PREFEITURA DE TRINDADE

PREFEITURA DE ARARIPINA

ATEL TELECOM

22 abril 2025

Moraes questiona projeto que perdoa atos do 8/1: ‘Se um grupo armado ingressasse na sua casa, você pediria anistia?’

 

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou, durante o julgamento do segundo núcleo da trama golpista, o projeto de anistia dos envolvidos no 8 de janeiro que tramita na Câmara dos Deputados.

O ministro comparou a reação à invasão e depredação dos prédios públicos à invasão de uma residência e questionou se esse crime também poderia ser anistiado.

— Se o que aconteceu para o Brasil acontecesse na sua casa… Se um grupo armado organizado ingressasse na sua casa, destruísse tudo, mas com a finalidade de fazer o seu vizinho mandar na sua casa, ou seja, de afastar você, a sua família, do comando da sua casa. Com violência, destruição, bombas, você pediria anistia para essas pessoas? Se fosse na sua casa? Então, por que no Brasil, na democracia, a tentativa de quebra do estado democrático de direito, tantas pessoas defendem isso? As informações são do Jornal O Globo.

Moraes afirmou ainda durante o julgamento do segundo núcleo de acusados que há “indícios suficientes” para tornar réus os seis integrantes deste grupo. A Primeira Turma retomou nesta tarde a análise do caso.

No segundo núcleo, são acusados o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, o general da reserva Mario Fernandes, o ex-assessor da Presidência Filipe Martins e outras três pessoas.

— Na dúvida, em favor da sociedade. Isso significa que há indícios suficientes de autoria para o início da ação penal, quando o contraditório será estabelecido e a partir do contraditório se inverte. Todos os fatos imputados deverão ser comprovados pela Procuradoria-Geral da República — disse Moraes. — Não há inépcia da denúncia, os fatos são descritos de forma satisfatória, encadeada e lógica. Foi dado a cada uma das defesas os fatos apontados, (…) as razões do crime. Ou seja, todos os elementos necessários para que as defesas possam se defender.

Moraes afirmou ainda que não há motivo para ele ser afastado do julgamento, como defenderam pela manhã defesas dos acusados, que alegam “suspeição” do ministro.

— Investigado não escolhe o juiz. Não é um investigado que vai escolher qual o juiz que o julgará. A denúncia aqui não se refere à tentativa de homicídio (referência a um plano apreendido nas investigações). Obviamente, se houvesse uma denúncia contra tentativa de homicídio contra um ministro do STF, esses fatos seriam apartados e distribuídos para outro ministro do Supremo Tribunal Federal. Aqui não, é atentado contra as instituições democráticas — completou o relator, negando também que o ex-ajudante de ordens Mauro Cid tenha sido contraditório em sua delação premiada.

Argumentos das defesas rejeitados
Pela manhã, o colegiado rejeitou todas as alegações de nulidades pelas defesas. Os magistrados vão decidir se tornarão réus ou não os acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na segunda denúncia. Os investigados são apontados como responsáveis por operacionalizar a tentativa de golpe que, segundo a PGR, foi decidida pela cúpula do governo Bolsonaro.

Os ministros descartaram a parcialidade dos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin, além de confirmarem a validade da colaboração do tenente-coronel Mauro Cid. A única divergência ocorreu em relação à instância do julgamento: o ministro Luiz Fux foi vencido ao defender que o caso seja julgado no Plenário, e não na Primeira Turma. Fux já havia manifestado a mesma posição no primeiro julgamento.

— Nós já afastamos qualquer impedimento, suspeição, ausência de imparcialidade para que se possa julgar todos os fatos, ou seja, em relação a todos os núcleos. Já fizemos aqui e o Plenário já havia julgado por maioria essa questão e recentemente, só para reforçar, na sessão de 14 de abril, o Plenário do Supremo Tribunal Federal novamente por maioria rejeitou o agravo regimental afastando da mesma forma qualquer comprometimento da imparcialidade desse relator, do ministro Flávio Dino e de vossa excelência, Presidente (Cristiano Zanin) — afirmou Alexandre de Moraes.

Todos os ministros seguiram o voto de Moraes em relação à possível parcialidade dos três ministros (Moraes, Dino e Zanin) para o julgamento da ação.

