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01 setembro 2021

Seminário discute transporte rodoviário autônomo de cargas

 

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Iniciativa é fruto de requerimento do deputado federal Gonzaga Patriota 

A Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados promoveu, nesta segunda-feira (30), o seminário para discutir a situação do transporte rodoviário autônomo de cargas no Brasil. O evento, que já está na sua terceira edição,  é uma iniciativa do deputado Gonzaga Patriota (PSB/PE), realizado em parceria com a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA). 

Segundo o socialista, em razão da grande representatividade dos profissionais autônomos no transporte rodoviário de cargas, responsáveis por 60% da movimentação de bens e mercadorias no país, ele entende que é melhor individualizar o seminário com um olhar mais específico para a categoria. “O evento tem primado por levantar questões de relevância para o setor de transportes, sendo que a atividade do transportador autônomo de cargas tem importância significativa no segmento e na vida de todos os brasileiros.”

A solenidade de abertura contou com a presença, além de Patriota, do presidente da comissão, Carlos Chiodini (MDB-SC); do secretário nacional de Transportes Terrestres do Ministério da Infraestrutura, Marcello da Costa Vieira; e do presidente da CNTA, Diumar Bueno.

Na ocasião, ocorreu o painel sobre “contratação direta do caminhoneiro autônomo”. O debate sobre esse tema aconteceu  com os deputados: o diretor-executivo da Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga, Luiz Henrique Teixeira Baldez; o coordenador nacional do Projeto de Documentos Fiscais de Transporte e Fiscal Tributário Estadual na Secretaria de Fazenda do Mato Grosso do Sul, Daniel Carvalho; o assessor jurídico da CNTA, Alziro da Motta Santos Filho; e o coordenador de Projeto da Secretaria Executiva do Ministério da Infraestrutura, Gabriel Valderrama.

“Agir salva vidas” é tema de campanha para reduzir índices de suicídio

 

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Pelo oitavo ano consecutivo, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) promove, em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), a campanha Setembro Amarelo, cujo tema este ano é “Agir salva vidas”. A ação foi iniciada no Brasil em 2014 e visa a reduzir os índices de suicídio. A iniciativa se estende por todo o mês de setembro, tendo como data principal o dia 10 deste mês, quando se comemora o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

O presidente da ABP, Antonio Geraldo da Silva, disse à Agência Brasil que o tema foi escolhido porque trata de forma direta a questão mais importante da campanha, que é agir pode salvar vidas. “Ao ajudar com ação efetiva de buscar assistência médica, você pode fazer a diferença na vida de quem está sofrendo com ideação suicida”, afirmou o especialista. Segundo ele, o suicídio é um tema que sofre com o preconceito. “Ainda existe muito tabu e só com informação correta conseguimos conscientizar as pessoas de que o suicídio pode ser evitado. Precisamos informar a todos como ajudar, porque agir salva vidas”, reiterou.

O relatório Suicide Worldwide in 2019, publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019, revelou que naquele ano mais de 700 mil pessoas morreram por suicídio, o que representa uma a cada 100 mortes. No Brasil, são aproximadamente 13 mil pessoas por ano. Antonio Geraldo da Silva disse que, em geral, no mundo, o número de mortes por suicídio caiu mas, nas Américas, a taxa subiu 17%. Por isso, campanhas como o Setembro Amarelo são tão importantes.

De acordo com a ABP, a maioria dos suicídios está relacionada a distúrbios mentais. “Nós sabemos que cerca de 98% dos casos de suicídio estão relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.”

Prevenção

O presidente da ABP afirmou que é possível prevenir o suicídio. Existem muitos sinais que alertam para a possibilidade de tentativa de suicídio por parte de uma pessoa como, por exemplo, ficar mais recluso, falar muito sobre sumir, não ter mais esperança, mudar o comportamento repentinamente.

“O mais importante é dizer às pessoas que não duvidem de quem ameaça cometer suicídio. Costumo dizer que, nesse caso, o cão que ladra, morde. Não podemos arriscar; a pessoa está sofrendo, por isso dizemos que agir salva vidas, no sentido de encaminhar para um serviço de saúde, um médico psiquiatra, marcar a consulta e ir junto, não deixar a pessoa sozinha, fazer com que ela sinta que você está ao lado dela”. O médico destacou também que se deve ter em mente que a doença mental é como o diabetes, a hipertensão. Ela tem tratamento, tem controle, e a pessoa pode voltar a ter qualidade de vida. Esses são os caminhos para evitar o suicídio, afirmou.

Segundo o presidente da ABP, ainda não há dados que mostrem se a pandemia de covid-19 aumentou o número de suicídios. Ele lembrou, entretanto, que desde março de 2020 vem alertando as autoridades sobre a quarta onda da covid, que é a das doenças mentais. A esse respeito, a ABP trabalha com três cenários, que incluem o desenvolvimento de doença mental em quem nunca apresentou sintoma, retorno dos pacientes aos atendimentos psiquiátricos após recidiva de sintomas que já estavam em remissão e agravamento dos quadros psiquiátricos de quem ainda estava em tratamento.

Substâncias químicas

O professor de pós-graduação em psiquiatria da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC Rio) Jorge Antonio Jaber Filho disse que um quarto dos suicídios acontece em usuários de substâncias químicas. “O simples fato de uma pessoa fazer uso de drogas já a coloca no grupo de risco”, advertiu. Isso significa que de cada quatro pessoas que usam drogas, uma conseguirá se matar. “A estatística mostra que de cada 100 pessoas, 17 já pensaram em suicídio, três tentaram e uma acaba numa emergência hospitalar. É um fato que deve ser levado em consideração: que as substâncias químicas, álcool inclusive, maconha, cocaína, ecstasy’, LSD, anabolizantes e cafeínicos (bebidas com alto teor de cafeína) estão relacionados entre as drogas que causam  maior possibilidade de uma pessoa se suicidar”.

