decisão reclamada não versou sobre a terceirização da atividade-fim, mas sim do vínculo trabalhista direto entre as partes, em consequência da verificação da fraude à legislação trabalhista. O agravante expõe que a decisão da Justiça do Trabalho ao reconhecer o vínculo empregatício, fundou-se em premissas fáticas que apontavam para a existência de fraude de ‘pejotização’, com o propósito de desvirtuar a relação de emprego, circunstância que não pode ser revisitada por esta via reclamatória sem que haja o necessário revolvimento fático probatório.”

São por votos como esses que o ministro Flávio Dino, já no início da sua investidura, vai confirmando as expectativas positivas que a sua trajetória de juiz federal, acadêmico, governador, senador e deputado federal despertaram entre os que sabem que um ministro do STF deve ter experiência institucional e saber jurídico para que a corte cumpra o seu papel de guardiã da Constituição. Nesses dois votos divergentes, o ministro Flávio Dino atuou para garantir a competência que o art. 114 da CF assegura à JT para examinar os fatos, as provas e o direito nos conflitos de trabalho. E, assim, para garantir o papel da JT para realizar os valores de justiça social e redução das desigualdades que constam como objetivos fundamentais da república no art. 3º, III, da CF.

*Advogado, professor de Direito Constitucional da Unicap, PhD pela Universidade Oxford

Piloto vítima de queda de avião é enterrado em Caruaru

 

O piloto de 52 anos que foi vítima da queda de um avião na Bahia, na última semana, foi enterrado, ontem, em Caruaru. Realizada no cemitério Parque dos Arcos, a cerimônia reuniu amigos e familiares de Jairo Souza, sob forte comoção. O corpo do piloto chegou ao Estado ainda no sábado (16). O velório aconteceu no hangar que Jairo era proprietário, no Aeroporto Oscar Laranjeira, em Caruaru. De lá, o corpo seguiu para o enterro.

O acidente aconteceu na quinta-feira (14), na cidade de São Sebastião do Passé, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). O piloto estava sozinho no avião. Ele morreu carbonizado no incêndio que consumiu a aeronave após a queda.

De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBM-BA), cinco viaturas atuaram na ocorrência. Além de controlar o fogo, a equipe fez a remoção do corpo do piloto. Ele foi encaminhado para o Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Santo Amaro, no Recôncavo da Bahia, onde foi periciado.

Ainda não se sabe a causa do acidente. Segundo os bombeiros, testemunhas informaram que a aeronave perdeu altitude, se chocou com o solo e pegou fogo em seguida. As primeiras informações dão conta de que o avião bimotor saiu de Caruaru, em Pernambuco, com destino a Guanambi, no sudoeste da Bahia.

Lula faz reunião ministerial para reverter queda nas pesquisas

 

A ficha demorou a cair para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Depois de seguidas pesquisas mostrando queda na aprovação, as primeiras sendo menosprezadas pela sua equipe, Lula agora reconheceu que precisa fazer ajustes de rumo em seu governo e fará cobranças na reunião ministerial de hoje.

A ideia é criar agendas positivas para reverter o cenário atual. Interlocutores de Lula esperam que ele entenda que não é só o seu governo que precisa mudar, mas principalmente ele, que está se pautando por um discurso mais à esquerda, afastando o eleitor de centro que votou no petista na eleição presidencial. As informações são do blog do Valdo Cruz.

Segundo aliados, a queda nas pesquisas vem do eleitorado que não é lulista, mas anti-Bolsonaro, que votou nele pela circunstância do momento e, agora, está se afastando.

Os ajustes de rumo já foram definidos:

  1. evitar novos aumentos de preços de alimentos se eles voltarem a subir;
  2. buscar canais de diálogos com dois grupos de eleitores que estão insatisfeitos com seu governo: agronegócio e evangélicos;
  3. evitar gerar munição para o bolsonarismo explorar nas redes sociais, desgastando a imagem do presidente da República.

Lula vai buscar viajar mais pelo Brasil, principalmente neste ano de eleição municipal, para fortalecer os candidatos a prefeito da base aliada de seu governo.

A principal batalha é em São Paulo (SP), onde a aprovação do petista também caiu. O presidente venceu Bolsonaro na cidade, na última eleição, apesar de ter perdido para o ex-presidente no estado de São Paulo.