Os ministros também analisaram o acesso dos acusados às provas. Parte dos advogados de defesa reclamou do formato como as provas e a denúncia foram franqueadas aos advogados e também argumentaram que deveriam ter acesso à prova em sua integralidade e não aos trechos utilizados pela acusação. Segundo os ministros, o momento atual é de avaliação das provas apresentadas pela acusação e, caso a denúncia seja recebida, os advogados poderão fazer pedidos para acesso integral às provas.

— Claro que sempre há recorte de provas, porque senão seria impossível julgar. A dialeticidade do processo se dá a partir de uma proposta feita pelo Ministério Público. Esse recorte não é arbitrário, é legítimo, porque é ele que viabiliza a ampla defesa. Se o MP aleatoriamente aludisse a ocorrências e dissesse que o lastro probatória é tudo isso aí que está nos autos, aí sim que a ampla defesa estaria violada — afirmou.

Na primeira parte do julgamento, a Primeira Turma já recebeu a denúncia contra Bolsonaro e sete aliados pela tentativa de permanecer no poder apesar da derrota eleitoral para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais de 2022.

Segundo a denúncia, o segundo núcleo é formado por integrantes da administração Bolsonaro que ocuparam “posições profissionais relevantes” e “gerenciaram as ações elaboradas pela organização”.

A PGR aponta que Silvinei e os ex-diretores do Ministério da Justiça, Marília Alencar e Fernando Oliveira usaram a estrutura da PRF para impedir ou dificultar o voto em regiões em que o presidente Lula teve a maioria dos votos.

Silvinei nega que os bloqueios da PRF focaram em apoiadores de Lula e sustenta que não houve impacto na votação. Marília Alencar e Fernando Oliveira também negam qualquer atuação direcionada ou omissiva.

Já o general da reserva Mario Fernandes e o ex-assessor Marcelo Câmara foram responsáveis, segundo a PGR, por ações de monitoramento e neutralização de autoridades públicas, incluindo o plano de assassinato de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

Os advogados de Fernandes não negam a existência do documento, mas alegam que ele não foi entregue a ninguém. A defesa de Câmara diz que os dados citados por ele foram obtidos por fontes abertas.

Por fim, a PGR também acusa Filipe Martins de ser o responsável pela apresentação do projeto de decreto que implementaria medidas excepcionais no país. A defesa de Martins nega relação com a chamada “minuta do golpe”.

Deputado do União recusa convite para ser ministro

 

O deputado federal Pedro Lucas (União-MA) recusou, nesta terça-feira (22), o convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir o Ministério das Comunicações. O cargo está vago desde 9 de abril, quando Juscelino Filho (União-MA) pediu demissão.

Pedro Lucas é líder do União Brasil na Câmara dos Deputados e reuniu a bancada na tarde desta terça para discutir a questão. O nome do deputado para o posto havia sido anunciado pela ministra Gleisi Hoffmann, das Relações Institucionais.

O parlamentar divulgou uma nota oficial na noite desta terça, pedindo desculpas a Lula e se explicando. “Com espírito de responsabilidade e profundo respeito pela democracia brasileira, venho a público agradecer ao presidente Lula pelo honroso convite. A confiança depositada em meu nome me tocou de maneira especial e jamais será esquecida”, escreveu Pedro Lucas. As informações são do Metrópoles.

Ele disse ter “plena convicção de que, neste momento, posso contribuir mais com o país e com o próprio governo na função que exerço na Câmara dos Deputados. A liderança me permite dialogar com diferentes forças políticas, construir consensos e auxiliar na formação de maiorias em pautas importantes para o desenvolvimento do Brasil.”

Pedro pediu as “mais sinceras desculpas ao presidente Lula por não poder atender a esse convite”.

“Seguirei lutando pelo bem-estar de todos os brasileiros, especialmente daqueles que mais precisam. Continuarei atuando com firmeza no Parlamento, buscando consensos, defendendo a boa política e acreditando que o respeito às diferenças é o que fortalece nossa democracia”, concluiu o parlamentar que não quis virar ministro.

