A situação política e administrativa que o Brasil enfrenta hoje tem refletido diretamente na vida de todos os brasileiros. Estados e municípios estão literalmente quebrados e sem condições financeiras de cumprir com as obrigações e necessidades básicas.
A queda nos repasses constitucionais está sendo aterrorizador para os gestores estaduais e municipais, que não conseguem sequer cumprir com as folhas de pagamento de pessoal. Governadores e prefeitos estão fazendo esforços diários para manter em ordem as finanças. Redução de gastos e despesas são as palavras de ordem.
Vários municípios brasileiros estão parcelando os pagamentos dos servidores, mais precisamente dos professores, pois não conseguem “pagar” o novo piso nacional. Por conta disso, alguns sindicatos estão patrocinando manifestações e paralisações, como se essa fosse à solução e o melhor caminho. O diálogo sempre foi à melhor arma na solução dos problemas. Colocar gente na rua para fazer manifestação não é a resolução do problema.
Em conversa com a Secretária de Educação de Araripina, Kalina Ramos, a mesma admitiu encontrar dificuldades para honrar a folha de pagamento dos professores, em virtude da redução drástica dos repasses compulsórios do Governo Federal, em especial do Fundeb. E que a cada repasse a secretaria vai simplesmente juntando dinheiro para poder pagar e que o sindicato tem conhecimento da situação.
A secretária enfatizou que a administração sempre priorizou oferecer uma educação de qualidade aos alunos da rede municipal e que o município tem cumprido com as suas obrigações mesmo diante de uma crise sem precedentes. Ela dá como exemplo um acordo que foi feito com o sindicato para o pagamento no dia 06 de cada mês, mais infelizmente o recurso que chegou aos cofres da prefeitura não foram suficientes para honrar. O pagamento dos professores está previsto para esta terça ou quarta-feira. Ou seja, o acordo vai ser cumprido pela prefeitura e por tanto, o sindicato não tem necessidade de promover manifestação.
Quando são realizadas manifestações e paralisações cria-se uma impressão para os pais dos alunos de que os professores não estão interessados em trabalhar e produzir na sala de aula. Relatos dão conta de que essa situação tem feito com que aumentasse a evasão escolar e a migração de alunos da rede municipal para as redes particular e estadual. É uma situação preocupante principalmente para o próximo gestor que assumir o município em 2017, pois os repasses financeiros são feitos com base no número de alunos matriculados. Esse prejuízo será estendido aos próprios professores, pois o próximo gestor não terá condições de cumprir com o pagamento da folha de pessoal.