Às vésperas da convenção que vai oficializar a candidatura de Henrique Meirelles, o MDB lançará documento intitulado “Carta Aberta à Nação”. O texto diz que a sigla não teve tempo para “implantar e desenvolver plenamente” suas propostas e pede continuidade.
A carta faz elogios a Meirelles, diz que ele tem a experiência e o equilíbrio e cita a passagem pelo Ministério da Fazenda. “O Brasil não quer ir para a direita nem para a esquerda. O que os brasileiros querem é ir em frente”.
O texto termina com uma convocação para que a militância defenda o candidato da sigla e diz que “Henrique Meirelles será o primeiro presidente do MDB eleito pelo voto direto”. Tancredo Neves foi escolhido em 1985 por um colégio eleitoral. Michel Temer ascendeu ao Planalto com o impeachment de Dilma Rousseff. (Painel – Folha de S.Paulo)
Acaba de sair a pesquisa CUT/Vox Populi que, como se comentava nas redes, sinaliza com uma vitória de Lula em primeiro turno caso ele seja candidato. Pelo levantamento, que tem margem de erro de 2,2 p.p., Lula teria hoje, no voto estimulado, 41% das intenções, contra 12% de Bolsonaro, 5% de Ciro Gomes, 4% de Marina, 4% de Geraldo Alckmin, 1% de Álvaro Dias e de Manuela D’Avila (cada um) e 2% dos outros somados. Matematicamente, o ex-presidente teria 12 p.p. a mais do que a soma dos adversários, o que teoricamente lhe permitiria vencer no primeiro turno.
O maior problema da pesquisa não é o fato de o establishment político e midiático descredenciar os levantamentos encomendados pela CUT, parceira militante do PT. A guerra entre partidos e institutos por eles contratados se repete a cada eleição. E o crescimento de 2 p.p. de Lula em relação ao levantamento de maio poderá ser confirmado pelos demais institutos, já que nesse período houve o prende-solta do ex-presidente, que o colocou em grande evidência. A pesquisa detectou ainda uma redução no número de indecisos e votos nulos, que estariam migrando para o petista
Os demais candidatos costumam reclamar das pesquisas encomendadas pela CUT/Vox por se sentirem desidratados no levantamento. Bolsonaro, por exemplo, varia de 17% em outros institutos para apenas 12% – mesmo índice da pesquisa anterior, enquanto Alckmin e Ciro sobem um ponto cada um e Marina cai dois. De modo geral, porém, estão estabilizados, para não dizer congelados.
Não há como qualquer instituto de pesquisa negar a espantosa resiliência do ex-presidente. O maior problema da pesquisa CUT/Vox é não trazer – ou não divulgar – nenhum cenário eleitoral sem o nome de Lula, seguindo a orientação da cúpula petista, que quer segurar até o limite o discurso da candidatura do ex-presidente.
É uma estratégia eleitoral inteligente, mas não combina com a credibilidade que toda pesquisa deve exibir. Afinal, o cenário sem Lula é, no mínimo, possível. Mais do que isso, pelo que se vê no cenário jurídico – ainda que se discorde dele – é provável.
Em um encontro marcado por muita emoção com a família do ex-presidente da Assembleia Legislativa Guilherme Uchoa, falecido no início deste mês, o governador Paulo Câmara (PSB) reafirmou o seu compromisso com o legado deixado pelo antigo aliado, que sempre militou com muito entusiasmo na Frente Popular. Realizada na casa que era de Uchoa em Itamaracá, no Litoral Norte, a reunião contou com familiares de Guilherme, com grupo político do prefeito Tato (PSB) e militantes da região.
"É uma honra poder vir aqui e falar com tanta gente compromissada com o desenvolvimento de Pernambuco e do Litoral Norte, que era uma paixão do nosso saudoso presidente Guilherme Uchoa, que sempre defendeu, com muita energia e carinho, ações que dialogam com a melhoria da qualidade de vida dessa população tão guerreira. E fico ainda mais honrado em receber, de dona Eva (viúva do ex-presidente) e de toda a sua família, a confiança para seguir trabalhando pela realização d os sonhos de todos vocês", destacou Paulo.
Na ocasião, o governador pontuou ações que o Governo de Pernambuco tem realizado para acelerar o desenvolvimento do Litoral Norte. "Trabalhamos muito para que os municípios da região possam ter uma infraestrutura melhor e com mais condições de gerar emprego e renda para o seu povo. Atraímos um polo de bebidas; uma fábrica de automóveis para aqui perto (a Jeep, em Goiana); estamos concluindo as reformas do Forte Orange e da Ponte de Itamaracá e tantas outras iniciativas que eram defendidas por Guilherme Uchoa e pela população local. E seguiremos assim; ouvindo vocês, aqueles que defendem a região para dar as respostas que todos esperam", assegurou.