O que aconteceu

Ainda com o anúncio e aprovação da escolha pelo presidente Lula, pairava uma dúvida se ele chegaria a assumir o posto. Gleisi havia indicado que o líder do União Brasil assumiria o posto apenas depois da Páscoa, para definir questões ligadas a liderança da sigla

“O União Brasil apresentou o nome do Pedro Lucas para substituir o ministro do Juscelino nas Comunicações. O presidente aceitou e fez um convite também ao líder para assumir o Pedro Lucas. O Pedro Lucas só pediu até depois da páscoa para assumir o ministério porque tem que encaminhar algumas comissões pessoais em fim de mandato também em relação à liderança da bancada”, disse Gleisi, à época.

Juscelino Filho pediu demissão do cargo de Ministro das Comunicações após ser denunciado pelo Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposto desvio de emendas parlamentares, na época em que era deputado.

Lula recebe presidente do Chile e defende integração sul-americana

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta terça-feira (22), não querer uma nova guerra fria nem optar entre Estados Unidos ou China. Ao receber o presidente do Chile, Gabriel Boric, para visita de Estado no Palácio do Planalto, Lula defendeu ainda a integração dos países da América do Sul e a cordialidade nas relações comerciais.

“A nós, brasileiros, não agrada essa disputa estabelecida pelo presidente [dos Estados Unidos, Donald] Trump. Eu acho que ela não é conveniente para os Estados Unidos, não é conveniente para a China e não é conveniente para nenhum país do mundo”, disse Lula.

O presidente brasileiro se referia à política protecionista do mandatário norte-americano, que estabeleceu altas tarifas de importação no país, especialmente para a China, que respondeu com reciprocidade. As informações são da Agência Brasil.

“Eu não quero guerra fria, eu não quero fazer opção entre Estados Unidos ou China. Eu quero ter relações com os Estados Unidos, quero ter relação com a China. Eu não quero ter preferência sobre um ou sobre o outro. Quem tem que ter preferência são todos os meus empresários, que querem negociar. Mas eu, não. Eu quero negociar com todo mundo. Eu quero vender e comprar, fazer parceria”, reforçou.

Para Lula, a democracia, o multilateralismo e o livre comércio precisam ser consolidados no mundo. “A geopolítica do mundo não é feita de ocasiões. Ela tem que ser perene, e nós precisamos construir instituições que deem segurança ao exercício da democracia, independentemente de quem seja o presidente da República”, afirmou.

Integração
O presidente afirmou que é “obcecado pela integração” e que o Brasil tem o papel de ser um país indutor do desenvolvimento na região, “pelo tamanho e pela importância econômica que tem”. “Um país como o Chile, a Bolívia, o Equador, o Uruguai, mesmo o Brasil, que é um país grande territorialmente, mas economicamente e tecnologicamente ainda é fraco diante do que poderia ser, quando você vai negociar com uma grande potência, você fica muito vulnerável”, explicou.

Lula argumentou que é preciso diversificar as relações comerciais e procurar novos parceiros e aprendizados. Caso contrário, os países latino-americanos podem viver “mais um século pobres”.

“Os Estados Unidos poderiam ter financiado o desenvolvimento em El Salvador, na Guatemala, em Honduras. Ali, todo mundo poderia ser um satélite de desenvolvimento extraordinário. Mas continua todo mundo pobre”, afirmou, criticando o tratamento dado pelo país norte-americano aos imigrantes da América Latina. “Então, todo mundo quer viajar para os Estados Unidos para ver se melhora de vida. Depois de ajudar a construir a riqueza americana, aparece um presidente que os trata como inimigos. Latino-americano agora é tudo inimigo”, acrescentou.

“O mundo não pode ser induzido à raiva, ao ódio, ao preconceito, à perseguição”, complementou o presidente brasileiro.

O presidente chileno, Gabriel Boric, endossou as palavras de Lula e afirmou que o Chile é contra a politização arbitrária do comércio e que, “em tempos de incerteza”, é sempre importante estar próximo de países aliados.

Atos assinados
A visita do chileno ao Brasil é parte da primeira comemoração do Dia da Amizade entre Chile e Brasil, estabelecido no ano passado e que celebra o início das relações diplomáticas em 22 de abril de 1836.

