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03 março 2023

Socorro Pimentel propõe criação de Comissão Especial de Promoção e Atenção à Assistência Materno Infantil

 

Foto: divulgação

A deputada estadual Socorro Pimentel (UB), apresentou um requerimento à Assembleia Legislativa para a criação de uma Comissão Especial de Promoção e Atenção à Assistência Materno Infantil em Pernambuco. Durante a reunião plenária desta quinta (2), a parlamentar ocupou a tribuna da Alepe para defender a implantação do colegiado.

“A comissão especial que propomos terá como principal objetivo acompanhar as políticas públicas voltadas para a assistência materno infantil, visando identificar os gargalos existentes, e propor soluções para melhorar a qualidade dessa assistência em Pernambuco Queremos fazer um debate com foco no diálogo e na parceria conjunta entre municípios, estado e união”, disse Socorro Pimentel.

Socorro Pimentel, que foi presidente da Comissão Especial e Acompanhamento aos Casos de Microcefalia em Pernambuco em 2016, durante seu primeiro mandato, reforçou ainda que dará continuidade ao trabalho. “Agora, no Âmbito da Comissão Especial de Atenção e Promoção à Assistência Materno Infantil, iremos acompanhar a atual situação das crianças afetadas pela microcefalia, de modo a garantir que elas sigam tendo acesso a uma assistência de saúde integral e de qualidade”, defendeu.

“Abordaremos os mais diversos temas em nosso colegiado, passando também pela queda na cobertura vacinal, a importância do aleitamento materno e tantos outros. Sabemos que os desafios são complexos e exigem esforços coordenados de diversos atores da sociedade, mas estamos otimistas. Vamos trabalhar juntos para garantir que as mães pernambucanas e os seus filhos tenham a assistência adequada”, finalizou.

27 fevereiro 2023

Vacinação bivalente contra Covid-19 é iniciada em Pernambuco; Recife já havia antecipado aplicação

 


Aplicação do novo reforço foi dividida em seis etapas, tendo idosos com 70 anos ou mais na primeira fase

A partir desta segunda-feira (27), todo o Estado de Pernambuco está apto à aplicação da vacina bivalente contra a Covid-19. O novo imunizante é da Pfizer e sua distribuição acontecerá em seis etapas: idosos com 70 anos ou mais, imunocomprometidos a partir dos 12 anos e trabalhadores e pessoas que vivem em Instituições de Longa Permanência (ILPI) e Residência Inclusiva (RI); pessoas que tenham entre 60 e 69 anos; grávidas e puérperas; trabalhadores da área de saúde; pessoas com deficiência permanente e população privada de liberdade e socioeducandos.    

De acordo com o Ministério da Saúde, o reforço trazido pela nova vacina aumenta a imunidade contra o vírus da cepa original e também da variante ÔmicronBA.1 ou BA.4/BA.5. Além disso, a eficácia é semelhante a das vacinas monovalentes. Pernambuco detém atualmente 194.400 mil doses, e a expectativa é de que alcance o total de 800.454 com o avanço das etapas.

Recife, que antecipou a aplicação da vacinação bivalente desde a última sexta-feira (24), recebeu 30.732 doses e conta com cerca de 105 mil pessoas do grupo prioritário da primeira fase. O agendamento deverá ser feito pelo site ou aplicativo do Conecta Recife e as doses podem ser aplicadas na  Policlínica Lessa de Andrade, na Madalena; Policlínica Clementino Fraga, no Vasco da Gama; Centro de Saúde Professor Sebastião Ivo Rabelo, no Ibura; e no Centro Médico Senador José Ermírio de Moraes, em Casa Forte; além dos shoppings Recife, em Boa Viagem; RioMar, no Pina; Boa Vista, na área central da cidade; e Tacaruna, em Santo Amaro. 