Paulo Câmara também fez questão de frisar o compromisso do prefeito Tato, que sempre tem buscado o melhor para Itamaracá. "É um grande parceiro, que governa olhando sempre o que a população mais precisa. Tato está sempre discutindo projetos e ações que podem resultar em mais emprego e oportunidades para a população, além de também indicando iniciativas que já dão certo na região e que podem ter seus efeitos ampliados através de parcerias com o Estado", afirmou Paulo Câmara.
Anfitrião da noite, Tato lembrou a confiança e a lealdade à Frente Popular que o ex-presidente Guilherme Uchoa sempre fazia questão de registrar em seus atos públicos e nas conversas com aliados. "Todo mundo aqui sabe como Doutor Guilherme era, como era seu alinhamento e o seu compromisso com Eduardo Campos, primeiro, e com Paulo Câmara, depois. Essa postura não mudará. Continuaremos assim, do mesmo jeito, porque também acreditamos na força desse time forte que coloca Pernambuco em primeiro lugar. E Itamaracá e a nossa região nunca foi tão beneficiada como nos últimos anos", disse.
O prefeito de Itamaracá fez questão de encerrar a sua fala, destacando que é um soldado da Frente Popular. "Teremos um desafio importante logo mais, e o nosso conjunto político poderá contar com o nosso empenho para, juntos, com a mesma lealdade e determinação do Doutor Guilherme Uchoa, fazer a nossa frente vitoriosa. O nosso compromisso é com Pernambuco e ninguém tem mais compromisso com o nosso Estado que a Frente Popular. Aqui, somos todos soldados", conclamou Tato.
Levaram flores e fotos para prestar homenagens à Raynéia e outros estudantes mortos
Manifestantes realizaram uma vigília, entre o fim da tarde e início da noite dessa terça-feira (24), na Nicarágua. Eles prestaram homenagens às vítimas dos intensos confrontos políticos que tomam conta do país, dentre elas a estudante pernambucana Raynéia Gabrielle Lima, que estudava medicina no país havia seis anos e foi morta na última segunda-feira (23) próximo a uma universidade na capital do país, Manágua. Foram levadas flores e fotografias das vítimas. Eles também montaram uma pequena cruz de madeira e nela penduraram fotos de Raynéia Lima. Leia também: Mãe de estudante morta na Nicarágua reclama de falta de apoio Polícia da Nicarágua nega tiros de paramilitares contra brasileira
A vigília foi realizada às margens de de uma rodovia, próximo à rotatória Jean Paul Genie, que fica a três quilômetros da Universidade Nacional Autónoma de Nicarágua (Unan) - local no qual a estudante brasileira foi morta.
Por que o PT não lança Dilma Rousseff à Presidência?
Mariliz Pereira Jorge – Folha de S.Paulo
Perguntar não ofende. Por que não Dilma? Por que o PT não a lança à Presidência? O partido teria a chance de provar que, como a militância defende, era uma “presidenta” escolhida pelo povo, honesta, competente, guerreira, vítima de um golpe de Estado. Meio golpe.
O Senado rasgou a Constituição ao fatiar o impeachment, com a chancela do ministro Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal). Dilma deveria ter perdido o direito de exercer cargos públicos por oito anos. Mas está aí, faceira, denunciando a pernada que levou do seu vice, a prisão política de Lula —em países tão democráticos quanto Cuba—, prestes a concorrer ao Senado.
Ainda que digam que não há plano B, que o candidato é Lula, fala-se emFernando Haddad e Jaques Wagner, se o ex-presidente tiver as negativas do TSE e do STF. Ora, Haddad perdeu no primeiro turno uma eleição municipal, Jaques Wagner não parece disposto a abrir mão do favoritismo ao Senado pela Bahia.
Por que o PT não avalia o nome de Dilma, a “presidenta” tão amada, proba, que teve 52% dos votos? Por que a #voltaquerida passou a ser ignorada pela militância, que grita em uníssono apenas #lulalivre? Seria um retorno triunfal.
Talvez porque o PT tenha pavor de Dilma. Talvez porque, para o partido, ela seja o que Haddad disse sobre Alckmin: o atraso na disputa do Planalto. O petista ainda se referiu ao tucano como a continuidade do governo Temer. Como se o PT não tivesse nada a ver com o atual presidente.
