PREFEITURA DE TRINDADE

PREFEITURA DE ARARIPINA

ATEL TELECOM

21 agosto 2018

Ibope: Paulo Câmara, 27%; Armando Monteiro, 21%

Do G1/PE
Pesquisa Ibope divulgada, há pouco, aponta os seguintes percentuais de intenção de voto para o governo de Pernambuco:
  • Paulo Câmara (PSB): 27%
  • Armando Monteiro (PTB): 21%
  • Ana Patrícia Alves (PCO): 3%
  • Julio Lóssio (Rede): 3%
  • Maurício Rands (PROS): 2%
  • Simone Fontana (PSTU): 2%
  • Dani Portela (PSOL): 1%
  • Branco/nulo: 32%
  • Não sabe/não respondeu: 8%
A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e pelo "Jornal do Commercio". É o primeiro levantamento do Ibope realizado depois da oficialização das candidaturas na Justiça Eleitoral.
Sobre a pesquisa
  • Margem de erro: 3 pontos percentuais para mais ou para menos
  • Quem foi ouvido: 1.204 eleitores de todas as regiões do estado, com 16 anos ou mais
  • Quando a pesquisa foi feita: 17 a 19 de agosto
  • Registro no TRE: PE-00006/2018
  • Registro no TSE: BR-09085/2018
  • O nível de confiança utilizado é de 95%. Isso quer dizer que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem o atual momento eleitoral, considerando a margem de erro
  • 0% significa que o candidato não atingiu 1%. Traço significa que o candidato não foi citado por nenhum entrevistado
Espontânea
Na modalidade espontânea da pesquisa Ibope (em que o pesquisador somente pergunta ao eleitor em quem ele pretende votar, sem apresentar a relação de candidatos), o resultado foi o seguinte:
  • Paulo Câmara (PSB): 9%
  • Armando Monteiro (PTB): 5%
  • Ana Patrícia Alves (PCO): 0%
  • Julio Lóssio (Rede): 0%
  • Maurício Rands (PROS): 0%
  • Dani Portela (PSOL): –
  • Simone Fontana (PSTU): –
  • Outros: 3%
  • Branco/nulo: 29%
  • Não sabe/não respondeu: 53%
Rejeição
O Ibope também mediu a taxa de rejeição (o eleitor deve dizer em qual dos candidatos não votaria de jeito nenhum). Nesse item, os entrevistados puderam escolher mais de um nome. Veja os índices:


  • Paulo Câmara (PSB): 43%
  • Armando Monteiro (PTB): 27%
  • Dani Portela (PSOL): 18%
  • Julio Lóssio (Rede): 18%
  • Ana Patrícia Alves (PCO): 17%
  • Maurício Rands (PROS): 17%
  • Simone Fontana (PSTU): 17%
  • Poderia votar em todos: 3%
  • Não sabe/não respondeu: 20%

20 agosto 2018


Operação “Bar Seguro” interdita quatro estabelecimentos comerciais em Araripina

A Operação “Bar Seguro”foi comandada pelo major Francinaldo do Corpo de Bombeiros (CAT Sertão VI) com o apoio de policiais da 9ª CIPM e participação do Conselho Tutelar
Por Roberto Gonçalves / Foto: reprodução CAT Sertão VI
O Corpo de Bombeiros (CAT Sertão VI) e PMPE, realizou na noite desta sexta-feira (17) em Araripina, no Sertão de Pernambuco, a Operação denominada de “Bar Seguro”.
A ação fiscalizou bares e efetuou abordagens, com a interdição dos estabelecimentos que estivessem em desacordo com o Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico (COSCIP), atendendo uma demanda do Pacto Pela Vida, visando a redução de CVLI (Crimes Violentos Letais e Intencionais).
Resultados da Operação:
>> 05 estabelecimentos visitados
>> 01 fechado
>> 04 estabelecimentos interditados
>> 04 estabelecimentos notificados
>> 23 abordagens policiais a pessoas
>> 01 veículo revistado
Os locais notificados e Interditados passam a ser monitorados pelas Polícias Civil e Militar. Ficando o seu funcionamento condicionado a desinterdição, que ocorre somente após a regularização junto ao Corpo de Bombeiros. A regularização é feita através do Site: www.bombeiros.pe.gov.br