Na cidade vizinha de Olinda,  o agendamento não é necessário, e a aplicação do primeiro grupo acontecerá na Policlínica João de Barros Barreto, das 8h às 16h, na Policlínica São Benedito, das 8h às 16h, e no Shopping Patteo, das 9h às 17h. A partir da quarta-feira (1º), as dosagens passarão a ser administradas em todas as unidades de saúde da cidade. 

Já no município do Paulista, a imunização acontece por demanda espontânea nas unidades de saúde da cidade que estão no cronograma da Coordenação do Programa Nacional de Imunização (PNI), sem que seja preciso agendar.

Ainda na Região Metropolitana, Camaragibe aplicará as doses nas 45 unidades básicas da cidade, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h. No Camará Shopping, de segunda a sábado, das 10h às 15h, e aos domingos, das 12h às 17h, a aplicação acontece sem agendamento, precisando apresentar documento oficial com foto, cartão SUS ou CPF, comprovante de residência e cartão de vacina.

No Jaboatão dos Guararapes, que recebeu o repasse de 12.294 doses, os locais de vacinação e os horários podem ser vistos no site deolhonaconsulta.jaboatao.pe.gov.br ou no aplicativo deolhonaconsulta. É necessário estar portando CPF, documento com foto e comprovante de residência na hora de tomar o imunizante

Novo Cangaço: Três bandidos morrem em troca de tiros com a PM, no Sertão da Bahia

 

Foto: divulgação PM BA

Três membros de uma quadrilha suspeita de atuar contra instituições financeiras e carros fortes morreram em confronto com a Polícia Militar na madrugada deste sábado (25), no distrito de Bendengó, município de Uauá, sul da Bahia.

A quadrilha foi desarticulada por equipes da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe) Caatinga. Com os homens, foram apreendidos três fuzis, explosivos, munições, entre outros materiais.

De acordo com o comandante da unidade, major Ednaldo Siqueira Vieira, o policiamento na região foi intensificado para coibir esse tipo de prática criminosa. “Eles estavam em um veículo e ao verem as guarnições, atiraram. Houve confronto, porém o trio não resistiu”, disse o oficial.

Após a busca, foram encontrados três fuzis calibres 7,62 e 556, duas pistolas, carregadores, 501 munições de diversos calibres, 18 espoletas, aproximadamente quarto metros de estopim, 770 gramas de cordel detonante nitro penta, uma caminhonete S10 com restrição de roubo e 936 pacotes de cocaína. A ocorrência e os materiais apreendidos foram apresentados na Delegacia Territorial (DT) de Uauá.

Medidas para regulamentar redes sociais avançam em Brasília; especialistas temem censura

 

Foto: reprodução

O controle estatal sobre o que pode ou não ser dito nas redes sociais deve se intensificar durante o governo Lula (PT), como prometido pelo petista durante a campanha eleitoral. Além das políticas das próprias plataformas, que impõem certas restrições para alguns tipos de conteúdo, atores dos poderes Judiciário, Executivo e Legislativo avançam na tentativa de criar mecanismos para monitorar, proibir e até criminalizar determinados conteúdos. Fontes ouvidas pela reportagem apontam que as diferentes propostas em andamento, se concretizadas, podem ser usadas politicamente para silenciar vozes contrárias ao governo e suas diretrizes ideológicas e gerar prejuízos diversos à liberdade de expressão.

As discussões sobre regulamentação das redes sociais tomaram proporção maior após os protestos violentos do dia 8 de janeiro sob a alegação de que teriam sido mobilizados exclusivamente pelas plataformas digitais. Mas a cúpula petista já estudava emplacar, logo no início do governo, uma regulamentação por Medida Provisória, isto é, sem a necessidade de aprovação de lei no Congresso.

Como há resistência no Legislativo e no próprio governo quanto à ideia, parlamentares governistas se articulam para avançar rapidamente com o projeto de lei (PL) 2.630/20, popularmente chamado de “PL das fake news”, que cria regras para a moderação de conteúdo nas plataformas. A proposta, cuja relatoria está com o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), já foi aprovada pelo Senado e aguarda análise na Câmara dos Deputados.