Jaber Filho afirmou que o fator que mais predispõe ao suicídio é a depressão. Cerca de um terço dos suicídios no Brasil ocorre em pessoas que sofrem de depressão e um quarto das pessoas que tenta o suicídio usou drogas. Trabalho realizado dentro de um serviço psiquiátrico em 2019 mostrou que um quarto dos pacientes internados havia tentado o suicídio e foi transferido de hospitais de emergência médica, geralmente da rede pública.

Alterações

O psiquiatra explicou que o fato de uma pessoa usar substâncias químicas provoca, com frequência, alterações nos seus sentimentos, gerando ansiedade e muita tristeza, geralmente após a cessação do efeito das drogas. “Essas pessoas também têm alterações do pensamento. Ou seja, a pessoa que usa drogas tem um pensamento às vezes muito eufórico, acredita que tudo vai dar certo. Mas, passado o efeito, tem um pensamento muito ligado à ruína pessoal, à percepção de que sua vida não está indo bem, de que nada dá certo com ela. Geralmente, as pessoas atribuem esse pensamento de ruína às condições externas políticas, econômicas e sociais que, realmente, têm alguma importância, mas que são determinantes para tentativas de suicídio em pacientes que usam drogas”. Quem não usa drogas tem menos chance de procurar o suicídio em condições sociais adversas, argumentou.

Para Jorge Jaber Filho, usuários de drogas têm maior tendência de abusar desses produtos em momentos difíceis da vida”. Mas se abandonarem o uso das drogas, sairão desse grupo. Já os dependentes químicos, em geral, não têm cura, mas têm acesso a tratamentos médicos e a grupos de mútua ajuda que revertem essa possibilidade, ajudando-os a ficarem em abstinência. “É possível, sim, haver recuperação”. Explicou que o dependente químico é um usuário de substância química que perdeu o controle de sua vida sob o efeito da droga. Já o usuário pode não ter qualquer problema com o uso da droga, mas em algum momento – a perda de um grande amor, de uma pessoa querida – predispõe ao abuso da substância naquele período. E se a pessoa continuar com um sofrimento muito grande, pode tentar o suicídio também.

Lesões

Não só o suicídio, mas os casos de lesões autoprovocadas têm sido uma preocupação constante na Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). O secretário Maurício Cunha disse, em áudio, à Agência Brasil que o órgão acompanha com atenção os dados do Ministério da Saúde sobre essas questões desde 2010, por meio do Sistema de informação de Agravos de Notificação (Sinan).

Lembrou que, em 2019, foi aprovada a Lei 13.819/2019, que instituiu a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio. Os casos que envolvem crianças e adolescentes passaram a ser de notificação compulsória, inclusive ao Conselho Tutelar. “A gente sabe que o suicídio, em qualquer faixa etária, é motivo de grande alarme. Mas é bem mais preocupante observar essa tendência de aumento em crianças e adolescentes. E é com o objetivo de prevenir e reduzir esses números que a campanha Setembro Amarelo vai mobilizar o Brasil inteiro”.

Maurício Cunha lembrou que, este ano, há uma nova circunstância desafiadora que é o contexto da pandemia. O isolamento social levou um elevado número de pessoas a desenvolver problemas emocionais, incluindo aí depressão, colocando crianças e adolescentes mais suscetíveis para esse tipo de violência autoprovocada. “Inclusive, em muitos casos, ela acaba ficando à mercê de abusadores e violadores de direitos nas suas próprias casas”. Por isso, o secretário avaliou ser possível que haja aumento grande do número de casos de automutilação, de tentativas de suicídio e até da consumação do suicídio, “infelizmente”, durante a pandemia.

Para prevenir e evitar esse quadro, ele defendeu a necessidade de que toda a sociedade, escolas, unidades de saúde, estejam alertas e preparadas para reconhecer sinais e tomar as devidas providências com rapidez e segurança. O secretário comentou que a identificação de transtornos mentais e seu tratamento são matérias de competência do Ministério da Saúde, mas a Política de Atendimento à Criança e Adolescente é interdisciplinar e multissetorial, envolvendo vários órgãos: a sociedade civil que, junto com o governo, desenvolve ações de acolhimento, escuta e apoio a crianças, adolescentes e suas famílias no que diz respeito a lesões autoprovocadas e ideação suicida.

A secretaria tem apoiado a campanha Acolha a Vida e a Semana de Valorização da Vida, prevista para a última semana de setembro. Serão realizadas transmissões ao vivo pela internet e feitas campanhas de mobilização “para que, de fato, a gente possa trazer o tema à tona e levar a sociedade à reflexão acerca de toda essa importante questão que envolve a saúde e a vida das nossas crianças e adolescentes”, observou Cunha.

OMS

Dados da OMS estimam que a cada 40 segundos uma pessoa morre por suicídio no mundo. No que se refere às tentativas, uma pessoa atenta contra a própria vida a cada três segundos. Em termos numéricos, calcula-se que em torno de 1 milhão de casos de mortes por suicídio são registrados por ano em todo o mundo. No Brasil, os casos passam de 13 mil por ano, podendo ser bem maiores em decorrência das subnotificações.

Maiores informações sobre a campanha Setembro Amarelo® 2021 podem ser acessadas no endereço eletrônico www.setembroamarelo.com.

Fonte: EBC

Covid-19: como pode ser o futuro de quem decidir rejeitar a vacina?

 

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Uma das repercussões mais esperadas do avanço da vacinação contra a Covid-19 começa a tomar forma no Brasil e no mundo: governos e empresas estão anunciando regras para desencorajar a recusa aos imunizantes.

Entre as políticas mais comuns, destaca-se a criação dos chamados passaportes da imunidade. A proposta é que, para entrar em lugares de convivência com outras pessoas, será exigido um documento (físico ou digital) que comprove a aplicação das doses que resguardam contra o coronavírus.