Paulo Câmara diz que não vai entrar em ‘rinha’ com Armando

Paulo Câmara na convenção que homologou sua candidatura, no último dia 5 / Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
Paulo Câmara na convenção que homologou sua candidatura, no último dia 5
Do Blog de Jamildo / Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
Criticado pelo senador Armando Monteiro Neto (PTB), novamente seu adversário nas eleições deste ano, o governador Paulo Câmara (PSB) afirmou neste domingo (19), durante a inauguração do seu comitê de campanha no Recife, que vá discutir com o petebista durante o período eleitoral.
O parlamentar tem usado temas como a segurança pública, calo do governo socialista, para questionar a sua gestão em Pernambuco.
“Vou fazer uma campanha mostrando o que eu fiz. Não vou entrar em rinha, ficar batendo boca com ninguém. Mas, lógico, vou dizer também as dificuldades, tudo que a gente sofreu com esse governo Temer”, disse Paulo Câmara.

“Palanque de Temer”

O socialista tem atribuído ao petebista a pecha de “palanque de Temer”, para explorar a impopularidade do presidente emedebista. Enquanto isso, busca mostrar que está coligado ao PT, partido do ex-presidente Lula, que tem 54% das intenções de voto, segundo a última pesquisa Ibope, realizada em junho.
Nos primeiros dias de campanha, os candidatos ao Senado nas duas chapas têm trocado farpas publicamente.

Candidatos: os mais ricos, os do meio e os mais pobres

Carlos Brickmann
Os mais ricos
De acordo com a declaração de bens de cada um, o candidato mais rico é o engenheiro (e ex-executivo de bancos) João Amoêdo, do Partido Novo. Seus bens somam R$ 425.066.485,46. O segundo é o engenheiro (e ex-executivo de bancos) Henrique Meirelles, do MDB, até recentemente ministro da Fazenda do presidente Michel Temer. Patrimônio declarado de Henrique Meirelles: R$ 377.496.700,70.
Curiosidade: os vices dos dois candidatos mais ricos estão longe de ser pobres, mas seu patrimônio é de cerca de 1% do valor dos bens dos cabeças de chapa.
Os do meio
Seguem-se os outros candidatos, pela ordem de bens declarados: o terceiro mais rico é o escritor João Goulart Filho (PPL), filho do ex-presidente João Goulart, com R$ 8.591.035,79; Lula  (PT), que aponta como ocupação “torneiro mecânico”, é o quarto candidato mais rico, com R$ R$ 7.987.921,57 – ver na nota Me engana que eu gosto os números de declaração anterior, pela qual seria o terceiro mais rico; quinto, Eymael (DC), empresário, com R$ 6.135.114,71; sexto, Álvaro Dias (Pode), R$ 2.889.933,32; sétimo, Jair Bolsonaro (PSL), que apresenta como ocupação declarada “membro das Forças Armadas”, com R$ 2.286.779,48; oitavo, Geraldo Alckmin (PSDB), que se apresenta como médico, com R$ 1.379.131,70; Ciro Gomes (PDT), advogado, R$ 1.695.203,15, é o nono; décimo, Marina Silva (Rede), historiadora, R$ 118.835,13.
Os mais pobres
A décima-primeira é Vera Lúcia (PSTU), ocupação declarada “outros”, R$ 20.000,00; décimo-segundo, Guilherme Boulos (PSOL), historiador, R$ 15.416,00; décimo-terceiro, deputado Cabo Daciolo (Patriota), nada.
Nada a ver
O patrimônio declarado de cada candidato nada tem a ver com posição nas pesquisas. Se tivesse, Meirelles e Amoêdo estariam ambos no páreo.

Brasil teria perdido controle da “invasão” venezuelana

A prefeita de Boa Vista, Teresa Surita (MDB-RR), diz que o Brasil “perdeu o controle” da imigração venezuelana. Para ela, se o governo federal não atuar para enviar venezuelanos para outros estados de forma frequente e efetiva, conflitos como o de sábado (18) em Pacaraima (RR) serão cada vez mais constantes.
 “Não é justo só Roraima pagar essa conta. O problema não é municipal nem estadual, é do Brasil.”
Surita afirma que Boa Vista recebe mais de 500 venezuelanos por dia e que hoje eles já são 30 mil só na cidade –10% da população local. Em dois anos, diz, o governo federal não conseguiu cumprir a promessa de interiorização: apenas 820 imigrantes deixaram Roraima. (Daniela Lima – Folha Painel)