A Gazeta do Povo já publicou uma série de artigos e editoriais mostrando que os riscos por trás dessa proposta superam os benefícios. “Medidas interessantes como a caça aos robôs e perfis falsos foram misturadas a uma série de previsões de caráter aberto e que dão margem a perseguição e censura com base política e ideológica”, explica um dos artigos.

Apesar dos riscos de censura, apontados também por especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo nesta reportagem, a aprovação do projeto é defendida por integrantes do governo Lula sob o argumento de coibir a disseminação de conteúdos que representem ameaças às instituições democráticas.

Um mês após os episódios de vandalismo aos prédios dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, defendeu o PL da Fake News em uma reunião do Conselho Político de Coalizão. “A orientação do governo é aproveitar ao máximo a iniciativa que já tem do Congresso, aprovado no Senado e que está na Câmara, sob liderança e a relatoria do deputado Orlando Silva, com quem já tive uma conversa”, disse Padilha.

Para avançar com essa matéria, o governo tem promovido reuniões com o autor do projeto de lei, senador Alessandro Vieira (PSDB-SE), e representantes do Ministério da Justiça e Segurança Pública, da Casa Civil, da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Secretaria de Comunicação Social (Secom) para aprimorar a proposta.

Em outra frente, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), encabeça uma comissão na Justiça Eleitoral para criar novas regras para a moderação de conteúdo na internet. No último dia 16, durante o II Encontro Nacional de Comunicação da Justiça Eleitoral, Moraes deu o tom da sua intenção de regular as redes sociais no Brasil ao dizer que as plataformas devem tratar desinformação, discursos de ódio e ataques à democracia com o mesmo rigor com que tratam crimes como pedofilia e racismo.

Em encontro com Lula, em outubro do ano passado, o ministro já havia sinalizado a intenção de criar uma comissão do TSE para enviar propostas ao Congresso com “mecanismos de regulamentação das redes sociais”. Recentemente, em evento do grupo empresarial Lide, em Lisboa, Moraes afirmou que a comissão do órgão eleitoral vai enviar propostas de regulamentação das redes sociais ao Congresso.

As sugestões de propostas devem ser inspiradas nas medidas que o ministro adotou na Corte Eleitoral durante as eleições de 2022 – que são alvo de críticas diversas – para, segundo ele, dar mais agilidade ao combate a “notícias fraudulentas” e ao “discurso de ódio”, tarefa que já havia se tornado a principal bandeira de Moraes como relator do chamado “inquéritos das fake news” no STF, que investiga supostas ofensas e ameaças aos colegas.

Nesta semana, em um fórum da Unesco com foco em debater o combate à desinformação, Lula e o ministro do STF Luís Roberto Barroso, convidados para falar, defenderam maior controle estatal sobre o discurso na internet.

MEC diz que Justiça pernambucana poderá suspender seleção do SISU em todo país

 

Foto: divulgação

O Portal Nacional da Educação está apurando uma informação sobre a possibilidade de suspensão do Sistema de Seleção Unificado (Sisu) 2023 do Ministério da Educação baseado na reportagem do Correio 24 horas (veículo da imprensa pernambucana).

A Justiça do Estado de Pernambuco pode suspender o processo seletivo do Sisu em todo o País devido a inclusão do Bônus por CEP no curso de medicina, em Recife (PE) pela Universidade Federal do Pernambuco (UFPE).

O Ministério da Educação foi acionado e ainda não há posicionamento do ministro da Educação, Camilo Santana.

As inscrições que se encerraram na última sexta-feira (24) ofereceram mais de 226 mil vagas em 128 instituições públicas de ensino superior, sendo 63 universidades federais. Os estudantes poderiam concorrer a 6.402 opções de cursos ofertados na edição.

De acordo com o último balanço do Ministério da Educação, o curso de medicina, direito e psicologia aparecem no topo da grande procura entre os concorrentes. O curso de medicina, por exemplo, foi ofertado 4.596 vagas em 23 estados e no DF.

