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24 outubro 2016

Começa nesta segunda júri popular de acusados da morte do promotor Thiago Farias

Julgamento começa às 9h no Tribunal do Júri Federal; irão a júri popular quatro dos cinco acusados pelo crime
Promotor Thiago Farias
Promotor Thiago FariasFoto: Peu Ricardo/Arquivo Folha de Pernambuco
Após mais de três anos do homicídio do promotor de Justiça Thiago Farias Soares, quatro dos cinco acusados pelo crime vão a júri popular em Pernambuco. José Maria Pedro Rosendo Barbosa, José Maria Domingos Cavalcante, Adeildo Ferreira dos Santos e José Marisvaldo Vitor da Silva serão julgados a partir desta segunda-feira (24) pelo Tribunal do Júri Federal. O início do procedimento está marcado para as 9h na Justiça Federal, situada no Jiquiá, Zona Oeste do Recife.

O quinto acusado pelo crime - Antônio Cavalcante Filho, irmão de José Maria Cavalcante - está foragido da Justiça Federal. Os réus estão em regime de reclusão: os três primeiros estão detidos no Centro de Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, Região Metropolitana do Recife, enquanto José Marisvaldo, conhecido como Passarinho, se encontra no Complexo Prisional do Curado.

Os acusados respondem pelo crime de homicídio doloso contra a vítima e por tentativa de assassinato da advogada Mysheva Freire Ferrão Martins, noiva de Thiago Farias, e do tio dela, Adauto Martins. Ambos estavam no carro do promotor, na rodovia PE-300, a caminho de Itaíba, no Agreste de Pernambuco.

Apesar de o juízo estar vinculado à 36º Vara Federal Judiciária de Pernambuco, a juíza federal responsável será Amanda Torres de Lucena Diniz Araújo, titular da 4ª Vara. Os procuradores federais responsáveis pela acusação são Alfredo Falcão Jr., Luís Vicente Queiroz, Bruno Costa Magalhães e Ubiratan Cazetta. O sorteio dos jurados que atuarão na sessão aconteceu no último dia 12 de setembro, na sala de audiências da 36ª Vara Federal, em que foram sorteados 25 jurados e mais 25 suplentes.

O assassinato

O crime ocorreu no dia 14 de outubro de 2013 no interior de Pernambuco. Thiago Farias Soares estava acompanhado da noiva, a advogada Mysheva Martins, e do tio dela Adauto Martins. Eles seguiam pela rodovia PE-300 a caminho de Itaíba, quando foram abordados por homens armados. Os tiros atingiram Thiago, que morreu na hora. O veículo deles parou. O carro dos assassinos contornou a via e, segundo as investigações, retornou para tentar assassinar tio e sobrinha, que escaparam com vida após se 
jogarem para fora do veículo, na estrada. A arma do crime nunca foi encontrada.

De acordo com o advogado de Mysheva, José Augusto, a motivação do crime foi a compra de 25 hectares de uma fazenda em Águas Belas. O imóvel, que possuía uma extensão total de 1.800 hectares, foi adquirido por Mysheva em um leilão - com isso, José Pedro teria sido obrigado a deixar o local. “Não resta dúvida de que o mandante é José Maria Pedro Roseno”, afirmou Augusto.

Segundo o advogado, que assiste à acusação, “Passarinho” seguiu o veículo do casal e passou as informações sobre o trajeto dele para os executores. Conforme o representante de Mysheva, a cliente vai depor no julgamento, mas Adauto não comparecerá. Na audiência de instrução do processo, que ocorreu de 24 a 27 de março de 2015, ambos depuseram. Na ocasião, foram ouvidas 34 testemunhas, sendo 16 arroladas pela acusação e 18 pela defesa. 

“Estamos confiantes na condenação dos réus. Isso vai acabar com a impunidade em Pernambuco, pois Zé Maria já responde por sequestro, respondeu por um homicídio e diversos crimes”, complementou. Entre as provas registradas nos autos do processo estão a perícia no carro da vítima, reconstrução do crime em 3D pela Polícia Federal e o depoimento de Mysheva, que, segundo José Augusto, não apresenta falhas.

Já para a defesa dos réus, o depoimento da advogada Mysheva Martins é contraditório. “Foram seis depoimentos da Mysheva, que só provam que o que mais existe no processo são dúvidas e inconclusões”, alegou o advogado Anderson Flexa, que faz parte da equipe de quatro advogados que defende os acusados. “A primeira grande mentira 
no processo indicava Edymacy Ubirajara como estando no veículo e que ele teria atirando no promotor. Provou-se, através de perícias e das testemunhas, que a imputação 
feita por Mysheva não era verdadeira, assim como várias outras imputações não são”, complementa. Na época das investigações, Edymacy chegou a ser preso, porém foi 
liberado.

Segundo Flexa, o único fato comprovado é o assassinato do promotor. “Fora isso, nada é conclusivo”, afirmou. Ele declara que foram realizadas três perícias que trouxeram, por sua vez, três resultados diferentes. “Inclusive, há divergência em relação à quantidade de tiros, à ordem dos tiros e ao posicionamento da arma 

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