Durante a cerimônia foram assinados os seguintes atos entre os dois países:

  • Memorando de entendimento para cooperação em inteligência artificial (IA) para a criação de sistemas de IA que favoreçam o desenvolvimento regional, com foco na inclusão dos diversos idiomas e expressões culturais da América Latina;
  • Memorando de entendimento para fortalecer a agricultura familiar em ambos os países, tendo em conta o desenvolvimento agrícola e rural sustentáveis, o aumento da produção e a redução das perdas de alimentos, a agroecologia e a agricultura orgânica e inclusiva;
  • Memorando de entendimento sobre cooperação em assuntos consulares e migratórios, que cria a comissão bilateral para formular iniciativas sobre o intercâmbio de informações relativas à assistência consular e aos movimentos migratórios;
  • Acordo de cooperação sobre segurança pública, com foco na prevenção e no combate ao crime organizado transnacional;
  • Tratado sobre assistência jurídica em matéria penal, que permitirá que os governos de Brasil e Chile se prestem assistência jurídica um ao outro em procedimentos penais, relativos à investigação e à persecução de crimes;
  • Acordo de coprodução audiovisual, que pretende facilitar as coproduções audiovisuais entre Brasil e Chile, contribuindo para as indústrias cinematográfica e audiovisual de ambos os países, fomentando o intercâmbio cultural;
  • Memorando de entendimento para intercâmbio de oficias instrutores nos centros de operações de paz, para a capacitação de pessoal para atuação em missões de paz das Nações Unidas, com o objetivo de contribuir para a paz e segurança internacionais;
  • Memorando de entendimento entre as agências de promoção Apex e Prochile, para fortalecer as relações comerciais entre Chile e Brasil, bem como promover ambos os países em terceiros mercados e aumentar o intercâmbio comercial.
  • Além dos acordos e memorandos assinados durante a cerimônia, também foram firmados outros novos atos nos seguintes temas: colaboração acadêmica em defesa; intercâmbio de artistas e difusão recíproca da arte; incentivo a micro e pequenas empresas e cooperativas; área de pesca; e uso de certificação eletrônica para comércio de produtos de origem animal.

Após a agenda no Palácio do Planalto, as autoridades seguiram para o Palácio Itamaraty, onde estava programado um almoço. Ainda hoje, Lula e Boric participam do encerramento do Foro Empresarial Chile-Brasil, na Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília.

Diversificação
A visita do chileno Gabriel Boric busca promover a diversificação das relações entre Brasil e Chile, com uma maior integração logística e comercial. Nesta quarta-feira (23), ele também participa de um evento que vai discutir o Corredor Bioceânico, via que ligará o Centro-Oeste brasileiro aos portos do Norte do Chile.

A obra de infraestrutura, também em parceria com Paraguai e Argentina, estará concluída em pouco tempo, e os países discutem, agora, como garantir que os serviços fronteiriços e logísticos sejam ágeis e modernos. Os portos chilenos deverão desempenhar parte central da logística para o acesso a mercados do Pacífico. “Isso é integração, não somente fotos de cúpulas [de líderes]”, disse Boric.

O presidente chileno lembrou ainda a visita oficial que o presidente Lula fez ao Chile, em agosto do ano passado, com uma grande comitiva de ministros e empresários, quando foram assinados 19 atos bilaterais. “Isso mostra como é profunda essa relação e a tremenda diversidade que queremos trabalhar”, afirmou.

Os dois países têm mais de 100 acordos bilaterais em vigor e um comércio equilibrado, mas ainda pouco diversificado na visão do chileno. Entre os setores que podem ser explorados, Boric citou investimentos financeiros, transporte e tecnologia da informação.

O Brasil é o terceiro maior parceiro comercial do Chile, com um intercâmbio comercial que atinge US$ 12 bilhões por ano. O país vizinho exporta para o mercado brasileiro, basicamente, cobre, pescados e minérios. O Brasil também é o primeiro destino das exportações de vinho.

Por outro lado, o Chile é o sexto maior destino das exportações do Brasil; sendo petróleo, carne bovina e automóveis os principais produtos exportados.

O Brasil é o maior investidor latino-americano dentro do Chile, em setores como energia, serviços financeiros, alimentos, mineração, construção e fármacos.

No sentido inverso, o país também é o principal destino dos investimentos chilenos no exterior, com quase 30% do estoque total. As empresas chilenas atuam no Brasil em áreas como celulose, varejo e energia, sendo a companhia aérea Latam a maior empresa chilena em operação no Brasil.