Quadro médico de padre araripinense baleado na Zona Rural de Petrolina “é satisfatório”, diz Diocese

 

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Em seu perfil no Instagram, a Diocese de Petrolina divulgou novo boletim, neste sábado (25), sobre o quadro médico do padre araripinense Breno Gomes Paixão, vítima de um atentado a bala na noite de ontem (24) na região de Rajada, zona rural da cidade.

Segundo a nota, o quadro de saúde do religioso “evolui satisfatoriamente”, mas ainda requer alguns cuidados porque ainda há fragmentos do projétil que atingiu de raspão o pescoço do Padre Breno. Ele já recebeu a visita do bispo diocesano Dom Francisco Canindé Palhano e alguns sacerdotes.

Comunicamos que o Padre Breno Gomes Paixão se encontra sob cuidados médicos, evoluindo satisfatoriamente no seu quadro clínico. Como restam fragmentos de bala na região do pescoço, a equipe que o acompanha realizará, nos próximos dias, novos exames e procedimentos. Visitado por Dom Francisco Canindé Palhano e alguns sacerdotes, o Padre Breno agradeceu a oração de todos e, passado o susto inicial, não deve receber novas visitas por enquanto. Aguardemos outras notícias e rezemos pelo sacerdote e por toda a Igreja”, ressalta a nota.

Policial Militar é morto a tiros em Pernambuco

 

Foto: reprodução

Na manhã desta sexta-feira (24), um policial militar do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv), de 46 anos, identificado como Célio Honorato, foi morto a tiros no Bairro Novo do Carmelo, centro de Camaragibe, Região Metropolitana do Recife.

No vídeo que está circulando nas redes sociais é possível ver o momento em que dois homens, que pilotavam uma motocicleta, se aproximaram e dispararam contra o PM que também estava em uma moto. Nas imagens ainda foi possível perceber o momento em que os criminosos fogem.

Por meio de nota, a Polícia Militar de Pernambuco comunicou que “tomou conhecimento e lamenta a morte do cabo Honorato, lotado do Batalhão de Polícia Rodoviária, e que, até o momento, ainda não há maiores informações sobre o caso”. Eles informaram ainda que “as investigações ficarão a cargo da Polícia Civil”.

Já a Polícia Civil notificou que o caso segue em investigação pela 10ª Delegacia de Polícia de Homicídios de São Lourenço da Mata.

Presidente da Câmara de Lajedo disputa presidência da UVP

 

Com eleição marcada para o próximo mês, a União dos Vereadores de Pernambuco (UVP) deve ser objeto de mais uma disputa com muitos atores em jogo. No bloco da oposição, além do nome de Zé Raimundo, da bancada do PP na Câmara de Serra, o presidente da Câmara de Lajedo, no Agreste Meridional, Flaviano Quintino (MDB), está sendo estipulado a entrar na disputa também. Seu nome foi bastante comentado durante o encontro da categoria em Maceió, promovido no último fim de semana pela União dos Vereadores do Brasil e o Instituto Educar e Capacitar, presidido pelo jovem Mário Lucas Uchoa.

Veja amanhã na Folha: Milton Coelho quer encontro com Raquel

 

Novo secretário nacional de Micros, Pequenas Empresas e Empreendedorismo, o ex-deputado federal Milton Coelho tem um plano para ampliar e modernizar as cadeias produtivas no País, especialmente em Pernambuco. Ele vai procurar a governadora Raquel Lyra para discutir sobre seu foco nesse sentido no Estado. Veja amanhã na Folha de Pernambuco.

Desaceleração da atividade e inadimplência desafiam convicção do BC sobre juros

 

Os riscos para a atividade econômica, o aumento da inadimplência e os sinais de maiores dificuldades financeiras enfrentadas por empresas devem desafiar a convicção do Banco Central sobre a manutenção do atual patamar de juros.

Para uma ala de economistas, os indícios mais recentes justificam uma reavaliação de cenário pelo BC, de forma a antecipar o corte de juros com o objetivo de estabilizar a atividade, mesmo com a inflação ainda longe da meta.