Alguns políticos e empresários vão um pouco além e já colocam em prática medidas que envolvem multa, demissão, redução de salários e corte de benefícios a quem optar por não ser vacinado, num cenário em que o produto esteja à disposição de todos.

Em certos locais, a decisão é ainda mais extrema. Na Bélgica, alguns times de futebol criaram alas nos estádios para separar vacinados e não vacinados. Já no Paquistão, duas províncias anunciaram que iriam bloquear o sinal de celular dos indivíduos que não aceitassem participar da campanha de imunização.

Mas será que esse conjunto de medidas faz sentido mesmo e realmente coíbe o comportamento de recusa? Ele é suficiente para garantir a retomada das atividades econômicas e sociais de forma segura?

Considerando a vacinação como uma estratégia coletiva e de saúde pública, até que ponto usar esse critério para barrar a entrada de alguém em locais públicos é correto do ponto de vista jurídico e ético?

Em meio a tantos questionamentos, fontes consultadas pela BBC News Brasil entendem que os passaportes da imunidade são inevitáveis, mas precisam ser socialmente justos para evitar o aumento de desigualdades e tensões sociais ou servirem de combustível para as teorias da conspiração.

Situação no mundo

Com uma das campanhas de vacinação contra a Covid-19 mais rápidas, Israel foi um dos primeiros países a exigir os tais passaportes de imunidade aos seus cidadãos.

Em fevereiro de 2021, autoridades locais estabeleceram o “passe verde”, um documento necessário para ingressar em shoppings e museus que era garantido a todo mundo que estivesse com as duas doses no braço.

À época, o então ministro da Saúde, Yuli Edelstein, disse que “ser vacinado é uma obrigação moral e parte de nossa responsabilidade mútua”.

“Aqueles que não forem vacinados serão deixados para trás”, discursou.

Mais recentemente, outros países cujas campanhas mais adiantadas também adotaram a ideia, com alguns ajustes locais. Foi o caso de França, Itália, Grécia, Reino Unido, China e Austrália.

Na França, a restrição de circulação de pessoas não vacinadas foi o gatilho para vários protestos nas últimas semanas.

Já nos Estados Unidos, a situação varia de acordo com cada lugar.

A cidade de Nova York, por exemplo, vai exigir, a partir de setembro, um documento que comprove a vacinação de trabalhadores e consumidores em qualquer local fechado de uso comum, como restaurantes, academias e centros de entretenimento (como teatros e cinemas).

O Pentágono, por sua vez, também vai requerer que todos os militares americanos estejam imunizados ao longo do segundo semestre deste ano.

Ainda nos EUA, algumas empresas começaram a se mexer para assegurar a vacinação de seus funcionários.

A companhia aérea Delta Airlines vai cobrar multas mensais no valor de 200 dólares (mais de mil reais) dos colaboradores que não se vacinarem.

Outras empresas, como a financeira Goldman Sachs e as gigantes da tecnologia Microsoft e Google também passaram a exigir a imunização de todos os seus representantes.

No cenário global, existem ainda outros exemplos bem curiosos na lista. Em agosto, quatro clubes da primeira divisão do futebol da Bélgica decidiram criar uma ala separada em seus estádios para reunir os torcedores que não estão 100% vacinados (ou que ainda não tiveram tempo suficiente para tomar a segunda dose). Eles precisam manter o distanciamento físico e devem sempre usar máscaras.

Já no Paquistão, as províncias de Punjab e Sindh decidiram, em julho, que todos os cidadãos que não fossem aos postos de saúde receber as suas doses teriam a linha telefônica e os serviços móveis do celular bloqueados.

Segundo uma reportagem do The New York Times, o ministro da Informação de Sindh, Syed Nasir Hussain Shah, classificou a recusa às vacinas como “inaceitável”.

“O governo está tentando fazer o melhor para que as pessoas recebam o imunizante”, declarou.

Os funcionários públicos dessas regiões do Paquistão que não participarem da campanha também não receberão mais os salários.

Situação no Brasil

Com mais de um quarto da população vacinada com as duas doses, as discussões sobre o assunto começaram a ganhar força no país nas últimas semanas.

As decisões mais recentes a respeito do tópico vieram das cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, que já anunciaram a implementação de algumas regras de convivência entre os imunizados.

Na capital carioca, as pessoas terão que apresentar um comprovante de vacinação em locais fechados de uso coletivo, como teatros, museus, cinemas, estádios e academias.

O documento também será necessário para a realização de cirurgias no sistema público e para o acesso a serviços de cidadania e transferência de renda do município.

“Nosso objetivo é criar um ambiente difícil para aqueles que não querem se vacinar, que acham que vão se proteger sem a aplicação do imunizante e terão uma vida normal. Não terão”, disse Eduardo Paes (PSD), prefeito do Rio de Janeiro.

Já em São Paulo, a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) havia anunciado uma política bem parecida no dia 23 de agosto, mas voltou atrás após sofrer uma série de críticas.

De acordo com um decreto publicado cinco dias depois, o passaporte da vacina paulistano será exigido em eventos que reúnam mais de 500 pessoas, como é o caso de jogos, shows, feiras e congressos.

Por ora, bares, restaurantes e shoppings da capital paulista poderão receber o público livremente.

A médica Rosana Richtmann, do Comitê de Imunizações da Sociedade Brasileira de Infectologia, vê as medidas com bons olhos.

“É um direito do cidadão que foi vacinado não ser exposto a pessoas vulneráveis que possam transmitir o vírus num ambiente de risco”, declara.

“Falamos de uma doença com transmissão respiratória, em que o controle depende da atitude de toda a sociedade”, completa.

Esses projetos, porém, são criticados pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Numa entrevista no dia 27 de agosto, ele afirmou que “o passaporte não ajuda em nada”.

“Você começar a restringir a liberdade das pessoas, exigir um passaporte, um carimbo, querer impor por lei o uso de máscaras e multar as pessoas, nós somos contra”, argumentou.

Essas políticas têm amparo jurídico?