Como se Dilma não tivesse seguido o programa do PSDB depois de ter levado uma eleição apertadíssima contra o finado (politicamente) Aécio. Como se Lula não tivesse mantido o plano econômico de FHC, que a militância tanto detesta.
É preciso estar muito distraído para não perceber quando a velha política desdenha da velha política. E quando os partidos e correligionários desdenham de seus próprios representantes.
Com o líder das pesquisas na cadeia, com perspectiva de ser retirado da cédula a poucos dias do pleito, esta será uma eleição para lá de esquisita, e pouco vão valer precedentes e experiências anteriores. Nesse cenário inusitado, já se avista o primeiro problema concreto no horizonte: o debate inaugural dos candidatos a presidente, tradicionalmente realizado pela TV Bandeirantes, marcado para 9 de agosto, daqui a pouco mais de duas semanas. O que vão fazer com Lula, e como isso impactará na campanha?
Pelo andar da carruagem, o mais provável é que o ex-presidente continue preso até lá. Não terá tido ainda, porém, sua candidatura cassada pela Justiça. O prazo para registro só se encerra no dia 15, e os tempos de defesa e contestação da lei da Ficha Limpa tendem a se arrastar pelo menos até o início de setembro.
Na quinta-feira 9 de agosto, portanto, Lula será tão candidato quanto qualquer outro, já escolhido na convenção do PT. Como tal, será convidado pela emissora a participar do debate, aceitará e pedirá à Justiça licença para ir a São Paulo e comparecer. Muito provavelmente, considerando-se o rigor das decisões de Curitiba, não obterá tal autorização. Ou seja, não vai ao debate porque estará impedido de ir.
O que fará a emissora? Aceitará a presença de um representante, tipo Fernando Haddad? Difícil, pois se a moda pega, outros candidatos também se sentirão no direito de enviar representantes para não se expor, esvaziando os debates, que ainda são bom instrumento de informação para o eleitor.
Tudo indica também, segundo informações preliminares, que a Band não colocará aquela cadeira vazia com o nome de Lula junto aos demais candidatos – recurso usado muitas vezes para constranger aqueles que se recusam a comparecer. No caso do petista, a ausência será involuntária, por decisão judicial, e até que seria bom marcar isso durante o debate. Mas é improvável.
Outro ponto de preocupação das emissoras e campanhas é o efeito da ausência forçada de Lula junto aos outros candidatos. Já que o primeiro lugar nas pesquisas não comparece, ninguém se sentirá obrigado, e só irá quem tiver certeza de ter algo a ganhar. Jair Bolsonaro, por exemplo, que tende a ser o saco de pancadas geral, e ora diz que quer debates, ora diz que não, vai ficar muito à vontade para faltar.
Corre-se o risco, portanto, de que o eleitor venha a assistir a um – e até mesmo a mais de um, dependendo dos trâmites da Justiça – debate de candidatos periféricos, do segundo e terceiro pelotões, que estará longe de esclarecê-lo sobre o cardápio real de opções.
Rede Social retirou 196 páginas e 87 contas do ar; movimento fala em 'censura'
Movimento ganhou destaque por liderar protestos em 2016 a favor do impeachment da então presidente Dilma Rousseff
O Globo
O Facebook retirou do ar uma série de páginas e usuários que eram usados pelo movimento Movimento Brasil Livre (MBL) para disseminar conteúdo que incluia notícias falsas, como os perfis Jornalivre, Brasil 200 e O Diário Nacional. De acordo com a empresa, 196 páginas e 87 contas foram removidas com base no código de autenticidade da rede, porque "escondiam das pessoas a natureza e origem de seu conteúdo" e tinham o propósito de gerar "divisão e espalhar desinformação".
Essa não é a primeira ação da rede contra o MBL. Como revelado no início do ano pelo GLOBO, o Facebook já havia derrubado um aplicativo utilizado pelo movimento para disparar conteúdo automaticamente em centenas de páginas, mas essa foi a primeira vez que uma ação desse tamanho ocorreu no Brasil.
De com acordo com o Facebook a ação é parte de uma série de esforços da empresa para reprimir perfis enganosos antes das eleições de outubro. Como revelado pela Reuters, a rede de páginas era administrada por membros importantes do MBL, movimento que ganhou destaque por liderar protestos em 2016 a favor do impeachment da então presidente Dilma Rousseff com um estilo agressivo de política online que ajudou a polarizar o debate no Brasil.