Para outros, porém, o risco fiscal —traduzido na expansão de despesas e na ausência de diretrizes concretas sobre o novo arcabouço de gastos— e a inflação resiliente ainda falam mais alto e inspiram cautela, justificando a manutenção da política monetária pelo BC. As informações são da Folha de S. Paulo.

Até pouco tempo atrás, o patamar de juros esteve na mira das críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que chegou a defender publicamente um aumento na meta de inflação para abrir caminho à flexibilização do aperto monetário —a Selic está hoje em 13,75% ao ano— e ao crescimento da economia.

Nos últimos dias, o Ministério da Fazenda passou a emitir alertas mais contundentes sobre a possibilidade de uma crise de crédito no país.

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que o governo e a equipe econômica estão focados em evitar uma crise de crédito e podem lançar mão de “políticas compensatórias”, sem detalhar quais.

O próprio BC tem feito considerações sobre a desaceleração das concessões de crédito e da atividade econômica e sobre a alta na inadimplência nas atas das reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária) desde outubro do ano passado.

Recentemente, o tema também surgiu em conversas de membros da instituição com integrantes do mercado financeiro.

O Comef (Comitê de Estabilidade Financeira), instância do BC focada na prevenção de riscos sistêmicos, também citou em relatório de novembro a existência de “incertezas a serem acompanhadas”.

“O endividamento e o comprometimento de renda das famílias têm aumentado. […]. No caso das pessoas jurídicas, observa-se o aumento dos ativos problemáticos nas empresas de menor porte. Assim, uma frustração substancial do desempenho da atividade econômica pode resultar em elevação do risco de crédito”, diz o documento.

A questão colocada por parte dos economistas é que, independentemente de eventual mudança na meta de inflação, a autoridade monetária pode ser levada a cortar os juros num cenário em que a piora da economia torna o “custo da desinflação” demasiadamente elevado.

Quem concorda com essa avaliação elenca alguns fatores, como a alta na inadimplência de pessoas físicas e de empresas, a desaceleração do PIB (Produto Interno Bruto) e as dificuldades financeiras de companhias, algumas das quais recorreram à proteção judicial para conseguir negociar dívidas.

Segundo dados do BC, a inadimplência de pessoas físicas em operações com recursos livres passou de 4,4% no fim de 2021 para 5,9% em dezembro de 2022. No caso das pessoas jurídicas, o indicador saiu de 1,5% para 2,1% no mesmo período.

O caso Americanas, em que a descoberta de uma fraude contábil desnudou um montante de débitos bem maior do que se tinha conhecimento, também contribui ao ampliar a aversão dos bancos em conceder crédito.

“A forma como ele [Lula] abordou o assunto [dos juros] é ruim, mas no mérito talvez ele não esteja tão errado assim. É uma coisa nova, uma coisa que a gente está começando a enxergar e ficar preocupado”, afirma o economista Manoel Pires, do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).

Pires lembra que, durante a pandemia, o próprio governo precisou estimular a tomada de crédito por empresas para que elas conseguissem ter caixa suficiente para honrar compromissos. Parte desses financiamentos foi tomada com Selic a 2% —11,75 pontos abaixo do patamar atual.

O aumento considerável do custo já havia levado o governo anterior a prorrogar o prazo de pagamento de linhas como o Pronampe, voltado a micro e pequenas empresas. Ainda assim, muitas estão sem fôlego para bancar o custo financeiro dessas dívidas.

“No começo do ano, começou a acender um sinalzinho de alerta de que talvez a gente esteja com juros um pouco alto demais e que, eventualmente, essa ideia de fazer um pouso suave, desinflacionar a economia desacelerando para um PIB de 0,5% a 1%, talvez não seja tão certa. Pode ser que comece a adentrar numa situação de retração mais significativa de atividade”, afirma Pires.