Na avaliação de Fernando Aith, advogado especialista em direito sanitário, medidas que restringem a entrada de pessoas não vacinadas em estabelecimentos estão alinhadas a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de dezembro de 2020.

“À época, o ministro Ricardo Lewandowski foi o relator da questão e deixou claro que a vacina no Brasil é obrigatória, mas não é compulsória. Ou seja, é um dever do cidadão tomar as doses, mas o poder público não pode pegar ninguém à força”, resume o especialista, que é professor titular da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP).

No plenário, a maioria dos ministros do STF seguiu a avaliação de Lewandowski e a votação terminou com 10 votos a favor da decisão e apenas um contra — o ministro Nunes Marques apresentou ressalvas ao tópico.

“A saída para induzir as pessoas a cumprirem com a obrigação de vacinarem-se é a adoção de medidas legislativas. Com isso, União, Estados e municípios podem limitar direitos para proteger o restante da sociedade. O indivíduo que optar por não se vacinar pode ser proibido de embarcar em voos, de entrar em repartições públicas e de ingressar em comércios com potencial de aglomeração, como cinemas, bares, shows e assim por diante”, continua.

“Em suma, ninguém vai te obrigar a se vacinar, mas você precisa assumir as consequências de não cooperar com esse esforço coletivo”, conclui Aith.

Mas há um ponto importante nesse debate quando levamos em conta a realidade brasileira: a desigualdade na distribuição de doses. Como exigir comprovantes já em setembro, se muitas faixas etárias só estarão efetivamente imunizadas com as duas doses entre outubro e dezembro, seguindo o calendário de cidades e Estados?

“Se o cidadão demonstrar que cumpriu o dever, está com a primeira dose e aguarda o momento de tomar a segunda, ele não pode ser impedido de usufruir dos serviços”, entende Aith.

“Por um lado, há uma iniquidade, uma injustiça. Por outro, existe uma necessidade de proteger a coletividade da disseminação de um vírus por indivíduos que não estão com o esquema vacinal completo. Isso pode gerar inúmeros debates jurídicos”, antevê o advogado.

Vale destacar ainda que, na esfera privada, empresas brasileiras podem demitir por justa causa os funcionários que se recusarem a tomar a vacina.

“O Tribunal Regional do Trabalho já deu decisões recentes nesse sentido. É um dever patronal proteger os trabalhadores, assim como é dever do funcionário resguardar os seus colegas”, diz Aith.

Barreiras científicas e éticas

Para Rosana Onocko Campos, presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), as medidas que incentivam a vacinação são clássicas e históricas.

“Em muitos países, as crianças só podem ser matriculadas em escolas públicas se os pais apresentarem a carteirinha de vacinação atualizada”, exemplifica a especialista, que também é professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Mas, segundo a avaliação dela, o Brasil não deveria pensar agora nos tais passaportes da imunidade.

“Estamos vivendo sob o risco de uma terceira onda, com a expansão da variante Delta do coronavírus, as atividades reabrindo e o péssimo exemplo do Governo Federal, que é um dos únicos do mundo a desincentivar o uso das máscaras”, lista.

“Vamos ter passaporte do quê? Isso mais me parece uma cortina de fumaça, uma firula, que impede as discussões sobre o que realmente importa, como aumentar a testagem e o isolamento”, completa Campos.

O infectologista Dirceu Greco, professor emérito da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) segue uma linha de raciocínio parecida.

“Esses certificados podem dar uma falsa sensação de segurança, uma ideia de que o fato de estar vacinado e ter lugares abertos significam que não há mais risco de ser infectante ou de se infectar”, interpreta.

“Nossos problemas não estão resolvidos com o passaporte, ainda mais agora, com a variante Delta”, complementa.

Do ponto de vista ético, Greco também enxerga ameaças nessas discussões.

“No cenário atual, existem muitos riscos de tomar decisões erradas, que aumentem a iniquidade e prejudiquem quem não tem acesso às doses”, alerta o médico, que também é presidente da Sociedade Brasileira de Bioética.

Muitas incertezas pela frente

Enquanto gestores públicos debatem o assunto e tentam encontrar os melhores caminhos para garantir uma retomada à vida normal, os passaportes da vacina esbarram em muitas perguntas sem respostas.https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

A primeira delas é de ordem prática: como garantir que os estabelecimentos cumpram a decisão? Haverá fiscalização? Qual o risco de pessoas não imunizadas falsificarem o documento e enganarem as barreiras de controle?

Segundo, existem diversas questões científicas que não estão bem definidas. Não se sabe ao certo, por exemplo, quantos meses ou anos dura a proteção vacinal e se haverá a necessidade de reforços de tempos em tempos.

Também é preciso levar em conta os diversos tipos de imunizantes, cada um com uma eficácia.

Por fim, como estimar o perigo das novas variantes e o quanto elas conseguem “driblar” a imunidade dos indivíduos já imunizados?

Em Israel, por exemplo, o passe verde durará apenas seis meses após a segunda dose. Dali em diante, todos os cidadãos com mais de 12 anos terão que tomar uma terceira injeção para renovar o documento.

No Brasil, que tem uma parcela grande da população com apenas a primeira dose, nenhum desses detalhes parece estar 100% definido.

Mas vamos pensar num cenário em que temos doses suficientes para toda a população (como acontece nos Estados Unidos, por exemplo): o que aconteceria com os brasileiros que se recusassem a tomar as doses?

Os passaportes seriam uma maneira de coibir esse tipo de comportamento, já que dificultariam a vida e impediriam a entrada em muitos locais.

Mas Greco, da UFMG, entende que existem outros caminhos que devem ser considerados.

“Temos pessoas que não querem se vacinar porque estão com medo ou não foram convencidas da necessidade de tomar as doses. Há outras que são influenciadas pelas notícias falsas”, diferencia o infectologia.

“Nesses casos, a informação de qualidade é crucial para diminuir esse comportamento hesitante”, conclui.