17 março 2024

Tesouro diz que, sem esforço por mais receita, meta será descumprida em 2025 e 2026

Cenário obrigaria o governo Lula a adotar os gatilhos previstos no novo arcabouço fiscal; entenda
O Tesouro Nacional apontou, em relatório divulgado na sexta-feira (15), que o governo não conseguirá cumprir a meta de gerar um superávit primário em 2025 e 2026 sem medidas adicionais para elevar a arrecadação.

O cenário obrigaria a equipe econômica a adotar os gatilhos previstos no novo arcabouço fiscal. Se o governo descumprir a meta no próximo ano e no seguinte, por exemplo, o limite de despesas só poderia crescer em 2027 e 2028 a uma proporção de 50% do avanço da receita — em vez de 70% da regra original.

Além disso, o marco fiscal prevê que, caso o descumprimento aconteça por dois anos consecutivos, gatilhos adicionais são acionados, como a proibição de aumento de salários no funcionalismo público.

Enquanto a lei de diretrizes orçamentárias (LDO) atual prevê um superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 e de 1% do PIB em 2026, o cenário “base” da Secretaria do Tesouro Nacional, órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, que considera apenas o que já foi aprovado no Congresso, levaria a déficits de 0,5% no próximo ano e de 0,4% em 2026.

“Dessa forma, fica evidente que o cenário base [sem novas medidas de receita para 2025 e 2026] não promove as metas estabelecidas na LDO para além de 2024, demandando esforço fiscal para atingi-las”, escreveu o Tesouro no novo relatório de Projeções Fiscais. O documento também elabora um cenário de referência, em que as metas para o primário são cumpridas a partir de esforços adicionais para aumentar o nível de receitas da União e garantir a estabilização da dívida pública.

O cenário base do Tesouro considera que a meta de zerar o déficit será cumprida neste ano, uma vez que o pacote da Fazenda para turbinar a arrecadação foi em grande parte aprovado pelo Legislativo. A pasta inclusive subiu a estimativa de ganho com as medidas, de R$ 168,5 bilhões para R$ 170,8 bilhões neste ano, além de um ganho permanente de cerca de R$ 74 bilhões ao ano.

Isso, contudo, não é suficiente para garantir que a União continue performando bem no aspecto fiscal pelos próximos dois anos. Ainda há necessidade de um esforço arrecadatório de 1% do PIB em 2025 e de 1,3% do PIB em 2026.

Nem contingenciamento ajuda

O Tesouro calcula também que as metas dos próximos dois anos não seriam cumpridas sem medidas adicionais, mesmo com o contingenciamento de despesas. Isso porque o governo entende que o bloqueio no orçamento deve se limitar somente a um montante que preserve o avanço mínimo de 0,6% dos gastos. Com isso, o contingenciamento que seria aplicado em 2025 e 2026 seria de R$ 38,1 bilhões e de R$ 39 bilhões, respectivamente.

“Para os anos de 2025 e 2026, mesmo com o contingenciamento de despesas previsto na LDO, não é possível atingir o limite inferior da meta de resultado primário, o que implica aplicação da proporção de 50% da RLA nos anos de 2027 e 2028”, apontou o Tesouro. O órgão ainda observa que esse contingenciamento, equivalente a 0,3% do PIB, nos dois anos superaria o pagamento de precatórios expedidos. Assim, haveria ligeira redução da despesa em proporção do PIB, que chegaria a 18,7% (ante 18,9% observados em 2024).

“Entre 2026 e 2027, ocorre uma queda mais acentuada da despesa primária (0,5 p.p.), que alcança 18,3% do PIB em 2027, uma vez que a totalidade da despesa de precatórios volta a sujeitar-se ao limite de despesas, reduzindo o espaço das despesas discricionárias e a despesa total como um todo. A esse efeito, soma-se a redução do crescimento real do limite de despesas em 2027, ano em que o limite se eleva 1,4%, após crescimento de 2,5% por dois anos consecutivos”, calculou o Tesouro.
Com o gatilho acionado em 2027, as receitas líquidas ultrapassariam as despesas primárias, traduzindo em um superávit. Com isso, o saldo do primário atingiria 0,1% do PIB em 2027 e cresceria até atingir 1,3% em 2033.

O Tesouro observa ainda que o relatório não considera medidas de revisão de gastos obrigatórios que estão em curso no governo e que, segundo o órgão, podem contribuir para o aumento do espaço fiscal das despesas discricionárias ou melhorar os resultados primários.