A ONU e a soltura de Lula

A defesa do ex-presidente Lula reuniu decisões do STF e manifestações da PGR que reconheceram o caráter vinculante e obrigatório de determinações do Comitê de Direitos Humanos da ONU.
Querem mostrar que é praxe do Brasil admitir a jurisdição do colegiado.
Frei Betto enviou uma mensagem a Cármen Lúcia pedindo que ela paute “o quanto antes” no Supremo a revisão da prisão em segunda instância.
Ex-assessor especial de Lula, o escritor disse que só a retomada do tema pode “favorecer a estabilidade jurídica e política deste país tão conturbado”. (FolhaPainel)

Violência doméstica será marca de Toffoli no CNJ

Toffoli quer fazer da assistência a vítimas de violência doméstica sua marca no CNJ
Daniela Lima – Painel – Folha de S.Paulo
Prestes a assumir o comando do Conselho Nacional de Justiça, Dias Toffoli elegeu a proteção a vítimas de violência domésticacomo prioridade de sua gestão. O ministro quer minimizar a percepção de que só os criminosos estão no foco de atenção do sistema. Ao tomar posse, em setembro, ele vai designar um grupo para, em conjunto com estados e municípios, criar núcleos de acolhimento para mulheres e crianças. “É importante que o Estado e o Judiciário passem a olhar para as vítimas.”
A ideia de Toffoli é promover e incentivar a criação de centros de acolhimento para vítimas de violência doméstica, como a Casa Abrigo, que oferece hospedagem temporária de emergência para mulheres e seus filhos, além de acompanhamento jurídico e psicológico. Hoje não há rubrica para esse tipo de ação no Judiciário.


O ministro diz que não há como resolver a questão “do dia para a noite”, mas que pretende “dar o primeiro passo”. Ao eleger o tema como prioridade, ele promove uma guinada no direcionamento do órgão, que sob Cármen Lúcia mirou o sistema penitenciário.

Marina contra Bolsonaro

Contrapor-se a um candidato tão antimulher como Bolsonaro é uma boa forma de Marina marcar sua estratégia de campanha
Celso Rocha de Barros – Folha de S.Paulo
Já com o debate de sexta-feira se aproximando do fim, Jair Bolsonaro viu Marina Silva vindo correndo lá do fundo do estúdio. Leu a cola na sua mão: "Pesquisa Arma Lula".
No que levantou de novo a cabeça, não teve tempo de soletrar "Ustra" antes que a ambientalista lhe aplicasse os dois pés no peito e o levasse a nocaute. Flutuando fora do próprio corpo, ainda assistiu à candidata da Rede Sustentabilidade dançar a dança da vitória sobre sua carcaça inerte.
Após recuperar os sentidos, Bolsonaro ainda pensou em recorrer ao Conselho de Direitos Humanos da ONU para que interrompesse o ground and pound, mas ficou com medo de que acabassem soltando o Lula no meio da confusão.
Ao fim do debate, parecia o irmão gago do Cabo Daciolo.
No dia seguinte, Bolsonaro precisou dar uma explicação ao seu público. Mostrando que é de fato um pré-sal de testosterona, fez o que qualquer legionário, qualquer cangaceiro, qualquer Conan, qualquer Viking faria: reclamou que Marina andava ameaçadoramente em sua direçãoenquanto perguntava.
Não foi só o tom de Marina. Ela de fato descobriu uma avenida na defesa de Bolsonaro. Há um vídeo do candidato do PSL no programa SuperPop, da RedeTV!, em que Bolsonaro diz que não contrataria uma mulher pagando o mesmo salário de um homem.
As mulheres são 52% do eleitorado.
Bolsonaro pode colocar Janaina Paschoal na campanha, pode colocar o Mourão ou o Olavo de vestido e peruca: esse vídeo em que defende que 52% do eleitorado ganhe menos que os outros 48% vai assombrá-lo até o final.
Não foi por acaso que Marina escolheu Bolsonaro como alvo.
Em primeiro lugar, Marina é a única mulher com chances na corrida presidencial deste ano. Contrapor-se a um candidato tão antimulher como Bolsonaro é uma boa forma de marcar sua diferença diante de um público que constitui a maioria dos eleitores indecisos.
Mas Marina também tem todo o interesse em polarizar a eleição com Bolsonaro por outro motivo. Novas pesquisas devem sair hoje ou amanhã, mas até a semana passada o quadro era claro: Marina Silva seria a nova presidente do Brasil, pois iria para o segundo turno e venceria Bolsonaro.
O que ameaça Marina é a expectativa de que PT e PSDB devem crescer ao longo da campanha e polarizar novamente a eleição. Mesmo se a estratégia do PT não funcionar, Ciro Gomes está mais bem posicionado para brigar pelo voto esquerdista. O ideal para Marina é que a eleição seja sobre Bolsonaro e sobre quem o venceria no segundo turno.
Porque Marina é uma excelente candidata para segundo turno. Quem odeia Marina Silva? Você não conta, Jair, você começou a odiar anteontem.
A esquerda poderia reclamar, mas no fim das contas o voto lulista iria para Marina. Os tucanos teriam grandes problemas em apoiar Marina, preservar sua reputação democrática, e impedir que Bolsonaro reorganizasse a direita sob sua liderança? Não.
Marina Silva não tem estrutura de campanha nenhuma. Ainda mais do que Bolsonaro, muito mais do que Ciro, só tem chance de vencer se a eleição for realmente atípica, se as máquinas políticas não contarem para nada, se não estar enrolado na Lava Jato for um critério decisivo na decisão do eleitor.
Mas enquanto a eleição for sobre Bolsonaro, enquanto ainda puder crescer nessa briga, Marina está no jogo.