Entre os membros do MBL que tiveram páginas derrubadas estão Renato Battista, coordenador do movimento, Thomaz Barbosa, coordenador do MBL no Vale do Paraíba, e Renan Santos, um dos fundadores do grupo.
As páginas desativadas, algumas com meio milhão de seguidores, variavam de notícias sensacionalistas a temas políticos, com uma abordagem conservadora, com nomes como Jornalivre, Movimento Espartano, Canal Mais Vistas e O Diário Nacional. A página do movimento Brasil 200, idealizado pelo empresário e político Flavio Rocha, também foi derrubada.
O esquema era feito através de perfis verdadeiros, que por sua vez eram utilizados para criar uma série de usuários falsos. Esses usuários, então, criavam e administravam as páginas que foram derrubadas.
Procurado, o MBL não respondeu ao GLOBO. Em suas redes sociais, porém, o movimento disse em nota que considerou a ação "censura" e que irá "utilizar todos os recursos midiáticos, legais e políticos que a democracia nos oferece para recuperar as páginas derrubadas e reverter a perseguição sofrida, com consequências exemplares para a empresa".
A Câmara analisa o Projeto de Lei 7916/10, do deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE), que isenta do Imposto sobre Produtos Industrializados (Imposto federal cobrado sobre mercadorias industrializadas, estrangeiras e nacionais. O IPI é um imposto seletivo, porque sua alíquota varia de acordo com a essencialidade do produto, e não-cumulativo, ou seja, em cada fase da operação é compensado o valor devido com o montante cobrado anteriormente). e do Imposto sobre Importação (II) equipamentos destinados à locomoção e ao tratamento de pessoas com deficiência. O benefício também inclui a aquisição de equipamentos destinados ao desempenho de atividades profissionais e desportivas.
Pela proposta, a aquisição dos produtos deve ser feita diretamente pelo usuário ou por um representante legal. A isenção é válida para pessoas com deficiência física, visual, auditiva e mental severa ou profunda, além de autistas.
Controle O projeto prevê que o benefício deverá ser reconhecido pela Secretaria da Receita Federal, que verificará se o comprador preenche os requisitos legais. O autor da proposta explica que o Executivo estimará o montante da renúncia de receita e incluirá o valor no demonstrativo que acompanha o projeto de lei orçamentária.
Para Patriota, o benefício permitirá melhoria na qualidade de vida das pessoas com deficiência, principalmente daqueles com menor renda. “Poderão ser adquiridos com maior facilidade aparelhos auditivos, cadeiras de rodas, próteses ortopédicas, computadores, entre outros equipamentos”, afirma o parlamentar.
É a primeira vez nos últimos seis anos que o Brasil não tem representantes entre os dez melhores do mundo
Sem nenhum representante brasileiro, a Fifa divulgou, nesta segunda-feira (23), a lista com os dez finalistas na disputa pelo prêmio de melhor jogador do mundo na temporada 2017/2018 - o atual campeão é o português Cristiano Ronaldo. É a primeira vez em seis anos que nenhum jogador do Brasil figura entre os dez melhores do mundo. Desde 2013, Neymar sempre esteve entre os finalistas. No último ano, o lateral Marcelo também foi apontado como um dos dez melhores jogadores do planeta.
O camisa 10 da Seleção Brasileira era o favorito entre os brasileiros para integrar os finalistas, mas precisou ficar parado dois meses em recuperação de uma lesão no pé direito e teve sua atuação na Copa do Mundo bastante contestada pelo exagero em supostas simulações de faltas.
A premiação, rebatizada pela entidade como "The Best" (o melhor) em 2016, será entregue no dia 24 de setembro em cerimônia em Londres. Os dez finalistas foram apontados por um painel comporto por 13 especialistas, entre ex-jogadores e treinadores. A divulgação dos nomes é apenas o primeiro passo na definição do melhor do planeta. A partir daí, as escolhas do painel de especialistas não terão mais peso.
A votação final terá início nesta terça-feira (24), e levará em conta a opinião dos torcedores, que poderão votar no site da Fifa (25%); técnicos de todas as seleções (25%); capitães de todas as seleções (25%); e jornalistas selecionados pela entidade (25%). A Copa pode ter um peso decisivo na escolha, mas a avaliação dos atletas é feita levando em conta todas as partidas disputadas de 3 de julho de 2017 a 15 de julho de 2018, quando foi disputada a final da Copa do Mundo da Rússia. Sete dos dez candidatos foram semifinalistas do torneio.