Aprovação do governo cai, e supermercados sugerem antecipar desoneração de alimentos

Abras propôs ao governo Lula antecipar os efeitos da reforma tributária que vão zerar os impostos da cesta básica, como carne, leite, ovos e arroz

O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Galassi,enviou nesta sexta-feira (15) uma carta aos ministros da Fazenda, Fernando Haddad (PT), das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT) e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT) sugerindo a antecipação da desoneração de alguns alimentos e de produtos da cesta básica.

O documento é disparado após o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mostrar clara preocupação com a queda da sua aprovação e com a alta nos preços dos alimentos. O governo fez até uma reunião de emergência para tratar da inflação de itens básicos da comida do brasileiro entre o fim de 2023 e o início deste ano

Em entrevista ao SBT, Lula cobrou ministros e disse que seu governo precisa trabalhar para reduzir os preços não só dos alimentos, mas também da conta de luz. Para o presidente, o movimento é essencial para o governo “voltar a ter credibilidade junto ao povo brasileiro”.

Galassi diz que uma ação importante para garantir o abastecimento dos lares seria o governo antecipar os efeitos da Emenda Constitucional (EC) nº 132, a reforma tributária sobre o consumo, aprovada em dezembro de 2023. Em seu artigo 8º, ela trata da criação da Cesta Básica Nacional de Alimentos, com alíquotas de tributos reduzidas a zero.

“Antecipar essa desoneração dos principais produtos, como carne, leite, ovos, arroz e os alimentos da cesta básica, retirando a taxação de ICMS nos estados, pode contribuir de imediato para a alimentação das famílias brasileiras”, argumenta o presidente da Abras. O texto diz que esta é uma “solução breve para que a redução de preços chegue até a população nas prateleiras de supermercados”.

Reforma tributária

Na semana passada, antes mesmo de enviar os projetos de lei complementar (PLPs) que regulamentarão a reforma tributária dos impostos sobre consumo para o Congresso Nacional, o governo definiu a lista de itens que vão compor a nova cesta básica nacional.

Um dos itens que mais gerou polêmica na tramitação da reforma na Câmara dos Deputados, a tributação da cesta básica sofreu mudanças no Senado. A pedido do Ministério da Fazenda, foi inserida a criação de duas listas. A primeira, com a cesta básica nacional, destinada ao enfrentamento da fome. Essa cesta terá alíquota zero e poderá ter os itens regionalizados por lei complementar.

A segunda lista criará uma cesta básica “estendida”, com alíquota reduzida para 40% da alíquota-padrão e mecanismo de cashback (devolução parcial de tributos) a famílias de baixa renda. A versão aprovada na Câmara não restringia o número de itens com alíquota zero.

O impacto final sobre os preços, no entanto, ainda é desconhecido.

(Com Estadão Conteúdo)


ECONOMIA: Confiança do consumidor dos EUA e expectativas de inflação ficam estáveis

Índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan ficou em 76,5 em março; expectativa de inflação de um ano ficou inalterada em 3,0%

Washington (Reuters) – A confiança do consumidor dos Estados Unidos e as expectativas de inflação pouco mudaram em março, segundo uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira (15).

A leitura preliminar da Universidade de Michigan sobre o índice geral de confiança do consumidor ficou em 76,5 este mês, em comparação com uma leitura final de 76,9 em fevereiro. Economistas consultados pela Reuters haviam previsto leitura preliminar de 76,9 em março.

“Os consumidores perceberam poucos sinais de que a economia está melhorando ou se deteriorando no momento”, disse a diretora de pesquisas do consumidor, Joanne Hsu, em nota.

“De fato, muitos estão mantendo seu julgamento sobre a trajetória da economia, particularmente no longo prazo, enquanto aguardam os resultados das eleições de novembro.”

A leitura das expectativas de inflação de um ano da pesquisa ficou inalterada em 3,0% em março. A perspectiva de inflação de cinco anos seguiu em 2,9% pelo quarto mês consecutivo.

Economistas veem atividade aquecida e passam a projetar PIB maior no 1º trimestre

Crescimento maior que o esperado de serviços em janeiro se somam ao varejo forte e à surpresa positiva com o Caged; risco de pressão inflacionária não está descartado

A exemplo do que aconteceu ontem, com a divulgação da atividade do setor varejista surpreendendo com uma alta muito superior à projetada, nesta sexta-feira (15) foi a vez do setor de serviços superar as estimativas, com um alta de 0,7%. Para os economistas, isso é efeito especialmente do mercado de trabalho aquecido e dos ganhos salariais. Com isso, as projeções para o PIB do 1º trimestre estão sendo revistas para cima.

