Governador defendeu escuta popular para definir rumos do plebiscito (Foto: André Nery)
Depois de passar pelo menos sete horas reunidos em um hotel na Zona Sul do Recife, na última segunda-feira (1), a Executiva Nacional do PSB, presidida pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, emitiu documento sobre as manifestações.
Nas sete páginas do documento, os socialistas expuseram seus pontos de vista sobre o momento atual da política brasileira, questões referentes a Reforma Política e a possibilidade da realização de um plebiscito.
Confira trechos da coletiva do governador:
Mudanças no processo eleitoral
Nós entendemos que tem mudanças no processo eleitoral que podem ser feitas imediatamente sobre temas que são muito importantes para mudar o sistema eleitoral brasileiro. O debate sobre o sistema politico deve continuar sendo feito.
Plebiscito em 2013
Defendemos plebiscito, a escuta da sociedade, mas hoje, o TSE de certa forma já deixou muito claro que é incompatível para 2014 se fazer um plebiscito e a reforma política e ao mesmo tempo preservar o texto constitucional que prevê o princípio da anualidade. Tudo precisa está pronto até o dia 6 de setembro. Precisamos fazer o debate na Câmara e no Senado. A participação popular também deve sugerir ao plebiscito.
O que defende o PSB?
O PSB em nota defende mudanças que podem ser feitas essa semana, como fim do voto secreto [nas casas legislativas], das coligações proporcionais que podem valer para 2014, que terão efeitos importantes sobre a vida partidária no Brasil.
A presidente sugeriu cinco temas para o plebiscito [financiamento público, sistema eleitoral, voto proporcional ou distrital, continuidade ou não da suplência para senador, fim ou não do voto secreto em deliberações do congresso, continuidade de coligações proporcionais]. O que achou?
Quanto à questão específica, dos cinco quesitos, dois achamos que deve ir a voto imediatamente. Não devemos consultar a população se deve ter voto secreto ou não. Desde já podemos votar o voto aberto e nem perder tempo com isso. Uma outra questão é no que tange o fim de coligações proporcionais. O eleitor que vota naquela posição não vai correr o risco de está elegendo uma posição política na coligação. Para nós isso é claro.
Suplência de senador
Nós nunca discutimos esse tema, eu digo que acho importante que possa evoluir nele. Na hora que a gente propor a coincidência de mandatos, e propõe mandatos de cinco anos, a gente está respondendo a essa pergunta porque e deixa de ser necessário a figura do suplente.
Manifestações na rua
O PSB coloca de forma clara que o que se manifestou nas ruas há algum tempo a imprensa brasileira é testemunha disso, o PSB vinha manifestando sua preocupação com as mudanças. Então, para nós não é surpresa que as ruas peçam aquilo que o PSB entendia que era uma nova agenda. Havia uma lacuna. A obra de construir uma nação não é uma obra que se finda em 10 anos, em dois governos, nós temos 500 anos de desequilíbrio social, de injustiça acumulada, de certa forma alguns imaginavam a que a agenda estava completa e não é assim. Precisamos entende isso com alegria.
O líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), afirmou que a mando do PT, a presidente Dilma elencou itens para o plebiscito de seu interesse
Acho que a presidente sugeriu ao Congresso, os partidos estão sugerindo ao congresso, nós estamos fazendo outras sugestões. É importante que a sociedade sugira ao Congresso. É importante que os outros partidos também opinem sobre isso e acho que a gente tem muita coisa que é possível fazer dentro de um grande entendimento que não limita o governo e oposição. Há questões como o fim do voto secreto. Tem gente do governo que é a favor e tem gente da oposição que pé a favor. O fim das coligações proporcionais à gente sabe que tem posição para todo o gosto no governo e oposição. Entendo que nesse momento a gente precisa olhar além dos horizontes dos partidos. A gente tem que olhar parta o futuro do país. Esse é um olhar que a gente precisa ter. Nós estamos muito tranquilos porque já vínhamos falando disso.
Eduardo Campos não quis falar sobre as eleições de 2014 (Foto: André Nery)
Financiamento público
O debate do financiamento que alguns fazer, não estou dando minha opinião, mas dizendo o que eu escuto, é que os partidos teriam uma repartição do pretenso orçamento que união colocaria à disposição das eleições em função dos votos que tiveram na eleição passada. Isso faria com que congelasse de certa forma uma situação. Os que iam ter mais dinheiro seriam os que tiveram mais voto, de maneira que você nunca iria permitir um crescimento de uma força política pelo viés de ter mais estrutura, de fazer uma campanha com mais divulgação, mais qualidade, com mais acesso a meios para chegar as suas plataformas. Quando fazem as contas, dariam que dois maiores partidos políticos teriam mais da metade dos recursos e eu duvido muito que com esse ambiente que está ai qual será o resultado de uma consulta pública sobre esses dois temas.
A queda de Dilma animou o PSB?
A posição do PSB não se altera em função de humor de pesquisa. É uma posição política. Estamos com a mesma posição que tivemos sempre. A conjuntura e circunstancias se alteraram e quando se altera você pode ter alteração conjuntural, mas do ponto de vista estratégico a nossa posição é a mesma, de observar que há um novo pacto social, nova agenda que impõe um novo pacto político.
O PSB prefere referendo ou plebiscito?
A situação é muito objetiva. Achamos que o Brasil deve usar mais o instituto que está na constituição – plebiscito e referendo. É importante para aperfeiçoar a democracia representativa e aperfeiçoar a democracia participativa.
O PSB já consolidou a ideia de lançar candidato?
Nós não discutimos eleição em 2014, pode parecer estranho, mas nosso debate se deu com desejo de ajudar o Brasil a vencer 2013 e vale o que estava dizendo. Em 2014, o PSB e sua militância vão decidir. E vamos decidir com mesma unidade o que decidimos ontem esse roteiro. Estamos unidos em torno desses princípios que estão conseguimos isso com consenso político. Nesta hora é hora de pensar em ganhar 2013. Aprender com tudo isso que está acontecendo a ajudar o Brasil com o que está acontecendo.