A última vez que um jogador foi eleito o melhor da Copa e também ganhou o prêmio oferecido pela Fifa foi Romário, em 1994. O brasileiro, entretanto, não faturou outro prêmio muito conceituado internacionalmente, a Bola de Ouro da revista France Football. Um brasileiro não conquista o prêmio de melhor do mundo da Fifa desde Kaká, em 2007.
Confira a lista dos 10 finalistas:
Cristiano Ronaldo
Kevin De Bruyne
Antoine Griezmann
Eden Hazard
Harry Kane
Kylian Mbappe
Lionel Messi
Luka Modric
Mohamed Salah
Raphael Varane
Se não reverter a disposição de Josué Alencar (PR) de não ser seu candidato a vice, o presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) trabalha inicialmente com outros dois nomes para o posto: Mendonça Filho (DEM) e, com bem menos chances, Aldo Rebelo (Solidariedade).
Se não reverter a disposição de Josué Alencar (PR) de não ser seu candidato a vice, o presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) trabalha inicialmente com outros dois nomes para o posto: Mendonça Filho (DEM) e, com bem menos chances, Aldo Rebelo (Solidariedade).
Alckmin diz a interlocutores que "vice a gente não escolhe", e deixará a indicação nas mãos dos partidos que embarcaram na sua campanha. Questões regionais acabam pesando, como a composição do PR com o PT em Minas no caso de Josué.
A relação entre o ex-governador paulista e o chefe da Coteminas é antiga. Já em 2006 Josuéparticipava de encontros de campanha em favor da então candidatura de Alckmin ao Planalto. Ninguém no tucanato acredita ser possível trazer o empresário de volta à chapa, mas ainda haverá reuniões nesta quarta (25) para definir o assunto.
Além do óbvio poder de veto, o tucano já demonstrou algumas preferências entre os nomes ventilados. Mendonça larga na frente pela maior densidade do DEM. Deputado por Pernambuco, ele ocupou o Ministério da Educação no governo Michel Temer. Sob sua gestão foi aprovada a Base Nacional Curricular do Ensino Médio, um trabalho de anos que é elogiado por Alckmin -ainda que a associação o impopular governo ora acabando não favoreça o democrata.
Na argumentação favorável ao DEM, sendo nordestino e de um partido com tradição de capilaridade na região mais avessa ao paulista Alckmin, Mendonça daria um verniz nacional à chapa. Isso, contudo, é visto com reservas por vários estrategistas da campanha tucana. Como diz um, foi-se o tempo que o vice nordestino era um ativo valioso. O mais importante, afirma, é garantir que o titular do posto não tire votos por envolvimento em escândalos, por exemplo.
Por outro lado, a necessidade de nacionalização do nome excessivamente paulista do tucano está na lista de prioridades da pré-campanha. O presidente nacional do DEM, o prefeito ACM Neto (Salvador), deverá ser coordenador da campanha ao lado de Marconi Perillo (PSDB-GO).
Perillo teve o nome bombardeado nos últimos dias por ser rejeitado na disputa ao Senado por Goiás pelo democrata Ronaldo Caiado. Só que a presença do ex-governador goiano na coordenação da campanha já era uma concessão de Alckmin para pacificar seu partido, quando sua campanha patinava há cerca de 50 dias.
Assim, uma solução salomônica para aplacar a resistência do DEM goiano seria a presença de ACM Neto, o que deve ser decidido em breve. Os democratas vendem hoje ter mais interesse em manter o apoio à recondução de Rodrigo Maia (RJ) à presidência da Câmara, mas obviamente estão interessados também na vice.
Voltando ao posto de vice-presidente, Alckmin gosta do nome de Rebelo, que fez carreira no PC do B e tem todos os pontos de destaque de sua carreira ligados ao projeto de poder do PT de Luiz Inácio Lula da Silva. A quem estranha os elogios, alguns estrategistas lembram que isso poderia dar um certo sabor esquerdista à chapa, apesar de Rebelo hoje estar no colo da agremiação de Paulinho da Força.
Outra virtude destacada é sua interlocução no Legislativo, já que foi um articulado presidente da Câmara de 2005 a 2007. É um nome improvável, contudo. O risco da associação com o petismo é muito grande: Rebelo ocupou um ministério de Lula e três de Dilma Rousseff, indo para casa com a chefe após o impeachment de 2016.
Outros nomes poderão ser cogitados pelos aliados. O PP volta e meia cita a senadora Ana Amélia (RS) como uma provável candidata, mas ela tem uma reeleição considerada certa neste ano. Só que a especulação ocorria antes de Alckmin ganhar a musculatura do apoio do chamado Centrão, o que pode mudar a perspectiva.