Um problema do tamanho do planeta

Se essas questões já são difíceis de serem decididas quando pensamos na realidade interna dos países, imagine como a coisa se complica se considerarmos o mundo inteiro.

Fonte: G1

Butantan muda cronograma após exclusão da CoronaVac das doses de reforço

 

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Ao entregar, ontem, o maior lote da vacina contra a Covid-19 CoronaVac ao Ministério da Saúde — 10 milhões de unidades —, o Instituto Butantan disse que não concluirá o envio das 100 milhões de doses da vacina para o governo federal este mês. O motivo é que a exclusão do imunizante no rol dos fármacos para serem usados como dose de reforço de idosos e imunossuprimidos fez com que o instituto mudasse a estratégia.

“Não entregaremos os 54 milhões de doses até amanhã (hoje). Nós estamos reprogramando as entregas em virtude de dois fatos: o primeiro fato, foi a própria manifestação do Ministério (da Saúde), que excluiu a vacina para a terceira dose. Então, isso muda um pouco. Estamos reprogramando porque nós temos outros contratos a serem atendidos, outros estados, outros países”, explicou o diretor do Butantan, Dimas Covas.


O contrato com o ministério previa a conclusão da entrega até o final de setembro, mas o instituto vinha afirmando que adiantaria as remessas até o final deste mês. Com a entrega de ontem, o Butantan soma 92,8 milhões de unidades da CoronaVac repassadas ao governo federal. A primeira parte do contrato, de 46 milhões de doses, foi concluída em 12 de maio. Para concluir a segunda, de 54 milhões de injeções, falta entregar cerca de 7,1 milhões.


O ministério anunciou, na última semana, que deve ser aplicada uma dose de reforço nos idosos com mais de 70 anos e pessoas imunossuprimidas, mas a vacina que deve ser usada preferencialmente é a da Pfizer. “Na falta desse imunizante, a alternativa deverá ser feita com as vacinas de vetor viral, Janssen ou AstaZeneca”, disse a pasta.
Na contramão do que diz o ministério, o governo de São Paulo anunciou, dias atrás, que a dose de reforço poderia ser feita também com a CoronaVac. Especialistas, porém, defendem a utilização apenas da Pfizer como a vacina de dose de reforço.


Covas disse que, dentro dessa nova realidade, a entrega será concluída antes do final de setembro, “o mais rapidamente possível”. “Dentro dessa nova realidade, porque o Ministério tem a cada dia dado notícias no sentido de descredenciar a vacina (CoronaVac), então nós vamos repensar o cronograma”, disse.

Fonte: DP

Governo propõe valor de R$ 1.169 para salário mínimo de 2022

 

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O governo federal propôs um salário mínimo de R$ 1.169 para 2022 segundo a proposta de Orçamento do ano que vem apresentada nesta terça-feira (31), pela equipe econômica.

Atualmente, o salário mínimo é de R$ R$ 1.100. O reajuste de 6,2%, se aprovado pelo Congresso, começará a valer em janeiro de 2022, com pagamento a partir de fevereiro.

O valor representa um aumento de R$ 69 em relação ao salário mínimo atual. Também equivale a mais R$ 22 na comparação com os R$ 1.147 propostos inicialmente para 2022. A explicação para esse reajuste é o impacto da inflação de 2021.

Para a inflação deste ano, foi considerada alta de 5,90% para o IPVA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) e de 6,2% para o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), inflação das famílias com renda de até cinco salários mínimos, que dá base ao piso salarial.

Sem aumento real

O valor do salário mínimo proposto pelo governo para o ano que vem tem correção somente pela inflação. Esse formato já foi adotado desde 2020, quando a área econômica concedeu reajuste somente com base na inflação do ano retrasado. Com isso, o governo mudou a política de aumentos reais (acima da inflação) que vinha sendo implementada nos últimos anos.

O aumento do mínimo afeta aposentadorias, abono salarial e benefícios sociais.

Veja os últimos reajustes do salário mínimo

2021  – R$ 1.100,00 (5,2%)

2020 – R$ 1.045,00 (4,7%)

2019 – R$ 998,00 (4,6%)

2018 R$ 954,00 (1,8%)

2017 – R$ 937,00 (6,48%)

2016 – R$ 880,00  (11,6%)

O valor faz parte do PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) que detalha a proposta do governo federal enviada pelo Poder Executivo para os Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social para 2022.

Fonte: AB

Amupe celebra projeto que propõe reajuste de 40% no repasse do Programa Estadual de Transporte Escolar

 

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Após o governador Paulo Câmara enviar à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), nesta terça-feira (31.08), projeto que altera a Lei 13.463/2009, que implementa o Programa Estadual de Transporte Escolar, o presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) José Patriota celebrou a proposta que altera o valor das faixas de repasse financeiro aos municípios, que contarão com um aumento de 40% nas verbas.

O Programa Estadual de Transporte Escolar (PETE) foi instituído em 2008. Os municípios que aderiram passaram a oferecer aos estudantes da rede estadual de ensino na zona rural uma condução até as escolas e de volta às suas casas. “É algo que faz a diferença e que ajuda muito o município na perspectiva de garantir o acesso à educação de milhares de estudantes. Os valores que estão sendo repassados, nas esferas federal e estadual, não condizem com a realidade dos gastos municipais, ficando uma contrapartida muito alta para os municípios. Por isso, este projeto acontece em um momento muito oportuno”, pontuou o presidente da Amupe, José Patriota.

Esse reajuste implica em um investimento de mais de R$ 16 milhões ao ano por parte do Governo do Estado. “Neste momento de retomada, quando muitos municípios estão voltando às aulas presenciais, é muito importante que o transporte escolar esteja funcionando. Os alunos precisam ter a garantia do ir e vir às escolas. Vamos continuar valorizando a educação pública do nosso Estado, que é a melhor do Brasil, mas ainda temos muito que avançar, e vamos fazer isso junto com os municípios”, destacou Paulo Câmara.

