Em discurso e entrevista ontem, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que não queria mais se encontrar com donos de jornais e emissoras de televisão e criticou a atuação da imprensa, em especial os veículos do Grupo Globo, durante os processos que levaram à sua condenação pelas investigações da operação Lava Jato.
Apesar das críticas ao jornalismo da emissora TV Globo, o ex-presidente se dispôs a dar uma entrevista ao jornal Valor Econômico, veículo que pertence ao grupo fundado pela família Marinho.
“Eu vou viver meu novo normal agora fazendo o que eu sei fazer. Eu vou conversar com os políticos desse país, dirigentes de sindicato, empresários, não quero saber se é engenheiro, plantador de soja, criador de galinha. Ou seja, se o cara tiver disposto a conversar sobre esse país, pode ficar certo que ele encontrará em mim um interlocutor. A única coisa que eu não faço e não farei é atender pedido para almoçar com diretor de jornal, de revista e dono de televisão. Eu já cansei de fazer e nunca resultou em um benefício, porque muitas vezes eles não se comportam como donos de um meio de comunicação de interesse público, eles tratam como uma coisa privada”, declarou Lula durante sua entrevista.
Momentos antes da declaração, o ex-presidente respondeu a pergunta de uma repórter do Valor Econômico e a afirmou por duas vezes que o veículo está devendo uma entrevista a ele, e que poderia ser articulado um novo encontro com o jornal. “O Valor está me devendo uma entrevista. Porque a última que eu dei foi há uns 4 anos atrás” (sic), disse.
O pronunciamento e a entrevista foram 2 dias depois de o ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), ter decidido anular, na segunda-feira (8.mar.2021), todas as decisões tomadas pela 13ª Vara de Curitiba nas ações penais contra o petista. A decisão de Fachin tornou Lula novamente ficha-limpa, ou seja, apto a concorrer em eleições.
Fonte; Magno Martins