A geração mais alta que o esperado de vagas formais de emprego em janeiro, também divulgada hoje pelo Caged, ajudam a comprovar a tese.

João Savignon, chefe de pesquisa macroeconômica da Kínitro Capital, destacou não só os dados mais fortes que o esperado em janeiro, mas também a revisão para cima dos dados anteriores. “A alta foi disseminada e a única queda do mês, em serviços prestados às famílias, pareceu mais uma acomodação das altas registradas nos meses anteriores”, comentou.

Ainda que o economista mantenha uma visão que o setor de Serviços deva ter uma desaceleração compatível com a acomodação do ritmo de crescimento da atividade, dada a base de comparação elevada, o tracking interno da Kínitro para o PIB no 1º trimestre cresceu e passou a apontar um crescimento de 0,6% na comparação trimestral e de 2,2% na anual.

Lucas Barbosa, economista da AZ Quest, também chamou a atenção para a alta disseminada e comentou que, até mesmo os serviços prestados às famílias – o único segmento que mostrou queda na margem – vinha de um número muito forte no acumulado dos últimos três meses.

Para o economista, essa dupla divulgação de atividade aquecida (varejo e serviços) comprova leituras que vinham sendo feitas. “O mercado de trabalho mais aquecido, principalmente com os salários, que tem sido uma preocupação do Banco Central, tem se traduzido em uma atividade mais forte até o momento. A gente observa também a melhora nas condições de crédito”, acrescentou.

A visão de Rodolfo Margato, economista da XP, vai na mesma linha. “Os serviços prestados às famílias caíram na margem, mas sua tendência de crescimento de curto prazo permanece”, comentou.

Ele disse ainda que o setor de serviços ganhou força nos últimos meses, o que mostra sinais positivos tanto para o varejo, como para a indústria de manufatura e a construção, considerados setores sensíveis ao ciclo econômico. “Esperamos que o setor de serviços como um todo cresça 2,7% em 2024, após o ganho de 2,3% registrado em 2023”, previu

Após os dados divulgados pelo IBGE na semana, o tracker da XP para o crescimento do PIB no 1º trimestre de 2024 melhorou, de 0,7% para 0,8%, ante o 4º trimestre de 2023. E de 2,3% para 2,5% ante o 1º trimestre de 2023.

Claudia Moreno, do C6 Bank, que também destacou o aquecimento da atividade nesse início de ano, é outra economista a creditar boa parte da expansão divulgada o mês como reflexo do bom momento do mercado de trabalho e do aumento da massa salarial. “Também entendemos que os estímulos fiscais, como o pagamento de precatórios, podem estar estimulando a atividade”, acrescentou.

O C6 Bank elevou sua projeção de crescimento do PIB de 2024 de 2,2% para 2,4%.

Igor Cadilhac, economista do PicPay, lembrou que o setor de serviço engatou o terceiro resultado positivo consecutivo e ainda reverteu a sequência de quatro contrações na comparação interanual.

“Olhando à frente, esperamos que esse cenário se mantenha pelo menos até meados do ano. Por ora, projetamos um crescimento de 0,5% do PIB no primeiro trimestre deste ano, mas os números de janeiro impõem um viés de alta para nossas estimativas de PIB do 1º tri e, consequentemente, para 2024.”

Risco inflacionário

Matheus Pizzani, da CM Capital, alertou que a alta do serviços técnico-profissionais pode ser uma sinalização positiva para o desempenho do PIB como um todo, mas também podem ter impactos negativos sobre a dinâmica inflacionária.

“Os serviços profissionais como um todo apresentaram em janeiro crescimento mais elevado que nos três trimestres anteriores, indicando uma demanda aquecida em um ambiente em que a inflação de serviços, e especialmente os serviços subjacentes, tem gerado preocupação há pelos menos dois meses”, lembrou.

Para ele, embora ainda não haja evidências suficientes para indicar que este movimento deve preocupar em termos de inflação, sua manutenção ao longo do tempo e a resiliência da inflação de serviços podem causar algum impacto em termos de política monetária.

“Este cenário não está contemplado nas projeções da CM Capital. Seguimos projetando uma queda da inflação de serviços ao longo do ano, acompanhada de maneira paulatina pela desaceleração do nível de atividade do setor”, comentou, interpretando o resultado de janeiro como movimento pontual e sem força suficiente para se tornar perene.