Os recursos financeiros repassados às prefeituras são calculados com base na quantidade de alunos transportados, na extensão territorial do município e na sua densidade demográfica. A Amupe agora espera a aprovação do Projeto pela Alepe. “Nós esperamos que a Alepe aprove o Projeto, pois ele começa a valer a partir de amanhã, 1º de setembro. Essa rápida aprovação vai possibilitar com que os municípios pernambucanos avancem ainda mais na oferta de uma educação de qualidade para seus munícipes”, assinalou José Patriota.

Fonte: Finfa

Orçamento de 2022 prevê R$ 2 bilhões para censo demográfico

 

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Adiado por um ano, o censo demográfico de 2022 terá R$ 2 bilhões de recursos. O valor consta do projeto da Lei Orçamentária (PLOA) do próximo ano, enviado hoje (31) ao Congresso Nacional.

Inicialmente previsto para 2020, o censo foi adiado por um ano por causa da pandemia de covid-19. O  projeto da lei orçamentária de 2021 previa os R$ 2 bilhões para a realização da pesquisa, mas a verba foi retirada durante a tramitação do Orçamento. Dos R$ 2 bilhões iniciais, restaram apenas R$ 53,3 milhões. O corte de recursos levou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a cancelar a realização do censo neste ano, com verba insuficiente até para o treinamento dos técnicos.

Em abril, o então ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello concedeu liminar para a execução da pesquisa, mas o plenário da corte decidiu que, por causa da pandemia de covid-19 e do tempo necessário para elaborar a pesquisa, o censo poderia ser feito em 2022, com os trabalhos de preparação começando neste ano.

Após a sanção do Orçamento de 2021, ocorrida em abril, o Congresso aprovou um crédito adicional de R$ 82,3 milhões para a preparação da pesquisa, elevando a dotação para R$ 135,6 milhões. Atualmente, está em tramitação outro crédito adicional de R$ 35,7 milhões, que elevaria a verba para R$ 171,3 milhões.

Fonte: EBC

Comissão mantém portaria que tornou a atividade mineral serviço essencial

 

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A Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados rejeitou nesta terça-feira (31) proposta de deputados do Psol que anulava portaria do Ministério de Minas e Energia que tornou serviço essencial segmentos do setor mineral, como lavra, beneficiamento e transporte de minérios.

A medida fez com que o setor mineral pudesse continuar trabalhando durante a pandemia. A Portaria 135/20 é de março do ano passado.

Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 136/20 foi apresentado pelo deputado Ivan Valente (Psol-SP) e outros parlamentares do partido. Eles afirmam que o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, extrapolou os seus poderes, pois o decreto que regulamentou as medidas de enfrentamento da pandemia não incluiu o setor mineral entre as atividades essenciais.

Mas o relator do projeto, deputado Beto Pereira (PSDB-MS), que recomendou a rejeição, discordou. Segundo ele, desde que foi editado, também em março, o decreto sofreu diversas mudanças. Uma delas, ocorrida em abril de 2020, incluiu as atividades de lavra, beneficiamento, produção, comercialização, escoamento e suprimento de bens minerais entre os serviços essenciais.

“Não se vislumbra, portanto, que o ministro tenha exorbitado do poder regulamentar ou dos limites da delegação legislativa”, disse Pereira. Ele pediu ainda a rejeição do projeto que tramita apensado e trata do mesmo assunto (PDL 141/20).

Tramitação
O projeto de decreto legislativo ainda será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Receita prorroga prazo para MEIs quitarem débitos

 

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A Receita Federal prorrogou o prazo para regularização das dívidas dos Microempreendedores Individuais (MEI). Desta forma, os devedores com valores referentes a 2016 e a anos anteriores  têm até 30 de setembro para organizar as pendências.

Caso não haja regularização, os débitos em aberto no mês de outubro serão enviados à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em Dívida Ativa da União. Segundo a Receita Federal, existem 4,3 milhões de microempreendedores inadimplentes, que devem, ao todo, R$ 5,5 bilhões ao governo.

Aqui na região, vários municípios têm atuado em parceria com o Sebrae, para orientar os MEIs, a exemplo de Petrolina e Bodocó, que realizaram mutirões de atendimentos.

Fonte: Waldiney Passos

Governo anuncia propostas qualificadas para vacinas nacionais

 

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O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) divulgou hoje (31) as quatro propostas qualificadas preliminarmente, no âmbito do chamamento público para a prospecção de projetos de ensaios clínicos de vacinas contra a covid-19 desenvolvidas no Brasil. Com o anúncio, os quatro proponentes qualificados terão, a partir de agora, de apresentar a documentação necessária, conforme previsto em edital. Ao anunciar os projetos selecionados, o ministro Marcos Pontes destacou a importância da ciência para o combate à covid-19.

“A pandemia deixou clara a importância da ciência, que é a única arma que temos para vencer o vírus. Os resultados em um ano foram expressivos, com redução do número de óbitos. Isso mostra a importância da ciência e dos nossos cientistas. O Brasil tem cientistas de altíssimo gabarito no cenário internacional, mas para que a ciência funcione precisa de irrigação de recursos”, disse o ministro.

Pontes destacou que os investimentos em educação, ciência, tecnologia e inovação são os diferenciais característicos de um país desenvolvido. “A chamada de hoje é simbólica para uma mudança. Nossos orçamentos foram reduzidos, mas estamos agora em ponto de inflexão. Paulo Guedes [ministro da Economia] disse que no ano que vem o orçamento do ministério será aumentado”, acrescentou.

Proponentes qualificados

Das quatro propostas qualificadas, anunciadas ao final da cerimônia, três foram desenvolvidas por universidades públicas e uma pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) – todas a partir de estudos clínicos que abrangeram as fases 1 e 2 das vacinas.