O Ibre/FGV projeta uma alta de 0,2% no PIB neste ano, mas isso considera o desempenho positivo da agropecuária. Sem esse impulso, já haveria uma recessão.

“Se isso for verdade, faz sentido discutir com o Banco Central alguma reavaliação do processo de desinflação para poder reduzir um pouco os juros”, diz o economista.

Em entrevista ao blog do CDPP (Centro de Debate de Políticas Públicas) no fim de janeiro, o economista Persio Arida, ex-presidente do BC, também disse acreditar em um movimento de corte nos juros.

“Diferentemente de outros analistas, penso que o próximo movimento do Banco Central deva ser na direção de iniciar um ciclo de baixa da taxa de juros. E por vários motivos: atividade econômica está fraquejando, temos uma crise de crédito latente e o real vem se valorizando”, afirmou.

Ao Brazil Journal, ele depois esclareceu que não tinha opinião sobre o momento mais propício para reduzir a Selic, mas reforçou a ideia central do argumento. “Os sinais de desaceleração econômica me parecem muito claros, e cabe ao Banco Central o papel de estabilizar a economia”, disse. Procurado pela Folha, Persio preferiu não fazer comentários adicionais.

Em relatório divulgado essa semana, a LCA Consultores diz que “contornar o risco de eclosão de uma crise de crédito demanda cuidadosa ação das autoridades econômicas e dos maiores ofertantes de crédito”. A instituição não descarta a possibilidade de o BC precisar recorrer a medidas emergenciais para ampliar a liquidez e irrigar os mercados, de forma a evitar um contágio da crise para o sistema financeiro.

“Uma contração aguda do crédito, ademais, poderia levar o Banco Central a antecipar um ciclo de redução da taxa básica Selic”, diz o documento. A LCA pondera, entretanto, que o timing do corte de juros, hoje previsto para o fim de 2023, dependerá também das perspectivas para as contas públicas e da eventual revisão das metas de inflação.

O economista Carlos Kawall, sócio-fundador da Oriz Partners e ex-secretário do Tesouro Nacional, tem visão divergente. Ele não vê espaço para redução da Selic antes de 2024 diante da política de expansão fiscal adotada pelo governo Lula em meio a um cenário de inflação ainda resistente.

“O problema que nós temos é um desajuste da política macroeconômica. Também faz parte desse contexto a indefinição com a regra fiscal. O governo sequer tem convicção sobre voltar a tributar combustíveis”, afirma.

Na visão dele, o caso Americanas e o alerta sobre a crise de crédito no país se encaixam em um cenário microeconômico, no qual os efeitos se concentram em um segmento. Por isso, devem ser tratados a partir de medidas voltadas para o capital das instituições financeiras, como linhas emergenciais de financiamento.

“Não dá hoje para olhar episódios de crédito e dizer que a terapia para isso é a redução da taxa de juros”, diz Kawall. “A solução para esse problema não está em desarranjar a política monetária como um todo, porque vai afetar negativamente a economia como um todo.”

Pernambuco perde o empresário Cyro Ferreira da Costa

 

Faleceu, na tarde deste domingo (26), o empresário Cyro Ferreira da Costa, o terceiro descendente do português João Ferreira da Costa, nascido na freguesia de Campanhã, hoje um bairro da cidade do Porto, no Norte de Portugal.

Cyro tinha 92 anos e era considerado o responsável pelo novo modelo de negócios e de gestão que a tornaram a Ferreira Costa referência no setor no final do século passado. As informações são do colunista Fernando Castilho, do JC.

Ele foi também um pioneiro na adoção práticas de sustentabilidade ambiental, comerciais e respeito aos colaboradores, adotadas bem antes do conceito de ESG (meio ambiente, social e governança, na sigla em inglês) começar a ser difundido no Brasil.

A contribuição de Cyro Ferreira da Costa à empresa virou uma referência no varejo moderno. Ele começou a trabalhar muito cedo, quando precisou ser emancipado aos 13 anos (ele nasceu em 1931) e assumir os negócios da família de comerciantes ao lado da mãe.