O atraso quer bloquear energia limpa

Elio Gaspari - Folha de S.Paulo
As distribuidoras de eletricidade defendem seus interesses com a cegueira dos fazendeiros do século 19
O doutor André Pepitone da Nóbrega assumiu a presidência da Agência Nacional de Energia Elétrica prometendo derrubar o que chama de "subsídios" dados a quem utiliza fontes de energia solar ou eólica. Noves fora o fato de ele ter assumido um cargo com mandato de quatro anos por escolha de um governo que durará poucos meses, há um forte cheiro de que estão armando uma trava para o avanço do consumo de energia limpa. Interesse de quem? Das distribuidoras.
As energias eólica e solar são complementares à que é produzida pelas hidrelétricas. No Brasil, quando o nível dos reservatórios baixa, o sistema é socorrido pela ativação de usinas térmicas, caras e poluidoras. Se uma família instala painéis para captar energia solar no telhado de sua casa, não paga pela energia que o Padre Eterno lhe dá durante o dia. Essa operação é cara, mas seus custos vêm baixando. No caso da energia eólica, sua produção já é competitiva e muitas empresas estão entrando no mercado. Em todos os casos, quando falta sol ou vento, o cliente precisa da rede elétrica.
Nas falas do doutor Nóbrega, o simples uso do termo "subsídio" é impróprio. O que o consumidor pode fazer é economia, sem tirar dinheiro do bolso de ninguém, muito menos da Viúva. Em vez de estimular o uso de fontes limpas de energia, a Aneel indica que vê um problema naquilo que é uma solução.
A mentalidade do atraso existe e Pindorama já pagou caro por ela. No século 21 discutem-se leis, tarifas e subsídios para o mercado de energia. No 19 discutia-se a questão de trabalho. Havia o do mercado nacional, montado sobre a escravidão dos negros e um outro, que se poderia chamar de limpo, baseado no trabalho assalariado. Hoje o Brasil assina acordos internacionais para a defesa do meio ambiente. Em 1826, d. Pedro 1º assinou um tratado com a Inglaterra comprometendo-se a abolir gradativamente o tráfico de escravos trazidos da África. O Brasil buscaria na Europa mão de obra limpa, estimulando a criação de colônias de imigrantes.
Nem pensar. Em 1828, o senador Nicolau Vergueiro deu um parecer sobre a questão e disse:
"Chamar os colonos para fazê-los proprietários a custas de grandes despesas é uma prodigalidade ostentosa, que não se compadece com o apuro de nossas finanças. O meu parecer, pois, é que se acabe o quanto antes com a enorme despesa que se está fazendo com eles."
Em 1830, retiraram-se do orçamento os créditos para a colonização estrangeira. Deu no que deu.