Câmara de Camaragibe nega título de cidadão para Jair Bolsonaro

 

Com seis votos a favor, dois contrários e quatro abstenções, a Câmara Municipal de Camaragibe negou o Título de Cidadão Camaragibense ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em votação realizada na manhã desta terça-feira (22).

Ao todo, treze vereadores compõem a Casa. Segundo o regimento, o projeto, de autoria do vereador Ricardo Pedrosa (Republicanos), precisava de dois terços dos votos, ou seja, nove votos favoráveis.

O presidente da Câmara, vereador Paulo André (PSDB), destacou que a matéria se tornou prejudicada por não ter obtido os votos necessários para aprovação.

“Eu fiz questão de mencionar que a cidade tem muitas matérias para serem debatidas a exemplo de barreiras, o período que antecede as chuvas, e as muitas necessidades e cobrança da população e que não se podia nesse momento polarizar discussões nacionais em âmbito municipal”, afirmou.

Ainda de acordo com o vereador, a sua função enquanto presidente foi de ser imparcial durante a votação.

“Eu fiz questão de dar direito de fala para ambos os lados, para que quem fosse a favor do título fizesse a sua explanação do porquê votar favorável e os que queriam que fosse rejeitado que também explanassem o motivo. Então, de forma imparcial, tentei conduzir os trabalhos sem pender para nenhum lado, para que os vereadores pudessem seguir conforme a sua consciência e suas orientações ideológicas e partidárias”, disse.

Por unanimidade, STF torna réus seis acusados de organizar tentativa de golpe contra Lula

 

Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por unanimidade tornar réus mais seis acusados de participar de uma tentativa de golpe de Estado. Os ministros analisaram a denúncia contra o chamado “núcleo 2” da suposta organização criminosa, que inclui integrantes do governo passado suspeitos de dar apoio jurídico e na organização do plano que previa manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder. Agora, além do ex-mandatário, outras 13 pessoas se tornaram rés na ação penal pelos crimes de tentativa do golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, depredação de patrimônio público e dano qualificado.

O relator, ministro Alexandre de Moraes, votou para receber a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e foi acompanhado pelos ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

Moraes, relator dos casos relacionados à trama golpista, afirmou que há “indícios suficientes” para tornar réus os seis integrantes deste grupo. Fazem parte do segundo núcleo o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, o general da reserva Mário Fernandes, os ex-assessores presidenciais Filipe Martins e Marcelo Câmara e os ex-diretores do Ministério da Justiça Marília Alencar e Fernando Oliveira. As informações são do Jornal O Globo.

— Na dúvida, em favor da sociedade. Isso significa que há indícios suficientes de autoria para o início da ação penal, quando o contraditório será estabelecido. Todos os fatos imputados deverão ser comprovados pela Procuradoria-Geral da República — disse Moraes. — Não há inépcia da denúncia, os fatos são descritos de forma satisfatória, encadeada e lógica. Foi dado a cada uma das defesas os fatos apontados, as razões do crime. Ou seja, todos os elementos necessários para que as defesas possam se defender.

De acordo com a PGR, esse grupo era formado por pessoas com “posições profissionais relevantes”, que “gerenciaram as ações elaboradas pela organização”.

No mês passado, a Primeira Turma do STF já tornou réus oitos membros do primeiro núcleo, definido como “crucial” pela PGR, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Nesta terça-feira, a sessão foi iniciada com a leitura do relatório, uma espécie de resumo da investigação, por Moraes. Depois, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou seu posicionamento e defendeu o recebimento da denúncia. Em seguida, os advogados dos denunciados fizeram suas sustentações orais e pediram a rejeição das acusações.

Entenda as acusações
De acordo com Gonet, Silvinei Vasques, Marília Alencar e Fernando Oliveira “coordenaram o emprego das forças policiais para sustentar a permanência ilegítima de Jair Messias Bolsonaro no poder”.

A PGR afirma que a PRF realizou bloqueios de estrada no dia do segundo turno das eleições de 2022 de forma a dificultar o acesso às urnas de eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A medida teria ocorrido por determinação do então ministro da Justiça, Anderson Torres, que faz parte do primeiro núcleo e já é réu. Alencar e Oliveira trabalharam com Torres tanto no Ministério da Justiça quanto na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, quando teriam participado das falhas de segurança nos atos golpistas do 8 de Janeiro.