Na análise do Santander Brasil, o desempenho negativo nos serviços às famílias em janeiro pode indicar que o aumento da renda familiar proveniente do pagamento de precatórios foi provavelmente direcionado ao consumo de bens.


Indústria volta a buscar galpões logísticos no Nordeste, aponta consultoria

Procura por espaços é reflexo de recentes investimentos anunciados por montadoras, empresas de energia e startups de tecnologia na região
foto ilustrativa/internet

O maior volume de investimentos da indústria no Nordeste tem reaquecido a demanda deste setor por galpões logísticos, segundo levantamento da consultoria imobiliária Binswanger Brasil. O movimento é reflexo dos mais recentes investimentos de montadoras, empresas de energia e startups de tecnologia na região.

A chegada da BYD – montadora chinesa investida pela Berkshire Hathaway, de Warren Buffett – à Camaçari (BA), no terreno onde funcionou a fábrica da Ford, contribuirá para o crescimento da procura por fornecedores da indústria automotiva por galpões, apontou a Binswanger.

Outro caso é da montadora Stellantis, que tem investimentos em curso em Pernambuco. No setor de petróleo e gás, a Petrobras retomará as obras da Refinaria Abreu e Lima em Pernambuco, e a Noxis Energy terá refinaria no Ceará.

O perfil dos inquilinos nos galpões logísticos na região Nordeste passou por uma transformação nos últimos anos. O setor industrial perdeu participação para as empresas de transporte e logística – acompanhando o avanço do comércio eletrônico, uma mudança vista no Brasil todo.

Em 2016, indústrias de bens de consumo eram as principais ocupantes dos galpões no Nordeste. Já em 2023, os empreendimentos se destinavam, principalmente, a transporte e logística. O crescimento do comércio eletrônico, impulsionado pela pandemia de covid-19, explica parte da mudança observada desde 2020, mas pesou também a queda da participação da indústria na economia da região.

O levantamento da Binswanger apontou que empresas de alimentos, bebidas e fumo lideravam o ranking de setores ocupantes de galpões, no Nordeste, em 2016, com 38.951 metros quadrados contratados. Em seguida, vinha o segmento de transportes e logística, com 15.606 metros quadrados, e o de varejo, com 11.104 metros quadrados.

No ano passado, a composição era bem diferente, com transportes e logística na primeira colocação, com 757.787 metros quadrados. Em segundo lugar, ficou o varejo, com 483.374 metros quadrados e, em terceiro, empresas que atuam na internet, com 365.949 metros quadrados.

ESPORTE: Sport vence o Santa Cruz nos pênaltis e é o primeiro finalista do Campeonato Pernambucano 2024

Partida foi marcada por polêmica com o VAR, que demorou 15 minutos para anular um gol do Sport por impedimento

Nos pênaltis, o Sport venceu o Santa Cruz por 5x3, na tarde deste sábado (16), na Arena de Pernambuco, e é o primeiro finalista do Campeonato Pernambucano 2024. No tempo normal, a partida acabou empatada em 0x0 e contou com grande polêmica envolvendo o VAR.

Chrystian Barletta chegou a abrir o placar para o Leão, no segundo tempo, mas a checagem da jogada demorou incríveis 14 minutos. Ao final, foi identificado que o atacante estava em posição de impedimento e o gol foi anulado.

Nas cobranças de pênaltis, os rubro-negros acertaram todas as suas cobranças e ainda contaram com o brilho do goleiro Caíque França, que defendeu o chute do lateral-direito Toty.

Após colocar 45.492 pessoas e quebrar o recorde de público da Arena, os rubro-negros agora esperam o vencedor do duelo entre Retrô e Náutico para saber quem enfrentarão na grande final, na qual luta pelo bicampeonato. A partida entre a Fênix e o Timbu marcada para este domingo (17), às 16h, novamente na Arena de Pernambuco. No jogo de ida, os alvirrubros venceram por 1x0 e agora podem até empatar para avançar.