Sob Mourão, Clube Militar quer candidatos de farda

Vice de Bolsonaro e presidente da instituição diz que a intenção é formar bancada que faça ‘política com P maiúsculo’
Rafael Ciscati e Bernardo Mello
Indicado vice na chapa presidencial de Jair Bolsonaro (PSL), o general Antônio Mourão (PRTB) carrega para a campanha eleitoral as esperanças de uma instituição adormecida. Distante da política partidária desde os anos 1960, o Clube Militar, no Rio de Janeiro, quer voltar à cena. O fato de Mourão ser presidente do clube desde maio facilita as coisas. Ele promete aumentar o peso da atuação dos associados.
O projeto inclui promover novos candidatos fardados para formar uma “bancada militar” no Congresso no futuro. Nas contas de Mourão, até a semana passada havia mais de cem pré-candidatos ligados às Forças Armadas:
— Esse projeto começou ainda na administração anterior à minha — diz Mourão. — Somos a casa da República. O clube quer somente retomar o papel que tinha em sua gênese.
A instituição pretende organizar palestras sobre política e publicar um informativo com o que o clube espera dos que forem eleitos.
Segundo Mourão, o clube preza pela “primazia da educação pública” e pela defesa da “política com P maiúsculo”:
— A ideia é que os candidatos que apoiaremos se orientem por esses princípios. Queremos formar uma bancada dentro do Congresso. Para, a partir daí, iniciar um processo de mudança no Brasil.
Filho de general, Mourão ingressou na Academia Militar de Agulhas Negras em 1972. Ganhou notoriedade em 2015, durante o impeachment de Dilma Rousseff. Crítico da então presidente, durante uma palestra a militares da reserva ele defendeu que a saída da petista não seria suficiente para mudar o status quo.
Nos slides da apresentação, convocou os presentes à “luta democrática”. Dias depois, anunciou uma homenagem ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-comandante do DOI-Codi e acusado de tortura durante a ditadura militar.
As declarações derrubaram Mourão do Comando Militar do Sul. Ele acabou no comando de uma mesa na Secretaria de Economia e Finanças do Exército.
Hoje, quando perguntado sobre o assunto, assume posição mais diplomática:
— A função institucional do Exército está muito bem definida pelo general Villas Bôas — afirma Mourão.
Ser presidente do Clube Militar era desejo antigo do candidato a vice de Bolsonaro. Foi eleito por aclamação, numa disputa em que ninguém mais concorreu. Diz que pretende manter a vida dupla — entre a presidência do clube e a disputa pelo Jaburu — enquanto durar a corrida eleitoral.
O Clube Militar teve papel preponderante durante os primeiros anos do regime republicano. O Marechal Deodoro da Fonseca, primeiro presidente do Brasil, foi um de seus fundadores:
— Foi na sede do Clube que se planejou o golpe para derrubar o imperador (Pedro II) — diz o historiador Eduardo Heleno Santos, da Universidade Federal Fluminense. A atuação declinou durante a ditadura militar. Segundo Santos, devido a disputas internas das Forças Armadas.
RETOMADA DA POLÍTICA
A retomada da atividade política do clube começou na gestão do general da reserva Gilberto Pimentel, antecessor de Mourão. Pimentel lançou, no início de 2015, a Campanha pela Moralidade Nacional, propondo debates para “corrigir” as “diversas distorções” na política e na sociedade. Na época, o clube lançou o e-book “Por um país melhor”, uma coletânea de artigos que envolveu militares e civis — entre eles, o então senador Marcelo Crivella, atual prefeito do Rio de Janeiro.
Nos últimos anos, a sede do Clube virou foco de encontros políticos. No dia 20, haverá palestra do presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, desembargador Thompson Flores, que reverteu a ordem de soltura do ex-presidente Lula expedida pelo desembargador Rogério Favreto.
O site e a revista trimestral publicam artigos de referências do pensamento conservador, como o filósofo Denis Rosenfield. Alguns textos, assinados por militares, defendem que não houve ditadura militar — mas um “regime de salvação”.
O coronel Ivan Cosme, diretor de Comunicação do clube, garante que a instituição não pretende fazer atividades partidárias em suas dependências. Mas também não quer ficar à parte das pautas nacionais:
— Quem diz que os militares estão “de pijamas” e que a reserva não apita, está dando um tiro no pé — diz.
As ambições coincidem com um momento de explosão de candidaturas fardadas. Mourão, que já defendeu uma intervenção militar e atribui problemas nacionais a heranças de portugueses, negros e indígenas, é só o mais conhecido.
Mourão encara a politização do Clube como uma obrigação institucional:
—Nós estamos cumprindo aquilo que consideramos nosso desígnio — afirma.
Mourão fez aniversário no último dia 15. Comemorou entre os colegas, no clube:
— Foi algo frugal — diz Cosme — Mas teve até bolo.