Silvinei nega que os bloqueios da PRF focaram em apoiadores de Lula e sustenta que não houve impacto na votação. Marília Alencar e Fernando Oliveira também negam qualquer atuação direcionada ou omissiva.

Também de acordo com a PGR, Mario Fernandes e Marcelo Câmara seriam responsáveis por “coordenar as ações de monitoramento e neutralização de autoridades públicas”.

Foi encontrado com Fernandes o documento do chamado Punhal Verde e Amarelo, plano de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Já Câmara trocou mensagens com o tenente-coronel Mauro Cid sobre a localização de Moraes.

Os advogados de Fernandes não negam a existência do documento, mas alegam que ele não foi entregue a ninguém. A defesa de Câmara diz que os dados citados por ele foram obtidos por fontes abertas.

Paulo Gonet ainda apontou que Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, “apresentou e sustentou o projeto de decreto que implementaria medidas excepcionais no país”. O texto teria sofrido alterações a pedido do então presidente, sendo depois apresentado aos comandantes das Forças Armadas. A defesa de Martins nega que ele tenha relação com a minuta.

Velório do papa Francisco pode começar na quarta-feira, diz Vaticano

O corpo do Papa Francisco poderá ser velado na Basílica de São Pedro para que as pessoas possam prestar suas homenagens já na quarta-feira (23), anunciou um porta-voz do Vaticano hoje. “O translado do corpo do Santo Padre para a Basílica do Vaticano para a homenagem de todos os fiéis poderá ocorrer na manhã de quarta-feira”, informou Matteo Bruni, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé.

A missa de sufrágio do pontífice ocorre na Basílica de São João de Latrão, em Roma, às 14h de Brasília, 19h no horário local, e será realizada pelo cardeal Baldo Reina. As informações são da CNN.

Durante o rito de constatação da morte do pontífice, mais detalhes devem ser informados, como se o papa estava dormindo, quando morreu, etc. O corpo do papa Francisco será colocado em um caixão às 15h de Brasília, 20h local, informou a Santa Sé em um comunicado.

Kevin Joseph Farrell, cardeal e também camerlengo do Vaticano, vai presidir a certificação da morte de Francisco e a colocação de seu corpo no caixão. O caixão do pontífice deve ser apresentado na manhã de terça-feira (22), mas o horário não foi informado. 

20 abril 2025

Prefeitura de Araripina e IF Sertão-PE lançam seleção inovadora para qualificação de jovens em situação de vulnerabilidade


A Prefeitura de Araripina, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, em parceria com o Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IFSertãoPE) e a Autarquia Educacional do Araripe (AEDA), abriu uma seleção inovadora voltada à qualificação de jovens em situação de vulnerabilidade socioeconômica. A ação faz parte do projeto Juventude Transformando o Futuro, integrante do Programa Manuel Querino, e oferece 160 vagas gratuitas para cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC), presenciais, com início previsto para maio deste ano.

Os cursos disponíveis são: Mecânico de Refrigeração, Agente de Alimentação Escolar, Assistente em Administração e Cuidador de Idosos, todos com carga horária de 200 horas e exigência mínima de Ensino Fundamental completo. As aulas serão realizadas de segunda a sexta-feira, das 19h às 22h, no prédio temporário do IF Sertão-PE, localizado na AEDA.

As inscrições estão abertas entre os dias 14 e 21 de abril, de forma totalmente online e gratuita, através do link: https://forms.gle/HkkG2PLTfEwi44bKA. Cada candidato poderá escolher até duas opções de curso, em ordem de preferência. O processo seletivo poderá incluir sorteio eletrônico, previsto para o dia 25 de abril, com transmissão ao vivo. O resultado final será divulgado no dia 29, e a matrícula será automática, entre os dias 30 de abril e 2 de maio, conforme documentação enviada. Os alunos com frequência mínima de 75% terão direito a auxílio transporte e alimentação, garantindo ainda mais inclusão e permanência na formação.

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Alexandre Grande, a ação representa um marco na política de capacitação profissional da cidade. “Estamos unindo esforços para levar oportunidades reais aos jovens que mais precisam. Essa parceria com o IF Sertão-PE é estratégica para transformar vidas por meio da educação e da qualificação”, destacou. O prefeito Evilásio Mateus (PDT) também comemorou a iniciativa. “Investir nos jovens é investir no futuro de Araripina. Com responsabilidade e compromisso, seguimos criando caminhos para que nossa juventude possa sonhar e conquistar um lugar digno no mercado de trabalho”, afirmou.