VEJA COMO FOI A DISPUTA DE PÊNALTIS: 

  • Gustavo Coutinho marcou para o Sport (1x0)
  • Lucas Siqueira marcou para o Santa Cruz (1x1)
  • Zé Roberto marcou para o Sport (2x1)
  • Gilvan marcou para o Santa Cruz (2x2)
  • Tití Ortíz marcou para o Sport (3x2)
  • Caíque França pegou o chute de Toty (3x2)
  • Pablo Dyego marcou para o Sport (4x2)
  • Gabriel Cardoso marcou para o Santa Cruz (4x3) 
  • Chrystian Barletta marcou para o Sport (5x3)

Em tempo, além da classificação, o Sport estendeu o seu tabu em Clássicos das Multidões. Como só volta a enfrentar o Santa Cruz no Estadual do ano que vem, o Leão chegará a cinco anos sem perder para os tricolores. Ao todo, foram oito partidas disputadas, com três vitórias rubro-negras e cinco empates.

O Leão volta a campo na próxima quarta-feira (20), quando enfrentará o Náutico, em casa, pela penúltima rodada da fase de grupos da Copa do Nordeste. Já a Cobra Coral, por estar sem calendário nacional, só tem compromisso oficial no ano que vem, novamente pelo Campeonato Pernambucano. 

O JOGO

O Sport foi superior no primeiro tempo de partida. Mariano Soso mandou a campo a sua escalação mais ofensiva da temporada, com apenas um volante, dois armadores, três atacantes. A ousadia surtiu efeito imediato e o Leão teve inúmeras chances claras. Romarinho, Lucas Lima e Gustavo Coutinho foram quem mais levaram perigo ao gol de William, que acabou sendo o destaque da etapa inicial.

Com tanta pressão, o Santa Cruz se limitava ofensivamente em contra-ataques, mas os erros de passe acabavam fazendo a posse de bola voltar rapidamente para os rubro-negros, que se defendiam com uma linha alta. Mas foi de fora da área que a equipe coral, enfim, assustou o Sport. Já nos acréscimos, Matheus Melo deu um chute com efeito e a bola fez uma curva incrível, passando muito próximo ao travessão de Caíque França. 

No segundo tempo, o Leão continuou no mesmo tom e seguiu imprimindo uma forte pressão. De tanto insistir, veio a recompensa. Aos 17 minutos, Fabrício Domínguez arrancou com velocidade pelo lado direito e bateu cruzado. Chrystian Barletta se esticou todo para acertar o carrinho certeiro. Explosão dos mais de 45 mil rubro-negros. A comemoração, no entanto, deu lugar à revolta. 

Após incríveis 14 minutos de revisão, o VAR acabou anulando o gol do Sport, identificando impedimento do atacante na jogada. Os gritos de "vergonha", é claro, foram entoados em uníssono pelos mais de 45 mil rubro-negros que bateram o recorde de público da Arena de Pernambuco. Depois de tanta demora, a partida acabou esfriando e perdeu o ímpeto que até então era visto.

O Santa Cruz se segurou como pôde, enquanto o Sport continuou em cima. As chances de marcar, no entanto, diminuíram consideravelmente. Com 15 minutos de acréscimos, o único lance de perigo aconteceu nos últimos segundos do tempo regulamentar. Após cruzamento de Lucas Ramón, a defesa tricolor tentou cortar a bola, mas acabou mandando na trave, para o desespero dos rubro-negros.

FICHA DO JOGO

SPORT: 0 (5)

Caíque França; Fabrício Domínguez (Roberto Rosales), Alisson Cassiano, Luciano Castán e Felipinho (Lucas Ramon); Felipe, Alan Ruiz (Tití Ortíz) e Lucas Lima (Zé Roberto); Chrystian Barletta, Romarinho (Pablo Dyego) e Gustavo Coutinho. Técnico: Mariano Soso.

SANTA CRUZ: 0 (3)

William; Toty, Italo Melo, Rafael Pereira (Ruan Robert) e João Victor; Caio Melo (Henrique Lordelo), Lucas Siqueira e Matheus Melo (Gabriel Cardoso); Thiaguinho (João Pedro), João Diogo e Pedro Bortolluzo (Gilvan). Técnico: Itamar Schülle.

Pênaltis: Gustavo Coutinho, Zé Roberto, Titi Ortíz, Pablo Dyego e Chrystian Barletta (SPO); Lucas Siqueira, Gilvan e Gabriel Cardoso (SAN)

Cartões Amarelos: Alan Ruiz, Fabrício Domínguez e Alan Ruiz (SPO); Lucas Siqueira e Gilvan (SAN)

Árbitro: Deborah Cecília

Assistentes: Francisco Chaves e José Romão 

VAR: José Woshington 

Local: Arena de Pernambuco (São Lourenço da Mata/PE)

Público: 45.492

Renda: R$ 1.320.130,00