Romário, o Porsche e a arte de enganar os bobos

Ricardo Miranda – Blog Os Divergentes
O peixe – apelido do senador do Podemos, Romário, anda cheirando mal. Nos gramados, onde mostrava serviço e ganhava taças, isso era relevado. Era só o cracaço marrento, que colecionava gols, namoradas e filhos – e que chegou a ser preso por não pagar pensão alimentícia a uma delas. Agora na política, rumo ao infinito e além, o contrassenso entre suas glórias com a camisa 11 e sua prática como cidadão é tão flagrante que merece uma reflexão. Por que votamos, quase no piloto automático, em ídolos – do esporte, da música, das artes – como se eles pudessem reproduzir na política seus talentos e glórias?  O pavor de “políticos profissionais”, que criou a bancada dos famosos que prometem muito e não entregam nada, talvez explique isso. É o caso de Romário, o Tiririca do futebol, que pode até ser o próximo governador do Rio – ele lidera as intenções de voto seguido de perto por Eduardo Paes e Anthony Garotinho -, mas, se a campanha chegar a um segundo turno, como tudo indica, ele periga chegar de Uber para sua posse.
 
Colecionador de carros de luxo, o ex-craque da seleção e tremendo perna-de-pau na política, está vendo encolher, dia a dia, o milionário patrimônio que guarda em sua garagem, o último deles um Porsche Macan avaliado em R$ 350 mil, encontrado no condomínio de luxo onde o senador mora, na orla da Barra da Tijuca. A apreensão aconteceu na última terça, 14. O veículo, como fazem os espertalhões, está registrado em nome de Zoraidi de Souza Faria, irmã do senador. A Justiça, no entanto, sabe que o Porsche pertence de fato a Romário e que a documentação em nome da irmã é apenas uma conhecida artimanha para evitar perder bens para pagar dívidas com credores. No mês passado, outros dois carros já haviam sido apreendidos: um Audi RS6 Avant e um Peugeot Allure, avaliados em R$ 500 mil. A Justiça ainda busca um Hyundai Elantra, em nome de Zoraidi, e um Range Rover, registrado – pasmem – em nome da mãe do senador. Todos os veículos já estão penhorados, e a tendência é que os carros que já foram apreendidos sejam leiloados para amortizar o passivo com credores do senador – esta dívida gira em tomo de R$ 20 milhões, de acordo com documentos do processo.
Além dos carros, uma casa que Romário comprou por R$ 6,4 milhões, na Barra, também foi penhorada. O imóvel , fica em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca. Também foram penhorados R$ 4,8 milhões que Zoraidi de Souza Faria, irmã do senador e também ré no processo, mantém em um plano de previdência privada no Banco do Brasil. Neste mesmo processo, a Justiça também já penhorou uma lancha e levou dois apartamentos a leilão. Os imóveis foram comprados por R$ 2,8 milhões, e os recursos foram usados para abater a dívida do senador. É incrível como Romário acumulou patrimônio na mesma proporção em que fez dívidas, como se lei alguma importasse, e o negócio fosse levar vantagem em tudo – certo?
Como governador, o endividado Romário teria que lidar com questões como a renegociação da dívida do estado com a União, porque o atual indexador, baseado principalmente na taxa básica de juros, a Selic, é elevado. Outra medida necessária, que precisará ser negociada com o atual governo, é política de incentivos fiscais. Você vê Romário capaz de lidar com isso?
Romário declarou à Justiça Eleitoral ter um patrimônio de R$ 5,58 milhões. O valor é mais de quatro vezes maior que o R$ 1,31 milhão que ele informou na campanha de 2014, uma variação de 325%.  Ainda assim, é ridículo para quem conhece as posses do ex-jogador. Romário tem dito, quando perguntado, que tem dívidas “como qualquer outro cidadão” e que elas vêm sendo quitadas ao longo dos anos. Romário, Romário, você não entende nada mesmo do povo brasileiro, especialmente dos 60 milhões inscritos no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) por não conseguir pagar a geladeira parcelada, a moto ou o sofá que compraram no crédito acreditando nesse país. Muitos deles estão desempregados. Nenhum deles tem imóveis de luxo e Porsches, peixe.