PoderData: Lula não estanca sangria e desaprovação vai a 53%

 

Do Poder360

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 79 anos, não conseguiu estancar a piora nas taxas de aprovação do seu governo e em outros indicadores. Quase tudo ficou um pouco pior de janeiro para março, embora as oscilações estejam dentro da margem de erro da pesquisa, de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

O levantamento do PoderData foi realizado de 15 a 17 de março. Mostra que o governo é desaprovado hoje por 53% dos eleitores. A taxa oscilou para cima em 2 pontos percentuais em dois meses. No mesmo período, a aprovação variou de 42% para 41%.

A Secom (Secretaria de Comunicação) do Palácio do Planalto tem dito em conversas reservadas que a queda da aprovação teria sido estancada. Pelos resultados do PoderData, isso ainda não fica claro. Nos últimos dois meses, sob orientação do marqueteiro Sidônio Palmeira, novo ministro chefe da Secom, Lula tem tentado ser mais espontâneo em seus discursos.

Com a desaprovação em alta há alguns meses, como mostram as curvas do gráfico acima, Lula no final de 2024 havia atribuído a baixa do índice à falta de comunicação do governo. Demitiu o então chefe da Secom, Paulo Pimenta. O novo titular, Sidônio Palmeira, reformulou a estratégia e decidiu que seria bom o presidente falar mais.

A ideia é que o próprio Lula pudesse divulgar o que considera realizações do governo. O método não foi eficaz. O presidente acabou cometendo mais gafes, com frases em alguns casos consideradas preconceituosas. Apesar disso, a avaliação do Planalto é que o prejuízo com as controvérsias é compensado pelos resultados positivos da exposição de Lula.

O que os resultados desta pesquisa indicam é que, diferentemente do que pensa o Planalto, as derrapadas verbais de Lula ainda pesam na avaliação que o eleitorado faz do governo e do próprio presidente. Os percentuais nos recortes demográficos do levantamento indicam que o presidente tem perdido apoio, em especial, de grupos afetados por suas falas ambíguas e controversas.

Ao falar sobre a alta nos preços dos alimentos, Lula declarou que uma forma de frear a carestia seria a população deixar de comprar o que está caro. Eleito com apoio da população mais pobre, o petista tem perdido apoio neste estrato.

Recentemente, afirmou que pôs uma “mulher bonita” na articulação política e chamou o líder do Governo na Câmara de “cabeçudão do Ceará“. A avaliação positiva do trabalho pessoal do presidente entre as mulheres despencou de 45%, em janeiro de 2023, para 21% agora. No Nordeste, considerado reduto eleitoral histórico do petista, o gap entre os que apoiam e rejeitam o presidente, que era de 20 pontos percentuais em 2023, caiu para 4 pontos percentuais nesta rodada.

A pesquisa foi realizada pelo PoderData, empresa do grupo Poder360 Jornalismo, com recursos próprios. Os dados foram coletados de 15 a 17 de março de 2025, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 2.500 entrevistas em 198 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 95%.

Para chegar a 2.500 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, são mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população.

Estratificação

Os dados estratificados por região mostram que só na região Nordeste o governo é aprovado por 50% dos eleitores. No Sul e no Centro-Oeste, a gestão petista é desaprovada por 62%.

Eis os resultados da aprovação do governo por recortes demográficos (sexo, idade, escolaridade e renda):

Católicos & evangélicos

Os fiéis das duas maiores religiões do país se mantêm em polos opostos quanto à avaliação do governo: 48% dos católicos dizem aprovar o governo, enquanto 69% dos evangélicos declaram desaprovar.

Trabalho pessoal de Lula

O PoderData também perguntou aos entrevistados sobre a avaliação que fazem do desempenho pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os resultados também não são positivos para o Planalto. A taxa dos que consideram o trabalho pessoal do presidente “ótimo/bom” caiu 21 pontos percentuais desde a posse. Eram 43% em janeiro de 2023. Agora, são 22%. Os percentuais dos que acham o trabalho do petista “ruim/péssimo” subiu de 35% para 41% no período.

Eis os resultados por faixas demográficas:

Eis o perfil dos entrevistados: