Por Marlos H. C. Macedo*
Há tempos a sociedade vem lutando contra as diferenças impostas por sua modernização, industrialização, capitalização e, consequentemente, sua extratificação de classes. O desenvolvimento traz consigo grandes benefícios, porém, igualmente cobra seu preço. A informalidade dá lugar às relações formais, o artesanato e a manufatura dão lugar à produção seriada e à industrialização, e, por conseguinte, a exigência da capacidade de coexistir e administrar os novos recursos passa a ser um desafio para todos.
Considerando um pensamento puramente acadêmico, sem energia não há desenvolvimento. O Brasil registrou um consumo médio de energia, per capta, de 2.438 kWh em 2018[1], e no ano de 2014 eram 2.601 kWh/habitante[2], ou seja, nos últimos quatro anos, encolhemos em termos de consumo de energia. Comparando com outros países, estamos na posição 84 e atrás de países, sem qualquer demérito mas respeitando as dimensões e potenciais naturais, como Butão, nosso vizinho Suriname e o Turcomenistão, por exemplo.
A expectativa é que o consumo total de energia no Brasil deverá crescer 2,2% ao ano até 2040, acima da média global de 1,2% ao ano[3] e o consumo de energia primária entre 2017 e 2040 saltará de 294 milhões para 485 milhões de toneladas equivalente de petróleo, avanço de 65%. É previsto que fontes de energia, as quais crescerá mais, ano a ano, serão a energia nuclear (4,5%), renováveis (4,5%) e gás (3,4%)[3]. Neste contexto, a capital pernambucana, nesta sexta-feira(14/02), recebe na sede da ACP - Associação Comercial de Pernambuco, o fórum de debates ENERGIA NORDESTE 2020, que tem como foco discutir as conquistas até aqui alcançadas pelos segmentos hidrelétrico, eólico e solar, os possíveis investimentos do setor energético no estado de Pernambuco para geração nuclear, além dos impactos sociais e econômicos que poderão devolver ao estado posição de destaque nacional na produção de energia e geração de emprego e renda para sua população.
Confirmaram presença o Sr. João Henrique Franklin - Diretor de Operações da CHESF, o Sr. Marcelo Gomes - Gerente do Departamento de Desenvolvimento de Novos Empreendimentos da Eletronuclear, o Prof. Dr. Carlos Alberto Brayner - Diretor do Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCN-NE) e o Deputado Estadual Alberto Feitosa, que foi Superintendente do Aeroporto Internacional do Recife, entre 2003 e 2006, foi Secretário de Turismo do Estado de Pernambuco entre os anos de 2010 e 2014, e é autor da PEC - Proposta de Emenda a Constituição nº 9/2019 que dá nova redação artigo 216 da Constituição de Pernambuco, cuja redação original foi publicada no ano de 1989, com o objetivo de fomentar a atividade de geração de energia por meios economicamente competitivos, ao mesmo tempo em que seja privilegiada a preservação ambiental no Estado de Pernambuco.
Evento aberto ao público em geral mediante inscrição, com desconto para associados da ACP, além de outras entidades como o sistema CREA/CONFEA, IBEF, CRT-03 e ADVB-PE, em parceira com o evento. Um grande passo, no início de 2020, que coloca diante dos holofotes das discussões, em pleno ano eleitoral, um tema que gera indefinidos sentimentos na população mas que com certeza plantará, nesta oportunidade, a semente da esperança em dias de prosperidade e melhor qualidade de vida para todos.
*Engenheiro Eletricista formado pela UFPE, Especialista em Engenharia da Produção e Mestrando em Engenharia de Sistemas, Professor da Escola Politécnica de Pernambuco, Conselheiro-Diretor da ACP - Associação Comercial de Pernambuco e Consultor em Investimentos na Área de Sistemas de Energia. Possui experiência em Negócios Internacionais tendo trabalhado entre 2008 e 2015 na Ásia e na Europa, atuando há mais de 15 anos no Setor Energético.