A primeira proposta teve como pesquisador responsável Ricardo Tostes Gazzinelli, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O ensaio clínico foi feito a partir de uma vacina quimera composta de proteínas RBD/nucleocapsídeo derivada do Sars-cov. À vacina foi dado o nome de Spintec MCTI UFMG.

Desenvolvida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a segunda proposta, que teve à frente a pesquisadora Leda dos Reis Castilho, visa ao desenvolvimento da vacina UFRJVAC, tendo como base uma proteína recombinante de variantes de Sars-Cov-1.

A terceira proposta, desenvolvida pela Universidade de São Paulo (USP), por meio da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, é a da vacina Versamune MCTI, a partir de ensaios clínicos de fase 1 e 2, visando ao “tratamento profilático de infecção causada por Sars-Cov-2”. O trabalho tem à frente o pesquisador Celio Lopes Silva.

A quarta proposta é a da Vacina RNA MCTI Cimatec HDT, desenvolvida pelo Campus Integrado de Manufatura e Tecnologia (Senai Cimatec) da Bahia. Ela foi formulada a partir de nanopartícula carreadora de RNA Replicon auto replicante e tem como pesquisadora Bruna Aparecida Souza Machado.

Fonte: EBC

30 agosto 2021

João Doria visita a feira de Caruaru, no Agreste, e cumpre agenda com apoiadores

 


O governador de São Paulo João Doria chega a Pernambuco num momento em que o PSDB se prepara para realizar as prévias e eleger quem deve ser o candidato da sigla a concorrer à eleição presidencial. Neste mês, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que também disponibilizou o nome para o partido para disputar o Planalto, também esteve em Pernambuco e foi recebido pela prefeita Raquel Lyra em Caruaru. 

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) desembarcou em Caruaru, Agreste de Pernambuco, neste sábado (28). O gestor tucano foi recebido pela correligionária e prefeita da Cidade, Raquel Lyra e pelo presidente nacional do partido, o pernambucano Bruno Araújo, pelo ex-senador Armando Monteiro e pela deputada estadual Alessandra Vieira. Na capital do Forró, Doria visita a feira de Caruaru, a Via Parque, e concede entrevista coletiva à imprensa. No período da tarde, Doria segue para o Recife, onde segue com compromissos políticos.

O gestor paulista vem a Pernambuco num momento em que o PSDB se prepara para realizar as prévias e eleger quem deve ser o candidato da sigla a concorrer à eleição presidencial. Neste mês, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que também disponibilizou o nome para o partido para disputar o Planalto, também esteve em Pernambuco e foi recebido pela prefeita Raquel Lyra em Caruaru. 

Na chegada do correligionário, a prefeita Raquel Lyra comemorou a visita do governador. “Para nós é uma honra e uma alegria como presidente estadual do PSDB, e como prefeita de Caruaru receber o governador de São Paulo, que tem feito um trabalho diferenciado transformando o Estado São Paulo e que empresta o seu nome a discussão das prévias presidenciais do PSDB. Vou levá-lo a feira de artesanato, vou comer lá em mãe beata, um café da manhã regional, e vamos visitar algumas obras, e tem uma conversa com os filiados do nosso partido”, disse Raquel. 

A agenda do tucano não transcorreu sem protestos. Quatro apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), trouxeram um caixa de som com jingles de protesto ao gestor paulista. Mas a manifestação não recebeu apoio da população.

Visita

Ao descer da van, na feira de Caruaru, o governador de São Paulo foi recepcionado por uma banda de pífano. Depois caminhou entre os quiosques, onde foi apresentado aos caruruenses pela prefeita Raquel Lyra. O gestor foi bem recebido e cumprimentou a todos. A comitiva que o acompanha tomou café da manhã no restaurante mãe beata.

Na sequência, Doria seguiu para uma passagem rápida pela Via Parque, de onde seguiu para a coletiva de imprensa. O tucano respondeu a perguntas principalmente sobre as prévias do partido. Logo depois, em última agenda em Caruaru, João Doria participou de uma conversa com militantes. O “Encontros do PSDB pelo Brasil”, que tratou de uma reunião com lideranças locais para a apresentação de propostas do tucano.

Em seu discurso, o governador falou da sua trajetória de vida e citou sua origem nordestina, lembrando que seu pai é baiano. “Metade da minha alma, metade do meu sangue é nordestino”, disse. Em seguida, também lembrou dos principais feitos de sua gestão. No auditório, um grupo exibe a faixa “Pai da vacina”, em referência ao esforço do governador pela vacina do Butantan. 

Em sua fala, usando o tom mais eleitoral, João Doria criticou tanto o PT quanto o presidente Jair Bolsonaro. Tendo mandado recados ao presidente em diversos momentos. “Negacionista, terraplanaste, que tira máscara de crianças”, disse em um momento sobre Bolsonaro. Em outra ocasião chegou a chamar o presidente de Déspota e em alfinetadas mais sutis, também fez críticas à gestão federal. “O Brasil perdeu a sua oportunidade, virou as costas para o meio-ambiente”.

Governo Bolsonaro ocultou do MPF compra de máscaras por metade do preço de modelo impróprio

 A Procuradoria da República investiga irregularidades na aquisição de equipamentos de proteção impróprios


O governo Jair Bolsonaro pagou R$ 3,59 por máscara do tipo PFF2, considerado um dos melhores modelos para proteção contra o coronavírus, e R$ 8,65 por unidade de uma máscara que acabou escanteada por ser imprópria a profissionais de saúde. A diferença a mais do custo do segundo produto foi de 141%.

A existência de um contrato para compra de 500 mil máscaras PFF2 diretamente da 3M do Brasil, a um custo de R$ 3,59 por peça, foi omitida em ofícios do Ministério da Saúde ao MPF (Ministério Público Federal) em Brasília.

Assim, não foi possível saber que o governo Bolsonaro pagou por uma máscara imprópria mais do que o dobro do valor pago por uma máscara tida como adequada e eficiente. As duas compras foram feitas com dispensa de licitação, no começo da pandemia da Covid, em 2020. A informação só foi fornecida após insistência do MPF.

A Procuradoria da República investiga irregularidades na aquisição de equipamentos de proteção impróprios, do tipo KN95, de fabricação chinesa.

O então secretário-executivo do ministério, coronel do Exército Élcio Franco, e o então diretor do Departamento de Logística em Saúde, Roberto Ferreira Dias, foram cobrados por procuradores a entregar a relação de todos os contratos de compra de máscaras feitos pelo ministério durante a pandemia.

Dias assina esses contratos. Ele foi demitido do ministério após um atravessador de vacinas inexistentes denunciar uma cobrança de propina pelo diretor no valor de US$ 1 por dose. O caso foi revelado pela Folha.

Franco está abrigado em um cargo na Casa Civil da Presidência. O coronel e Dias são investigados pela CPI da Covid no Senado.

Em pelo menos três ocasiões, Dias escondeu a existência do contrato com a 3M, omitindo da tabela de contratos informada ao MPF qualquer menção à compra feita ainda no começo da pandemia.

O único contrato referente a máscaras do tipo N95 -KN95 e PFF2 são associadas a esse modelo- que aparece nas tabelas é o da aquisição do produto suspeito.

Reportagem publicada pela Folha em 17 de março revelou que as máscaras KN95 fornecidas pelo Ministério da Saúde eram impróprias para uso por profissionais de saúde, segundo entendimento expresso em parecer da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Uma parte expressiva contava com a inscrição "non-medical" na embalagem.

As máscaras chinesas foram adquiridas da Global Base Development HK Limited, uma empresa de Hong Kong. A representação junto ao ministério foi feita pela 356 Distribuidora, Importadora e Exportadora, cujo dono é Freddy Rabbat -é ele que assina o contrato na pasta.

Rabbat é um empresário que atua no mercado de relógios de luxo suíços.

Com o Ministério da Saúde, ele assinou um contrato para venda de 40 milhões de KN95 e 200 milhões de máscaras cirúrgicas. O valor total do contrato é de R$ 691,7 milhões. Metade desse valor se refere às máscaras impróprias.

Diante da impossibilidade de uso por profissionais de saúde, os equipamentos de proteção ficaram parados em galpões nos estados e acabaram sendo destinados para uso por pessoas fora de ambientes hospitalares.

Uma segunda reportagem da Folha mostrou que o preço pago estava acima do mercado, conforme um documento do Ministério da Saúde que balizou o negócio.

O que havia sido omitido do MPF, que investiga essas irregularidades, é a existência de uma contratação direta, sem intermediários, no mesmo momento da pandemia e com um preço bem inferior ao pago a partir da atuação de atravessadores.

A CPI da Covid investiga o mesmo modelo adotado no governo Bolsonaro em relação às vacinas.

O Ministério da Saúde colocou empecilhos para comprar os imunizantes da Pfizer e do Instituto Butantan e abriu as portas para atravessadores e intermediários, como a Precisa Medicamentos, no caso da vacina indiana Covaxin, e militares representantes de outros negócios.

O contrato assinado diretamente com a 3M teve o valor de R$ 1,79 milhão. O documento foi assinado em 12 de março de 2020.

Dados do Portal da Transparência, do governo federal, mostram que o pagamento foi efetivado e que cada máscara saiu por R$ 3,59, como consta no contrato.

Já o contrato das máscaras chinesas, com intermediários, foi assinado em 8 de abril de 2020. A KN95 saiu por US$ 1,65, ou R$ 8,65, conforme a cotação do dólar estabelecida no contrato.

As duas compras foram feitas na gestão de Luiz Henrique Mandetta, demitido do cargo de ministro da Saúde em 16 de abril.

As gestões seguintes defenderam a compra da KN95, não agiram para substituí-las e permitiram a continuidade de Dias à frente das principais compras na pandemia. A demissão só ocorreu em razão dos avanços da CPI.

O então diretor de Logística, em ofício ao MPF em novembro, ocultou a existência do contrato com a 3M do Brasil. No principal inquérito em curso, a procuradora Luciana Loureiro cobrou novas informações, em 30 de março deste ano. Em 14 de abril, Dias voltou a omitir a existência da compra da PFF2, afirmando existir apenas o contrato com o representante de relógios de luxo.

Loureiro, outra vez, pediu que o ministério informasse todas as aquisições feitas de máscaras KN95, N95 e PFF2. O ofício foi enviado em 13 de maio. No dia 20 daquele mês, o então diretor finalmente forneceu as informações e uma cópia do contrato com a 3M do Brasil.

Em julho e em agosto, após a demissão de Dias, a procuradora questionou a gestão de Marcelo Queiroga sobre a execução dos contratos e sobre o destino de todas as máscaras KN95 e PFF2.

A omissão sobre a existência do contrato da PFF2 se deu em um segundo procedimento do MPF, que investigou os preços cobrados. O processo foi arquivado.

A 356 Distribuidora, por meio dos advogados Eduardo Diamantino e José Luis Oliveira Lima, afirmou em nota que os preços estavam abaixo da média de mercado.

"Na ocasião, houve aumento sem precedentes da demanda mundial, o que influenciou os preços. Apesar da competição, o Brasil conseguiu concluir a aquisição, feita diretamente entre governo e fornecedora chinesa."

As máscaras têm certificação aceita internacionalmente e eficácia na retenção de 95% de partículas, cita a nota. "Os equipamentos seguem especificações de Anvisa e Inmetro."

A 356 Distribuidora importa e exporta produtos como relógios, uniformes profissionais e máscaras, segundo os advogados. "Freddy Rabbat atua com comércio exterior há mais de 40 anos, nunca foi acusado de qualquer irregularidade e representa marcas de reputação mundial."

A 3M do Brasil e o Ministério da Saúde não responderam aos questionamentos da reportagem.