Isso aconteceu após a morte do pai João Ferreira da Costa Filho, em 1950, depois de uma longa batalha contra uma artrite que o levou aos Estados Unidos, em 1946, em busca de tratamento, na companhia de Cyro.

NOTA DA FERREIRA COSTA

É com profunda tristeza que comunicamos o falecimento de Cyro Ferreira da Costa, hoje à tarde, em sua casa ao lado de sua família.

A dor é grande, mas fica a certeza de que ele deixou seu grande legado em vida.

O Grupo Ferreira Costa agradece a todos as mensagens de apoio nesse momento de luto.

Cyro Ferreira Costa era apaixonado pela educação e formação profissional de pessoas para o varejo. Ele fez questão de educar seus filhos para assumirem de forma moderna e os levou a ter experiências fora da empresa e adquirirem visão externa dos negócios. O seu filho Guilherme, por exemplo trabalhou na Arthur Andersen e seu irmão André Ferreira na PWC.

Os dois entraram na companhia depois de trabalharem como auditores nessas duas grandes empresas, estimulados pelo pai e empresário que se orgulha de seu inglês fluente e das viagens a diversos países na busca pela inovação.

Ele começou a organizar a Ferreira Costa procurando incorporar na pequena loja de 300 m² o que fosse possível de modernização, mantendo a tradição de comércio, que se iniciou em 1884 com seu avô João Ferreira da Costa, que escolheu Garanhuns para se fixar após a construção da ferrovia que ligou a cidade ao Recife, no prolongamento do trecho Recife-Catende.

Foi o pai de Cyro quem começou a estruturar a loja de secos e molhados, ferramentas e artigos diversos numa Garanhuns que era conhecida pela produção agrícola e dinamismo econômico. Especialmente pelo café, por ser um centro de negócios no chamado Agreste Meridional, e até pelo turismo devido ao clima frio em relação às cidades da microrregião.

Era apaixonado por contabilidade empresarial e em 1989 quando a loja de Garanhuns abriu já no formato de Home Center ela estava integralmente informatizada. Anos antes, em 1974, Cyro chegou a testar um “possante computador Olivetti de 2 kytes de memória” na contabilidade de loja, originando o atual CPD do grupo que dá suporte de Tecnologia da Informação às suas lojas.

Governo rechaça pressão e descarta mudança no ministério

 

Numa tentativa de ampliar sua base de apoio no Congresso, o presidente Lula cedeu espaços generosos a alguns partidos na formação de seu governo. O MDB, o PSD e o União Brasil, por exemplo, que não se aliaram ao PT na eleição presidencial de 2022, receberam cada um três ministérios.

Não foi o suficiente para aplacar o apetite do parlamentares, especialmente do Centrão, que reivindicam mais espaço no primeiro escalão. As informações são da edição online da Veja.

A pressão por uma reforma ministerial parte principalmente dos deputados, que se dizem sub-representados na Esplanada dos Ministérios e reclamam de um suposto privilégio dado aos senadores. A chiadeira é mais recorrente no União Brasil, que tem a terceira maior bancada na Câmara, com 59 integrantes, e não garante que votará em bloco a favor dos projetos do governo — a não ser, claro, que receba as contrapartidas esperadas.

Lula sabe da insatisfação, mas rechaça a possibilidade de mudar ministros. O presidente determinou a seus articuladores políticos que usem cargos de segundo e terceiro escalões para acalmar os parlamentares insatisfeitos, muitos deles próximos de Arthur Lira, comandante da Câmara. A estratégia já está em marcha.

Os deputados do União Brasil conseguiram o direito de manter o controle da Codevasf, estatal que se tornou queridinha das emendas de relator na gestão de Jair Bolsonaro. Já o Avante, legenda com bancada de apenas sete deputados, mas que fez coligação com o PT em 2022, assegurou a chefia do notório Dnocs.  Outras negociações estão em curso. Lula aposta nelas para não ter de realizar uma reforma ministerial de um governo que al começou.