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18 fevereiro 2025

Canal do Sertão Pernambucano: Uma dívida do Governo Federal com o Estado

 

Por Daniel Torres Araripe*

O ‘Canal do Sertão Pernambucano’ levará água do Rio São Francisco para o Oeste do Estado. Com o canal implantado, a região vai conseguir ser autossuficiente na produção dos alimentos da cesta básica, como também na produção de frutas para o mercado interno e para exportação. Também com a possibilidade da produção de cana de açúcar para biocombustíveis. As terras que serão irrigadas são as mais férteis do Estado. Só como exemplo, a cana no litoral alcança a produção de 40/ton. por hectare. Na região do Sertão do Araripe, estudos comprovam que se pode produzir 140/ton. por hectare.

Desde a década de 1990, a Codevasf – Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e Parnaíba avaliou a viabilidade da implantação do canal. Ele conduziria água captada no reservatório da barragem de Sobradinho para atendimento a 112 mil hectares de terras irrigáveis localizadas nos municípios de Casa Nova – BA, Petrolina -PE (Rajada), Dormentes – PE, Santa Cruz – PE, Santa Filomena – PE, Ouricuri – PE, Trindade – PE, Ipubi – PE, Bodocó – PE, Exú – PE, Granito – PE, Serrita – PE, Cedro – PE, Moreilândia – PE e Parnamirim – PE.

Em 2005, quando o Governo do Estado assinou a adesão ao projeto da Transposição, durante o governo do Jarbas Vasconcelos, o Governo Federal assumiu o compromisso de construir o Canal do Sertão ao Araripe. “Nossa preocupação era que Pernambuco não fosse apenas uma passagem para os canais que levariam água para os vizinhos Estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará”, disse Jarbas na época. Portanto, existe essa dívida, esse compromisso não cumprido até agora por parte do Governo Federal com os irmãos sertanejos, principalmente do Sertão do Araripe.

Lá se foram 20 anos desde o início da Transposição do Rio São Francisco e, até agora, nada foi feito para concretização do compromisso por parte do Governo Federal com Pernambuco na implantação do Canal do Sertão Pernambucano. Com relação ao projeto do referido canal, existe sim uma nova configuração que descaracteriza totalmente a proposta inicial, que deixa de fora a maioria dos municípios do Sertão do Araripe.

Desta forma, hoje, existe um movimento popular, político e empresarial para que o Governo Federal e o Governo Estadual coloquem em pauta a discussão sobre o projeto original e não o modificado, que começa com a captação da água na transposição. Quanto ao Governo Estadual pretendemos que a governadora Raquel Lyra (PSDB) se envolva diretamente neste pleito, convocando a bancada de deputados federais de Pernambuco como se fez com o ramal ferrovia da Transnordestina para o Porto de Suape.

Sobre a proposta original em discussão, o movimento vem realizando reuniões em Câmaras de Vereadores, agendamentos de reuniões com prefeitos, com a 3ª Superintendência da Codevasf, com deputados estaduais, federais e senadores, e a captação de um abaixo-assinado pela população da região.

Só queremos que o Governo Federal cumpra a sua parte com todos nós pernambucanos. Que seja realizado este empreendimento através de uma PPA – Parceria Pública Privada, ou com recursos próprios, não nos importa. É preciso deixar os radicalismos de lado, os movimentos sociais de base têm que entender que esse projeto tem que voltar à baila dos debates e todos buscarem a unidade, em prol do desenvolvimento econômico do Estado. A única ideologia que deve existir é desenvolvimentista.

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